Por Terezinha Hueb de Menezes
Com profunda tristeza, todos fomos surpreendidos com a terrível tragédia no Rio de Janeiro: doze crianças assassinadas dentro da escola por um, segundo dizem, psicopata.
Muito se falou dos distúrbios mentais do criminoso, entre eles, o fato de haver sofrido bullying na mesma escola, quando estudante. Evidentemente, não foi esse o fator determinante para a chacina. Mas a nós, como tenho dito sempre em meus artigos, preocupa-nos, como educadores, os caminhos pelos quais a educação se tem enveredado.
Uma de minhas preocupações se refere ao distanciamento de muitas famílias em relação à vida dos filhos, não apenas escolar, mas também em sociedade. Quantos há que ignoram onde estão os filhos, com quem estão, o que estão fazendo, a que hora saíram, em que horário chegarão. Em nome do trabalho, ou às vezes sem motivo algum, pais se dizem impedidos de acompanhar a trajetória dos filhos. E fica para as escolas o peso de suprir o que falta em casa.
É evidente que cabe às escolas promover a educação de crianças e jovens, mas complementando e reforçando o que recebem em casa. E quando nada recebem, sobra aos educadores um trabalho sobre-humano, muitas vezes ineficaz, pois funciona como uma caixa d’água que tenta abastecer-se, mas que vê o líquido escoar pela torneira. Diz Rui Barbosa que a família é a célula mater da sociedade. Os filhos necessitam do pai e da mãe, ainda que separados, mas precisam de ambos cuidando de seu crescimento intelectual, social, moral, religioso. Precisam receber orientações quanto a valores éticos. Precisam aprender a relacionar-se com base no respeito mútuo e na hierarquia educacional: filhos necessitam respeitar os pais; alunos necessitam respeitar os mestres.
Insisto em que o tripé da educação se constitui do aluno, da família e da escola. Se um deles, principalmente entre os dois últimos, falhar, fica, logicamente, comprometido o processo educacional.
Encerro minha crônica citando a fala inteligente da Maria Aparecida Alves de Brito, a propósito de meu último artigo: “Está na hora dos pais fazerem a lição de casa, pois é com eles que as crianças passam a maior parte do tempo.” Concordo plenamente. Assim, com pais e escolas assumindo suas responsabilidades, muitos entraves na condução educacional de crianças e jovens seriam extirpados.
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro email: thuebmenezes@hotmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário