Na
noite de sexta-feira, policiais civis ministraram uma palestra, com
exibição de armas e drogas, no colégio João dos Santos Areão, em Santa
Rosa do Sul, abordando questões relacionadas à violência na escola. A
iniciativa reflete a preocupação com os últimos acontecimentos
envolvendo agressões entre alunos e até pais. Para o delegado Ari José
Soto Riva as pessoas costumam não dar importância ao tema até elas
também se tornarem vítimas. Por isso a importância de falar abertamente
sobre o assunto.
O primeiro passo foi explicar as
atribuições das polícias civil e militar, presentes na região. A
primeira dedicada especialmente a investigação depois de acontecido o
crime e a segundo voltada a prevenção e repressão nas ruas. Para a
população, o aspecto mais visível das duas corporações é o fato da PM
usar farda. Riva aproveitou para distribuir material educativo sobre as
drogas mais usadas na região, com suas causas e consequências. E foi
duro no alerta: o destino de quem se envolve com drogas costuma ser a
prisão ou o cemitério. Além de destruir o próprio corpo e se afastar da
sociedade. "Este foi um problema que quando cheguei aqui há cerca de
três anos muito incomodava", reconheceu. A resposta foi muito trabalho.
Apenas em Santa Rosa do Sul foram presas cerca de 20 pessoas. Em toda a
comarca chegou-se a 65 presos por tráfico. De acordo com o delegado,
hoje restam alguns problemas em Praia Grande e Passo de Torres. "Santa
Rosa está controlado e sabemos quem é quem. Investigamos quietinhos, mas
temos mais de cem pessoas catalogadas apenas na cidade e sabemos de
cada passo delas", destaca.
Riva ainda abordou o perigo de armas nas
mãos da população, muitas delas indo parar nas mãos dos marginais. Mas o
ponto mais grave, disse, é a agressão, principalmente envolvendo
estudantes. Seu desejo, admitiu, é pegar os brigões e dar uma volta com
eles algemados pelas ruas, para que todos vejam. Pior ainda quando a
briga envolve pais. Um dos casos registrado chegou a justiça e os alunos
devem responder a um termo circunstanciado enquanto os pais poderão ter
que cumprir trabalho comunitário.O delegado deu um conselho que nem
sempre é fácil seguir: "quem foge de uma provocação não é covarde, pelo
contrário, mostra superioridade por não querer se envolver em briga".
Entre os poucos pais que
compareceram a palestra estava Rosineide Bauer Rocha Machado. Na sua
opinião, pai preocupado com o filho participa da vida dele quando a
escola chama. "Não ficamos 24 horas ao lado dos filhos mesmo que
queiramos. Então é válido receber orientação para evitar problemas",
observa. A vice-diretora, Lucimara Aparecida da Silva, diz que as portas
da escola foram abertas para ajudar a construir um ambiente melhor. Ela
reconhece que os últimos incidentes foram muito ruins para a imagem da
escola, mesmo tendo acontecido fora de seu pátio. "Escola não é local
para isso. Há um descontrole emocional que precisa ser trabalhado",
finaliza.
Fonte: Correio do Sul
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