Da Assessoria
Chamada de cyberbullying, a prática consiste na humilhação e perseguição de menores por outros menores pelos meios virtuais
O vídeo de um menino australiano que reage ao bullying, agredindo outra criança que o provoca, virou uma febre mundial na internet nas últimas semanas e reascendeu uma antiga discussão sobre o problema. Pais, alunos e professores sofrem com essa situação, que traz consequências terríveis aos envolvidos. Mas o que chama atenção é que o bullying, antes praticado apenas na escola, agora ultrapassa fronteiras e encontra outra grande aliada, a internet. Na rede, crianças e adolescentes praticam e são vítimas do chamado cyberbullying, ato de humilhar e ridicularizar menores por outros menores por meio de comunidades, redes sociais, e-mails, torpedos, blogs e fotologs.
Pesquisas da Trend Micro, líder mundial em segurança para internet, apontam que 1/3 dos jovens ativos na web já sofreram com algum tipo de cyberbullying. De acordo com o levantamento, as pessoas que o praticam são normalmente adolescentes sem limites, insensatos, inconsequentes e irresponsáveis.
A Safernet, ONG voltada para a segurança das crianças na Internet, realizou um estudo no Brasil em 2010 que envolveu mais de duas mil crianças, de 10 a 17 anos. O estudo apontou que 38% delas têm um amigo que passou por cyberbullying. Cerca de 16% das crianças entrevistadas consideram o cyberbullying um dos maiores riscos quando estão na internet.
Segundo um estudo encomendado pela Secretaria da Educação da Inglaterra, a popularização de equipamentos eletrônicos e o acesso à web agravou os casos de bullying. Na pesquisa, 70% dos adolescentes entre 12 e 15 anos confessaram já ter sido vítimas de cyberbullying. Um caso bem conhecido é da jovem Megan Meier, de 13 anos, que cometeu suicídio após receber uma série de mensagens ofensivas de um garoto na sua página de um site de relacionamento. No Brasil os casos não são menos violentos, como o ocorrido em São Paulo, quando uma jovem foi queimada com gasolina após se desentender com outra adolescente no ambiente online.
O fácil acesso de crianças e adolescentes à rede facilita que crimes como esse se multipliquem. De acordo com os profissionais, uma das melhores maneiras de evitar esse tipo de situação é tomando cuidado com as informações passadas pela rede, como dados pessoais, senhas, números de cartões, nome completo, nomes de amigos e familiares, endereço, telefone, escola, além do envio de fotos e vídeos.
Abaixo algumas dicas de especialistas em segurança virtual para que o cyberbullying seja evitado:
Pense bem no que você posta: tenha cuidado ao divulgar informações pessoais, até mesmo com pessoas que você conhece ou mesmo em um email particular e conversa de texto. A informação ou conversa pode ser copiada e tornada pública por qualquer um que você tenha compartilhado, uma vez que na internet é bem difícil voltar atrás.
Quando estiver online, seja educado: haja corretamente no mundo online. Trate as pessoas como gostaria de ser tratado. Você pode aumentar as chances de sofrer cyberbullying sendo maldoso ou desrespeitoso com outras pessoas online.
Não revide: se alguém disser ou fizer algo online que você não gosta, a solução é ignorar ou bloquear totalmente essa pessoa. Revidar pode encorajar mais ameaças;
Conte os comportamentos ruins a alguém que você conheça: se alguém continuar a incomodá-lo (pela internet ou celular), conte aos seus pais, professores ou outro adulto em que você confie.
Conte os comportamentos ruins ao provedor de serviço: você também deve informar o provedor de email, celular, mensagem instantânea, rede social ou outro serviço online de que, por meio dele, você está sendo intimidado. Se o conteúdo for ilegal ou violar os termos do serviço, algumas vezes eles podem remover. Se o comportamento for e xtremo, eles também podem fornecer as informações da conta para as investigações de processos legais.
Guarde as evidências: se o comportamento continuar tornando-se cada vez mais extremo, peça ajuda a seus pais ou outro adulto para guardar as mensagens, imagens ou conversas ofensivas. Formas mais sérias de cyberbullying devem ser relatadas à polícia.
Não participe: mesmo se você for o alvo da intimidação, não participe, nem observe outra pessoa ou colega ser intimidado. Defenda a vítima e conte para seus pais, professores ou outro adulto que você confia para que providências sejam tomadas.
Mas além de vítimas, as crianças e os adolescentes são os próprios agentes do cyberbullying, portanto pais e professores precisam ficar atentos, pois eles podem estar utilizando de maneira errada as tecnologias de comunicação das quais hoje têm acesso. E embora sejam menores de idade, os praticantes podem ser processados por calúnia e difamação, sendo obrigados a pagar indenizações às vítimas, dependendo da gravidade do caso.
Fonte: Olhar Direto
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