Não tente acompanhar o ritmo de Daniel Boaventura, 42 anos, se você não for, como o artista: "ligado no 220 volts". Lançando o primeiro DVD da carreira e seu terceiro CD, Daniel Boaventura Ao Vivo, em cartaz como o patriarca Gomez no musical A Família Addams, em São Paulo, e prestes a voltar à TV em Guerra dos Sexos, o ator e cantor não para. E, apaixonado por tudo o que faz, garante não se cansar.

 

Daniel Boaventura lança primeiro DVD da carreira
“Tem semanas que eu durmo duas horas por noite. Mas é o que gosto de fazer e me considero forte. Acho que se é um compromisso que eu assumi no passado, tenho que dar conta”, afirma o astro, que também relembrou de um triste episódio da infância. Recém-chegado dos Estados Unidos, ele sofreu bullying dos colegas de escola, em Salvador (BA)."Os meninos me zuavam muito. Essa época foi barra pesada e vi como as crianças podem ser cruéis", lamenta.

A rotina de Daniel tem sido assim desde que, após atuar e cantar em muitos musicais, resolveu assumir seu lado cantor profissionalmente, paralelo ao de ator, há cerca de 5 anos. De lá para cá, engrossou o currículo com mais espetáculos, novelas de sucesso e lançou dois CDS:
Songs 4 U e Italiano. Com o dia a dia tão corrido, a agenda da vida pessoal do ator-cantor, como se autodenomina, só tem espaço para as duas filhas, Joana, 9 anos, e Isabela, 3, que estão seguindo os passos do pai. Pelo menos no que diz respeito ao gosto pelo rock.

Quer saber mais? Confira na entrevista abaixo:


Contigo! Online:
Como nasceu a ideia de gravar este DVD?
Daniel Boaventura:
Na verdade, é um projeto que nasceu quando eu resolvi encarar a carreira de cantor efetivamente, em 2007. Nesse meio tempo, gravei dois CDs, um em inglês e outro em italiano. E comecei a agregar músicas novas no meu repertório, todas muito bem aceitas. Hoje no repertório tem canções como New York, New York, She, I Loved You, entre outros clássicos. São canções que, apesar de ter estilos diferentes, achei que pudesse ter identidade na minha voz. Passado isso, em outubro de 2011 reuni uma equipe de primeira e decidimos fazer o registro. Foi uma grata surpresa. Estou feliz e orgulhoso.

Contigo! Online: E como se sentiu em frente àquelas 1. 500 pessoas que lotaram o Teatro Bradesco?
Daniel Boaventura:
Foi uma experiência ímpar. Claro que eu estava nervoso. Não queria errar nem ter de voltar. Quando ouvi o pessoal acompanhar foi incrível. Poder fazer dueto com a Paula Capovilla, uma das melhores cantoras de musicais, na minha opinião, foi um grande prazer. Vai além da sensação de dever cumprido, é deleite mesmo.

Contigo! Online Por que a Hebe e a Paula Fernandes estão nos extras e não na gravação do DVD em si?
Daniel Boaventura:
Eu adoraria tê-las lá no palco, mas achei que isso seria para o futuro. Até mesmo pela agenda delas. No caso da Paula, o encontro aconteceu na gravação do Show da Virada, da Globo, e foi um prazer conhecê-la. E a Hebe é a nossa referencia da televisão brasileira, uma diva, uma lady. Foi uma delícia participar do DVD dela!

Contigo! Online: Como administra as agendas de cantor e ator?
Daniel Boaventura:
A agenda profissional é muito tranquila para mim. Quando entro no estúdio é ator e pronto. No show, é o cantor. Eu uso a experiência como cantor para me concentrar e me expressar melhor em cena, diminuir a timidez. Já no musical é as duas coisas mesmo, sou ator-cantor. E eu adoro o teatro. Nunca tem uma coisa igual.

Contigo! Online: Falando nisso, como será seu personagem em Guerra dos Sexos (próxima novela da Globo das 7)? 

Daniel Boaventura:
O Nenê é uma delicia... Um muambeiro, cafajeste, trapaceiro, bon-vivant, a irmã dele, personagem da Drica Moraes, mima ele. Ela é uma querida, um talento assustador. E ele tem uma outra irmã, feita pela Glória Pires, que é formidável. Estou mal, viu (risos?!

Contigo! Online: E como se sente de exercer as duas profissões ao mesmo tempo?
Daniel Boaventura:
Poder trabalhar na TV e nos palcos é muito especial. É um momento especial da minha vida, com certeza.

Contigo! Online: O que faz no tempo livre?
Daniel Boaventura:
Quando tenho folga é para ficar com as minhas filhas. Gosto de ver DVD ou encontrar os amigos. Estou solteiro (Em 2010, seu casamento de 12 anos com Juliana Serbeto chegou ao fim) e meu passatempo é comer e tomar vinho. Adoro comer! Depois, quando dá, corro para manter a forma.

Contigo! Online: Você morou fora do país, certo?
Daniel Boaventura:
Isso mesmo! Primeiro, bem pequeno, morei em Paris, na França, e, depois, durante três anos, nos Estados Unidos. Fui para lá aos 8 anos e em seis meses estava falando tudo em inglês. Foi um momento de muito aprendizado para mim. Saí de lá fortemente influenciado em relação a tudo, principalmente à música, o rock e o jazz. E continuou quando voltei para a Bahia. Eu sou de Salvador.

Contigo! Online: Como foi sua adaptação nesse retorno?
Daniel Boaventura:
Difícil. Eu era o americano no meio da galera que gostava de Carnaval e eu nem sabia o que era direito. Sofri bullying por causa disso. Os meninos me zuavam muito. Essa época foi barra pesada e vi como as crianças podem ser cruéis. E olha que eu era mais briguento antes (risos)!. Foi bom para mim porque eu aprendi a fazer o que gosto, independente da maioria. Nunca deixaria de gostar de nada por pressão.

Contigo! Online: Acabou influenciando suas filhas?
Daniel Boaventura:
Acredito que sim. É aquele negócio de dar acesso, de mostrar. A Isabela, por exemplo, só tem 3 anos e está na fase rock, acredite se quiser. Só não vou apresentar o Pink Floyd ainda porque acho que ela não vai gostar (risos). A Joana gosta muito de teatro também, quando era menor dizia que seria teatriz (uma espécie de atriz de teatro... Risos). E ela já está há três anos estudando na escola de artes Célia Helena. Ela é uma leitora ávida, gosta das obras de Caravaggio, Degas, adora música e tem uma memória incrível. As crianças dessa nova geração dão medo! Elas são práticas e têm uma visão incrível. Se Jojo seguir carreira, com certeza, será 100 vezes melhor do que eu.