Operação custa cerca de R$ 7 mil, mas é oferecida por menos de R$ 2 mil.
Pela 1ª vez em Goiânia, programa fará triagem de pacientes na sexta-feira (8).
Vanessa MartinsDo G1 GO
O Projeto Orelhinha, que oferece operações corretivas de orelhas de abano com desconto, chega pela primeira vez a Goiânia. Nesta sexta-feira (8), uma equipe da associação atenderá pessoas interessadas em fazer a cirurgia na Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) da capital. A associação irá fornecer informações sobre o procedimento e até mesmo marcar a cirurgia para quem decidir fazê-la.
A proposta da organização é oferecer a operação a pessoas que sofrem bullying ou se sentem incomodadas com o traço e não têm condições de pagar pela cirurgia, que custa, em média, R$ 7 mil, conforme a associação. O cirurgião plástico Marcelo Assis, fundador do projeto, contou que as operações são realiza por cerca de R$ 1.950.
“Criei o projeto porque notei uma demanda muito grande por essa operação. Como ela é considerada estética e exige anestesista, hospital e estrutura para receber o paciente, só é feita por hospitais particulares e planos de saúde não cobrem. Essa cirurgia tem uma questão social envolvida. As pessoas que nos procuram geralmente sofrem com bullying, o que interfere na vida social e autoestima”, afirmou.
As pessoas que nos procuram geralmente sofrem com bullying"
Marcelo Assis, cirurgião plástico
Conforme dados do projeto, 422 pessoas de Goiás já entraram em contato com a associação demonstrando interesse em fazer a operação. Do total, 126 contatos foram feitos por moradores de Goiânia.
Assis afirma que muitos goianos foram a Brasília para ter acesso à cirurgia pelo projeto. “Temos grandes filas de espera em todos os lugares. Em Brasília identificamos que cerca de 40% dos pacientes eram de Goiás, por isso resolvemos levar o projeto para Goiânia”, relatou o médico.
Ainda segundo Assis, a organização também oferece cirurgias totalmente gratuitas para crianças entre 7 e 14 anos indicadas por associações que trabalham com jovens carentes. O grupo consegue realizar cerca de uma operação por mês por meio do fundo do projeto.
“Pessoas físicas costumam fazer doações e a nossa gestão financeira também trabalha para conseguir bancar algumas operações com o valor que arrecadamos. Queremos fazer mais, mas dependemos de doações”, completou.
O projeto também divulga cartilhas em instituições de ensino para conscientizar pais, professores e estudantes das consequências do bullying e como identificá-lo. Não apenas em relação às pessoas que têm orelhas de abano, mas de todos os tipos de preconceito.
Mudanças
O coordenador de logística Eugênio de Oliveira Aquino, de 33 anos, contou que fez a cirurgia pelo projeto porque não tinha condições de pagar o preço que a maioria dos médicos cobrava pelo procedimento. “As cirurgias custavam quase R$10 mil, então era muito caro, íamos deixando. Quando soube do projeto quis fazer, achei que estava na hora”, relatou.
O coordenador de logística Eugênio de Oliveira Aquino, de 33 anos, contou que fez a cirurgia pelo projeto porque não tinha condições de pagar o preço que a maioria dos médicos cobrava pelo procedimento. “As cirurgias custavam quase R$10 mil, então era muito caro, íamos deixando. Quando soube do projeto quis fazer, achei que estava na hora”, relatou.
Segundo Aquino, quando criança, ter orelhas de abano interferiu na forma como ele relacionava na escola. “Meus colegas faziam graça, inventavam apelidos, então, como mecanismo de defesa, fui me isolando. Ficava sempre só no meu canto, não brincava com ninguém, fazia sempre trabalhos sozinho. Mais tarde acabei fazendo teatro, o que me ajudou a me soltar”, contou.
A gerente de hotel Adriana Fernandes Coelho Mesquita, de 30 anos, contou que não se sentia confortável com o traço, mas não tinha condições de pagar pela cirurgia. “Me incomodava muito. As pessoas me olhavam de modo muito estranho, não me sentia bem. Quando casei foi difícil porque queria um penteado mas que não mostrasse as orelhas”, disse.
Mesquita contou que, após a cirurgia, se sentiu muito melhor e ficou feliz de ter feito. “Em 2013 minha mãe ficou sabendo do projeto, me informei e fui até Brasília para fazer. Quando tirei a faixa do pós-operatório, mesmo quando ainda estava inchado, vi o resultado e chorei de emoção, fiquei muito satisfeita”, relatou.
Evento
Para participar da triagem, os interessados devem se cadastrar no site do projeto. Durante o evento, os participantes vão receber informações sobre a cirurgia e, se quiserem, podem marcar o procedimento.
Para participar da triagem, os interessados devem se cadastrar no site do projeto. Durante o evento, os participantes vão receber informações sobre a cirurgia e, se quiserem, podem marcar o procedimento.
Os interessados receberão pedidos de exames que devem ser entregues aos médicos para que eles avaliem se a cirurgia realmente pode ser feita. Após a entrega de todos os documentos, o cirurgião confirma o procedimento. O paciente pode fazer o pagamento até dez dias antes da operação e recebe todo o acompanhamento necessário após a cirurgia.
Triagem Projeto Orelinha
Local: Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) – Rua 8, nº 626, Setor Oeste, Goiânia
Data: 8 de abril
Hora: 14h
Local: Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) – Rua 8, nº 626, Setor Oeste, Goiânia
Data: 8 de abril
Hora: 14h
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