domingo, 24 de abril de 2016

Programas colaboram para criar clima de paz nas escolas

Da Redação Folha Max

Agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um colega: essa é a definição do bullying. Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações preconceituosas podem apresentar doenças psicossomáticas. Agindo de maneira preventiva, a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) colabora no desenvolvimento de práticas em escolas com maior índice de vulnerabilidade social ou que demonstrem interesse nessas orientações.

A Escola Paulo Freire do município de Canarana é um exemplo de que o intercâmbio de ideias entre Seduc e unidade escolar resultam em boas práticas. A escola desenvolve desde o início do ano letivo o projeto “Vida: por uma cultura de paz”, que envolve todos os profissionais e alunos. 

Os 800 jovens matriculados no Ensino Médio participam de diálogos, dinâmicas, práticas esportivas e ações de valorização pessoal e da vida. “Procuramos incentivar as atitudes positivas por meio de elogios e ações de caridade e generosidade mútua”, pontua a professora articuladora do Ensino Médio Inovador na unidade, Maira Pertile.

Ela explica que o colégio desenvolve o projeto “Árvore do bem”. Na primeira etapa os alunos assistiram ao filme “A corrente do bem”, do diretor Mimi Leder, que conta a história de um professor de Estudos Sociais que faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Os alunos são chamados a refletir sobre o filme e praticar pelo menos uma boa ação por dia.

A coordenadora do Projeto Paz na Escola da Seduc, Ana Carolina de Jesus Costa, esteve em Canarana e ressalta que as atividades desenvolvidas na Escola Paulo Freire a transformaram em um caso de experiência exitosa.

Segundo ela, a orientação para as unidades escolares é de agir antes que as situações de atrito se agravem. Às vezes o problema demora a ser identificado e é preciso reagir imediatamente. Para ela, a escola não pode se isentar, tem que incluir todos no combate ao bullying e prevenção à violência.

Manual

Ana Carolina explica que o projeto Paz na Escola possui um Manual de Proteção e Prevenção que é amplo e diversificado, sendo a questão do bullying apenas uma das violências com orientações preventivas. Os profissionais das escolas estaduais podem requisitar uma cópia desse documento à Coordenadoria de Projetos Educativos da Seduc. Mas também é importante para os gestores conhecerem as ferramentas de apoio que já possuem.

“Os profissionais podem reforçar o regimento interno e fortalecer o trabalho com os parceiros, a exemplo do Conselho Tutelar e o Centro de Referência e Assistência Social. Além de registrar todos os acontecimentos no livro Ata, para respaldar a escola em caso necessidade. Nosso foco é a prevenção, temos o trabalho de orientar, e começamos no ano passado a fazer as formações dos profissionais em unidades identificadas em área de vulnerabilidade para prevenir a reincidência”, frisa a coordenadora.

Valores

Em Várzea Grande, o projeto “Uma cultura de paz: Família, Escola e Sociedade” realizado em parceria com a Seduc, desenvolve valores humanos, limites, ações de prevenção e combate ao bullying e ao uso de drogas. Os estudantes também são apresentados aos seus direitos e deveres, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O projeto beneficia 24 escolas estaduais no município, por meio de dinâmicas, oficinas, conversas, entre outras ações desenvolvidas em sala de aula. Nos dois anos de ação mais de oito mil crianças já foram beneficiadas.  

As escolas também possuem autonomia para realizar ações com entidades públicas parceiras em cada região, a exemplo do Projeto Educação e Justiça realizado na Escola Estadual São Luiz em Cáceres. O projeto consiste em oficinas e palestras realizadas no pátio da escola. 

Nesses momentos pais, alunos e professores, participam de palestra, oficinas e dinâmicas ministradas por profissionais do Ministério Público, Seduc, Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Policia Militar e Conselho Tutelar. A ação envolve cerca de 300 alunos, 450 pais e 60 profissionais, além dos parceiros. “O objetivo é conscientizar os responsáveis sobre a importância do acompanhamento no aprendizado dos filhos, e o papel das famílias na prevenção à violência nas escolas”, finaliza Ana Carolina.

Caso tenham interesse na orientação da Coordenadoria de Projetos Educativos os profissionais das unidades escolares podem entrar em contato por meio do telefone (65) 3613-6306.

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