terça-feira, 25 de setembro de 2012

Palestra combate violência escolar

Na noite de sexta-feira, policiais civis ministraram uma palestra, com exibição de armas e drogas, no colégio João dos Santos Areão, em Santa Rosa do Sul, abordando questões relacionadas à violência na escola. A iniciativa reflete a preocupação com os últimos acontecimentos envolvendo agressões entre alunos e até pais. Para o delegado Ari José Soto Riva as pessoas costumam não dar importância ao tema até elas também se tornarem vítimas. Por isso a importância de falar abertamente sobre o assunto.   

O primeiro passo foi explicar as atribuições das polícias civil e militar, presentes na região. A primeira dedicada especialmente a investigação depois de acontecido o crime e a segundo voltada a prevenção e repressão nas ruas. Para a população, o aspecto mais visível das duas corporações é o fato da PM usar farda. Riva aproveitou para distribuir material educativo sobre as drogas mais usadas na região, com suas causas e consequências. E foi duro no alerta: o destino de quem se envolve com drogas costuma ser a prisão ou o cemitério. Além de destruir o próprio  corpo e se afastar da sociedade. "Este foi um problema que quando cheguei aqui há cerca de três anos muito incomodava", reconheceu. A resposta foi muito trabalho. Apenas em Santa Rosa do Sul foram presas cerca de 20 pessoas. Em toda a comarca  chegou-se a 65 presos por tráfico. De acordo com o delegado, hoje restam alguns problemas em Praia Grande e Passo de Torres. "Santa Rosa está controlado e sabemos quem é quem. Investigamos quietinhos, mas temos mais de cem pessoas catalogadas apenas na cidade e sabemos de cada passo delas", destaca.

Riva ainda abordou o perigo de armas nas mãos da população, muitas delas indo parar nas mãos dos marginais. Mas o ponto mais grave, disse, é a agressão, principalmente envolvendo estudantes. Seu desejo, admitiu, é pegar os brigões e dar uma volta com eles algemados pelas ruas, para que todos vejam. Pior ainda quando a briga envolve pais. Um dos casos registrado chegou a justiça e os alunos devem responder a um termo circunstanciado enquanto os pais poderão ter que cumprir trabalho comunitário.O delegado deu um conselho que nem sempre é fácil seguir: "quem foge de uma provocação não é covarde, pelo contrário, mostra superioridade por não querer se envolver em briga".

Entre os poucos pais que compareceram a palestra estava Rosineide Bauer Rocha Machado. Na sua opinião, pai preocupado com o filho participa da vida dele quando a escola chama. "Não ficamos 24 horas ao lado dos filhos mesmo que queiramos. Então é válido receber orientação para evitar problemas", observa. A vice-diretora, Lucimara Aparecida da Silva, diz que as portas da escola foram abertas para ajudar a construir um ambiente melhor. Ela reconhece que os últimos incidentes foram muito ruins para a imagem da escola, mesmo tendo acontecido fora de seu pátio. "Escola não é local para isso. Há um descontrole emocional que precisa ser trabalhado", finaliza.

Fonte: Correio do Sul

Nenhum comentário:

Postar um comentário