terça-feira, 12 de abril de 2016

Chega de bullying

Nova lei obriga escolas a adotar medidas de prevenção à prática, que pode ter sérias consequências
Crianças podem desenvolver depressão após bullying DIVULGAÇÃO
Prática de atos de violência física ou psíquica exercidos intencional e repetidamente por um indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima. Essa é a definição de bullying, cujo combate ganhou uma nova medida de proteção recentemente no Brasil. 
Em fevereiro de 2016, entrou em vigor lei federal que obriga escolas e clubes a adotar medidas de prevenção e combate à prática. O texto, publicado no "Diário Oficial da União" de 9 de novembro de 2015, havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em outubro e enviado para sanção da presidente Dilma Rousseff. 
A capacitação de docentes e equipes pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, bem como a orientação de pais e familiares para identificar vítimas e agressores, faz parte do projeto, que também estabelece que sejam promovidas campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e agressores. 
A punição, de acordo com o texto, precisa ser evitada ao máximo. Em seu lugar, devem ser adotadas medidas alternativas que proporcionem, de fato, a mudança do comportamento hostil, que pode desencadear problemas para o resto da vida do indivíduo. 
Crianças e adolescentes que sofrem bullying podem estar sujeitos a desenvolver traumas profundos, depressão, baixa autoestima e até mesmo se tornar futuros agressores. “Porém, isso não é regra. Cada ser humano é único e vivencia, sente e lida com as situações de maneiras diferentes, podendo ou não o bullying interferir negativamente na vida do sujeito a longo prazo”, afirma a psicóloga Tamires Melo dos Santos. 
Aprovação
Na rede pública estadual de ensino há o projeto Chega de Bullying, que promove a atuação de professores mediadores para intermediar conflitos entre os alunos. Os materiais oferecidos pela Secretaria da Educação do Estado são direcionados aos pais, alunos e docentes e, segundo o professor mediador da Escola Estadual Dr. Domingos de Magalhães, Leandro Rozatte, a ação diminuiu o número de brigas. 
“No ano passado, tivemos apenas uma briga, que aconteceu no portão da escola. Os casos de bullying ocorrem em todos os anos, porém, a maior incidência é do ensino fundamental até o 2º ano do ensino médio”, salienta. Em Jaú, há oito professores mediadores nas escolas estaduais. 
Os pais devem ficar atentos aos principais sintomas que a criança ou adolescente pode apresentar caso sofra bullying, como não sair do quarto ou da frente do computador ou celular, não querer sair de casa e resistir a ir à escola. 
Ana Carolina Monari
carolinamonari@comerciodojahu.com.br

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