segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Banha conta que bullying o levou às lutas

Quem olha para o brasileiro Luiz Cane pode não entender o apelido nada sutil: Banha. Um lutador do UFC, é claro que o paulistano tem um físico exemplar, então, por que esta alcunha? Se você já ouviu falar em bullying, esta é a explicação. Mas o “drama” é coisa do passado deste ex-gordinho, que comprovou no octógono seu valor e terá mais uma chance de crescer no MMA no próximo dia 27, pelo UFC Rio.


Em muitos casos, o que hoje ficou famoso como bullying é aquela “brincadeira de mau gosto” da criançada. Com Cane, foi exatamente assim. “Esse apelido vem de quando eu tinha uns 8 anos. Eu era meio gordinho e a molecadinha da minha rua não perdoou”, lembra ele, hoje aos 30 anos, sendo seis como um profissional do MMA.


“É aquele negócio de apelido mesmo, né? Se a pessoa não gosta, aí é que pega. (risos) É claro que eu não gostava, mas pegou. Hoje não há problemas”, explica o paulistano, que acabou levando para o mundo das lutas a alcunha, porque um dos garotos de sua rua o acompanhou nas aulas de jiu-jítsu e espalhou aos novos amigos.


Sua entrada na “arte suave”, inclusive, foi relacionada a este “bullying”. Segundo ele, depois de apanhar um bocado de outros garotos, resolveu aprender jiu-jítsu e, depois disso, não parou mais de lutar, praticando muay thai e chegando ao MMA após ser sparring de Eduardo Pamplona.

“Foi só depois que comecei a treinar que deixei de ser gordinho”, lembra ele, deixando só no apelido o passado mais “fofo”.

Sem descanso: provando a reação no UFC

O lutador da categoria meio-pesado será um dos principais nomes do UFC Rio, com um espaço garantido entre as cinco lutas mais nobres na HSBC Arena. Ele enfrenta o búlgaro Stanislav Nedkov, tentando provar que tem potencial para encarar os maiores nomes de seu peso, como Maurício Shogun, Rashad Evans e Tito Ortiz, por exemplo.


Para isso, ele conta que não teve férias após seu último desafio no UFC. Ele vinha de duas derrotas seguidas quando venceu por nocaute Eliot Marshall, no UFC 128, em março. Na segunda-feira seguinte, retomou suas aulas de jiu-jítsu, e com isso começou a engatar a preparação para a edição carioca.


“Espero fazer uma grande luta e sair de lá com uma bela de uma vitória. Sei que vai ser uma luta dura, espero uma guerra, mas estou bem confiante, bem treinado e na melhor forma da minha vida física e tecnicamente”, afirma ele, que deixa em segredo os “planos A, B e C” para bater o rival búlgaro na HSBC Arena.


Em seu histórico no UFC, Banha estreou em um card que tinha nomes como Wanderlei Silva, estreando no evento, em sua edição 79. Apesar da derrota para James Irvin, ele somou dois triunfos seguidos em 2008 e 2009, ganhando a chance de enfrentar Rogério Minotouro no UFC 106.

“Aquela luta foi uma grande lição. O Rogério é um ícone do esporte, então fiquei honrado de enfrentá-lo. Mas infelizmente não foi meu dia. Eu perdi para um dos melhores, então tenho certeza de que isso não manchou meu currículo, só o engrandeceu”, diz ele, que em seguida foi derrotado por Cyrille Diabate, antes de se recuperar em seu confronto mais recente.


“Nossa categoria é complicada, provavelmente uma das melhores, se não a mais forte do UFC. Esse cinturão não tem parado na mão de ninguém e acho que ainda não tem ninguém que vá segurá-lo. Mas só penso em vencer o UFC Rio, a preocupação é ganhar, e ainda não penso no futuro”, concluiu o brasileiro.

O primeiro desafio, no entanto, será duro. O rival Nedkov fará sua estreia no UFC, mas tem um cartel perfeito como lutador de MMA. Desde 2006, o búlgaro realizou 11 combates e nunca perdeu, totalizando cinco nocautes e quatro finalizações

UOL ESPORTE 

Fonte: Correio do Estado

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