terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Alunos lembram período do Holocausto

Ao entrar na Emeief Professora Mariangela Ferreira Aranda Fuzetto, na Vila Junqueira, em Santo André, um painel cheio de borboletas feito pelos 28 alunos do 4º ano A chama atenção de quem passa. Nele, um texto de Nelson Mandela dá o tom do propósito do projeto Holocausto, desenvolvido pela professora Rosana Aparecida de Oliveira Rabello: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinados a amar".

Rosana frisa, no entanto, que apesar do tema estar relacionado a perseguição e massacre dos judeus pelos nazistas, o objetivo foi usar o fato histórico para discutir a importância do combate à intolerância e à discriminação. "De acordo com a faixa etária dos alunos, trabalhamos um pouco o ponto de vista histórico, mas o foco foi abordar questões relacionadas a integração, aceitação, respeito e amor ao próximo", disse a educadora, que contextualizou o assunto também dentro de outros temas mais atuais, como bullying.

O projeto faz parte de um outro ainda maior, envolvendo toda a escola, desenvolvido para atender ao cumprimento da Lei 9.036, de 6 de maio de 2008, que instituiu o Dia da Lembrança do Holocausto, em Santo André. Um dos programas foi a presença do teólogo Alex Sandro Camilo, do Instituto de Teologia de Santo André, que contribuiu para a formação dos professores sobre o assunto. "Como ele também é pedagogo, nos ajudou a tratar do tema da forma mais adequada para cada faixa etária das turmas", afirma a diretora Mirian Conrado Wiesmann.

Em sala, uma das atividades que mais gerou atenção dos alunos foi a leitura do livro O Menino do pijama Listrado, de John Boyne, que descreve a amizade entre dois garotos em tempos de guerra. "Eles se envolveram tanto na leitura que quiseram ver o filme", salienta a professora Rosana, que discutia interpretação do texto a cada conversa, além dos valores percebidos pelos alunos sobre o enredo. "Eu gostei muito e fiquei um pouco emocionada com a história", conta a aluna Amanda Gabrielli, 9 anos. "Não devemos odiar ninguém."

O colega dela, Henrique de Souza, também de 9 anos, garante que ter ódio do outro não adianta nada: "Você mesmo é quem acaba prejudicado", afirma.

Segundo Rosana, no dia-a-dia, o aprendizado sobre o assunto se reflete no tratamento mais cordial entre os próprios colegas, no sentimento de respeito aos pais e aos professores. Os alunos também foram incentivados a pesquisar sobre o assunto e a abordar o tema em várias rodas de conversa.

Mirela Tavares
Do Diário do Grande ABC

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