No dia 7, o Brasil parou assustado com o caso de Wellington Menezes de Oliveira, o jovem que matou 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira no bairro de Realengo, no Rio. O episódio levantou questionamentos sobre a segurança nas escolas, desarmamento e reavivou os debates sobre um problema silencioso, mas comum, o bullying. Para falar sobre o problema, o Jornal da Manhã conversou com a psicóloga Martha Franco Diniz Hueb, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia Aplicada da UFTM.
A especialista explica que é considerado bullying quando um estudante é exposto, repetidamente e por tempo prolongado, a ações negativas por parte de colega ou de um grupo. “Bater, empurrar, chutar, beliscar, limitar o outro, ameaçar ou apelidar, encarar, fazer gestos obscenos e excluir intencionalmente do grupo são algumas das formas mais comuns”. Martha destaca que, em geral, o bullying envolve todo comportamento agressivo com a intenção de causar algum tipo de dano ao outro, caracterizado por um desequilíbrio de forças.
“O agressor geralmente escolhe uma pessoa que é menor, fisicamente ou emocionalmente mais fraca”, frisa.
Em países como Suécia, Inglaterra, Itália, Portugal e Japão, as pesquisas sobre o fenômeno começaram na década de 1970 e estão mais avançadas do que no Brasil, que passou a considerar realmente o problema a partir de 2002. Estudos da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), no Rio de Janeiro, descobriu que dos quase 6 mil estudantes pesquisados, 40,5% admitiram estar envolvidos em atos agressivos na escola, sendo 16,9% como vítimas, 10,9% como vítimas e agressores e 12,7% apenas como agressores. “Nos meninos, a frequência é maior de agressões físicas e de haver agressores. As meninas são vítimas mais comuns da prática da exclusão ou difamação”, afirma.
O adolescente, assim como a criança, emite sinais de que é vítima de bullying através da mudança de comportamento, por isso o suporte social, da família, dos professores e dos colegas é considerado importante fator no combate ao problema. “O professor ou o colega que “não vê” o bullying ocorrer, que não intervém, está sendo omisso, enquanto, por influência, poderia impedir as agressões. É importante que as pessoas não neguem esse problema. Apesar de a maioria dos comportamentos agressivos acontecerem na escola, a adoção de políticas públicas e programas continuados nas escolas é a medida mais efetiva na prevenção do consumo de álcool e drogas e na redução da violência”, completa.
Fonte: JM Online
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