Por: Vinicius Canova
A tragédia no Rio de Janeiro é só mais um dos casos que começaram na infância ou adolescência, no período escolar, onde os agressores também já foram vítimas
Não há como justificar o injustificável. Os crimes bárbaros, não importando os seus motivos, circunstâncias ou razões, devem ser coibidos da maneira mais enérgica possível, e quem os cometeu deve ser penalizado com toda eficácia da lei. Mas as tragédias podem ser evitadas, se as motivações do criminoso forem os tormentos causados por opressões físicas ou psicológicas na fase infanto-juvenil.
O tema bullying voltou a ficar em evidência no Brasil após o massacre do Realengo, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde fica a Escola Municipal Tasso da Silveira; palco da tragédia que envolveu a morte de 12 crianças pelas mãos do assassino Wellington Menezes de Oliveira – que se matou no fim de sua incursão.
O protagonista da tragédia, antes mesmo do massacre havia admitido em vídeo obtido pelas investigações da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que as crianças que matou poderiam estar vivas se, autoridades escolares prestassem mais atenção à prática de ofensas e violência entre alunos nas escolas.
Doze crianças inocentes precisaram morrer para que o país começasse a refletir sobre possíveis causas e soluções para o problema. O bullying é tão grave e complexo, que extrai o Mr. Hyde de quem quer que seja o alvo – alterego maléfico do Dr. Jekyll, protagonista da obra de ficção científica “O médico e o monstro”, de autoria do escocês Robert Louis Stevenson –, trazendo à tona o pior de sua personalidade.
As crianças costumam ser muito cruéis uma com as outras, principalmente durante a sua fase nos ensinos fundamental e médio. Por isso é muito importante que haja de perto um acompanhamento psicopedagógico, para que se consiga antever eventuais desequilibrios psicológicos e emocionais que estejam prestes a criar outros Wellington’s, em qualquer que seja a região do mundo.
Mas só a sensibilidade de professores e outros profissionais da érea da Educação não é suficiente para lacrar e evitar a aparição do Mr. Hyde. É de extrema importância que os pais ou responsáveis por essas crianças tenham uma participação mais ativa em sua vida estudantil. Uma simples conversa ou qualquer tipo de demonstração de importância ao que essas crianças dizem ou expressam, podem fazer com que não se sintam tão sós, destinadas à enfrentar os problemas do cotidiano sem a ajuda de outras pessoas.
A união de familiares e a dedicação dos que trabalham na área da Educação podem evitar não só que apareçam outros assassinos, bandidos e terroristas em potêncial, municiados com todo o ódio e falta de sensibilidade que adquiriram pela indiferença da sociedade à eles, mas também cultivar e comemorar a participação na vida de adultos felizes, realizados e que perpetuam a educação, a tolerância e a bondade.
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