sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Crescem os registros de violência escolar em Araraquara (SP)

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO 

Agressão entre alunos e a presença de drogas nas escolas têm provocado um aumento no número de registros de violência escolar em Araraquara (273 km de São Paulo), segundo o Conselho Tutelar da cidade.

Em média, o Conselho Tutelar 2 atende 60 casos por mês. Esse volume de atendimentos cresce 10% ao mês desde o início do ano, segundo o presidente do órgão, Manoel Nunes da Silva.

"Temos agressão física entre os alunos, droga na escola e também casos de estudantes que saem de casa dizendo que vão à escola, mas somem", afirmou Silva.

Entre os casos de violência física mais graves, está o de uma menina de apenas oito anos de idade que ficou com um hematoma do rosto após ter sido agredida por outro colega, de nove anos.

Os locais com mais casos de agressões e demandas no Conselho são os bairros São Rafael, Selmi Dei, Jardim América, Parque São Paulo e Parque das Hortênsias.

Apesar de a maioria dos casos ocorrer em escolas públicas, cresce também o registro de violência em colégios particulares: eles já chegam a 40% do total de casos.

No Conselho Tutelar 1, que abrange a área sul de Araraquara, são registrados de dez a 15 casos em escolas por mês.

Para a conselheira Ana Claudia Larocca, os números são ainda abaixo do real. "Em muitos casos a escola chama os pais ou procura a delegacia e não ficamos sabendo", afirmou.

Coordenador do Observatório de Violência e Práticas Exemplares da USP de Ribeirão Preto (313 km de SP), Sérgio Kodato afirmou que a perda da autoridade do professor ao longo dos anos soma-se ao avanço da droga nas salas de aula.

Para Kodato, é necessário que a agressividade dos alunos seja canalizada para atividades que sejam úteis, como o esporte e as artes, e que os problemas sejam resolvidos imediatamente onde ocorrerem, seja sala de aula ou no pátio da escola. 

Fonte: Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário