sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É necessário que se avance na transformação da escola, diz especialista

O vice-presidente regional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Pernambuco, Gustavo Amaral, sugeriu há pouco que o Legislativo discuta projetos de lei para punir os agressores e proteger as vítimas do bullying.

Segundo Amaral, o Brasil avançou na discussão racial, na lei de proteção à mulher, e agora é necessário que se avance na transformação da escola. “É preciso rever a formação curricular dos professores, mas não se pode colocar nas costas do professor a responsabilidade de ser psicólogo, médico, pai e mãe, além da própria função de educador”, disse Amaral.


O dirigente participa de audiência pública da Comissão de Educação e Cultura para discutir o combate ao bullying e à violência na escola. Ele também criticou a falta de investimentos em educação. “O Brasil é uma potência, que passou de país subdesenvolvido para uma posição privilegiada no cenário mundial, mas que tem um dos piores sistemas educacionais do mundo. É indiscutível a necessidade de valorização de professores e investimentos em infraestrutura das escolas”, afirmou.

Os convidados da audiência pública que debatem medidas de combate ao bullying concordaram que os problemas vividos na educação são de responsabilidade coletiva.

Confusão nos conceitos
A representante da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação na audiência, Danielly Queiroz, disse que nem tudo pode ser considerado bullying.


“Existe hoje uma confusão entre indisciplina, ato infracional e crime. Nós precisamos também elucidar esses conceitos. Muitas vezes, você não precisa chamar a polícia na escola porque o profissional de educação formado, bem preparado, é capaz de atuar nessas situações", disse. Ela afirmou também que o profissional de educação está sendo responsabilizado por uma cultura de violência que invade a escola, mas que não é necessariamente da escola.

Danielly Queiroz afirmou que o MEC produz material pedagógico para subsidiar os profissionais na abordagem desses temas em sala de aula para que eles saibam o que fazer quando identificarem casos de bullying e demais violências. Segundo ela, o desafio é enfrentar os ataques às desigualdades, preconceitos e discriminações.

A reunião prossegue no Plenário 10.

Continue acompanhando esta cobertura.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Keila Santana/Rádio Câmara
 
Edição – Marcelo Westphalem

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