domingo, 24 de abril de 2016

Futuro, afetividade e bullying preocupam os adolescentes



Jovem atravessa Porta Santa da Basílica Vaticana - ANSA

Cidade do Vaticano (RV) – Futuro, afetividade e bullying: esses são os principais motivos de preocupação para os adolescentes de hoje. Em sua mensagem aos adolescentes por ocasião do Jubileu, o Papa Francisco pediu a eles sobretudo coragem para remar contracorrente, cultivando a capacidade de amar e perdoar.
Para uma análise das palavras do Pontífice e dos problemas que atormentam os adolescentes, a Rádio Vaticano contatou um salesiano de Dom Bosco, Pe. Renato dos Santos, Diretor Técnico da Tipografia Vaticana:






Pe. Renato:- “O que tenho percebido de inquietação no mundo dos adolescentes é, como primeiro aspecto, uma grande preocupação com o futuro. Vários, muitos adolescentes me dizem: ‘Padre, eu tenho uma grande insegurança quanto ao futuro, não sei o que vai ser da minha vida, não sei o que vou fazer’. A sociedade hoje está num momento de muita incerteza e isso gera nos adolescentes uma certa insatisfação, porque eles não têm alguns parâmetros definidos pela própria idade. Outra situação muito problemática na vida dos adolescentes é a questão da sexualidade, da afetividade. Muitos nos procuram pedindo orientações a respeito e a gente procura com muita naturalidade, segurança e confiança falar de uma afetividade saudável, cheia de encanto e beleza, cheia de compromisso e acolhida. A afetividade está sempre no horizonte de uma constituição familiar. Vários deles abordam as questões de escola, de educação. A questão do fenômeno bullying, por exemplo, é uma situação que inquieta o coração dos adolescentes. Eles não têm algumas ferramentas pessoais para ir contra este mundo. Muitos se sentem obrigados a entrar num grupo não por maldade, mas para serem reconhecidos. Como salesiano de Dom Bosco, acredito que nós adultos devemos aprender a olhar os adolescentes com um grande olhar de esperança, contemplar o rosto de um adolescente, de um jovem é, acima de tudo, termos a capacidade de contemplar o rosto de Deus. Precisamos ser responsáveis o suficiente para ajudar esses adolescentes a entenderem que a vida tem sentido e de que a vida faz sentido. Quando um adolescente faz essa descoberta do sentido maior da vida, é um adolescente que se transforma.”
Remar contracorrente
“Quando vemos um mundo que parece não ter mais valores para defender, o Papa está querendo precisamente dizer aos adolescentes: formem a vida e o caráter sobre valores consistentes, valores sólidos, valores que não tem ladrão que roube do coração de uma pessoa. Quando um adolescente tem valores consistentes, é um adolescente que vai topar qualquer parada. E posso garantir que tenho encontrado adolescentes que tem propósitos maravilhosos de vida, com uma capacidade imensa de querer ajudar outros adolescentes, outros jovens. Então o Papa está corretíssimo. Hoje um adolescente precisa aprender a remar contra a corrente, porque a avalanche de contravalores que o mundo vai colocando goela abaixo é algo espaventoso. Então temos que ter esta serenidade e ajudar os adolescentes a construírem a própria vida sobre alicerces que tenham solidez.”

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