domingo, 21 de agosto de 2011

Ambiente escolar refém de violência sem limite

Do Jornal do Commercio

Duas cenas de violência em escolas do Grande Recife impressionam. Em Olinda, uma adolescente de 12 anos é empurrada, derrubada no chão, recebe chutes, puxões de cabelo e uma mordida no rosto. Tudo acontece dentro da sala de aula, na presença de vários alunos e, segundo a vítima, de uma professora. Em Abreu e Lima, o pátio da instituição de ensino vira palco para agressão de um jovem de 15 anos. Nos dois casos, os agressores são os próprios colegas. As imagens foram gravadas por celulares de estudantes. As ocorrências estão sendo investigadas pela Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) de Paulista.

Esse tipo de agressão é classificada como bullying - prática violenta com objetivo de constranger e intimidar - e tem se tornado cada vez mais frequente nas unidades de ensino. As ações aconteceram na Escola Estadual Sagrado Coração, no bairro de Amaro Branco, em Olinda, na última segunda-feira, e na Escola Estadual Luiz Rodolfo Araújo Júnior, em Caetés I, Abreu e Lima, no dia 10 deste mês.

Os danos às vítimas extrapolam a dor física. A jovem de 12 anos não consegue dormir desde a confusão. A mãe, revoltada com a situação, acusa os educadores de não darem tratamento adequado à questão. "A professora viu e não fez nada. A diretora considerou uma briguinha de colegas. Mas minha filha foi espancada", diz. A mãe do rapaz que levou socos e pontapés de cerca de dez alunos disse, em entrevista à TV Jornal, que nunca tinha visto nada semelhante. "Eles estavam tentando matar meu filho", opina.

Para o delegado responsável pelas investigações, Jorge Ferreira, o que mais impressiona é a banalização dos atos. "As agressões aconteceram para alimentar um público sedento de violência", comenta. Ele informou que os professores e diretores serão chamados para prestar depoimento a partir da próxima semana. O objetivo é identificar os agressores, que deverão responder pelo ato infracional de lesão corporal e podem cumprir medida socioeducativa. Como não houve flagrante, eles não serão apreendidos.


Leia a matéria na íntegra no Jornal do Commercio.

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