Muitas
brincadeiras, empurrões, esticões e xingamentos. Esse é o comportamento
corriqueiro de muitas crianças durante o recreio nas escolas, e que
pesquisadores sobre violência escolar afirmam ser o início para a
instalação dessa realidade agressiva nesse ambiente. Com o propósito de
traçar um perfil da violência escolar nas escolas municipais da cidade
de Itapetinga, alunos dos cursos de licenciatura em Química e Pedagogia
da Uesb participam da pesquisa “Ações socioeducativas em Direitos
Humanos e a reinserção do aluno na escola”, sob a orientação das
professoras Maria de Fátima Andrade Ferreira e Dulcinéia da Silva
Adorni.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da
Bahia (Fapesb) e terá duração de dois anos. Seis instituições do
município foram selecionadas para a realização do estudo, e a escola
Augusto de Carvalho foi escolhida para o início dos trabalhos, que estão
na fase de observação e aplicação
dos instrumentos de pesquisa. “Já pudemos observar que há manifestação
de violência de vários tipos entre alunos do ensino fundamental,
especificamente física e verbal”, observa a professora Maria de Fátima
Ferreira.
Sobre esse primeiro momento da pesquisa, a professora Dulcinéia Adorni
declarou que o momento mais significativo foi o trabalho de grupo focal
com os docentes. “Eles
colocaram as angústias, a solidão do trabalho e a sensação de
impotência frente a essas situações de violência e agressividade,
apontando a família como elemento complicador dessa relação, por não manter uma proximidade com as ações desenvolvidas por eles na escola”, relata.
Sobre as possíveis soluções para o enfrentamento da violência nos
ambientes escolares, a professora Maria de Fátima afirmou que a pesquisa
viabiliza o resgate dos valores morais com os alunos e com os
professores. “Ajuda a melhorar essa relação de comunicação, interação e
integração, permitindo ao docente desenvolver e aplicar estratégias para
minimizar essas situações”, explica. Para a professora do segundo ano
do ensino fundamental da escola Augusto de Carvalho, Ednalva Ferraz do
Prado, o estudo contribuirá no dia a dia. “Facilitará o trabalho
docente, ajudando com uma orientação para mudanças na prática de sala de
aula”, destaca.
por Érica Bomfim
Assessoria de Comunicação da UESB
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