Família de um dos menores já acionou a Justiça.
Escola busca medidas pedagógicas para acabar com o problema.
Ao longo do tempo, as agressões evoluíram de palavras para ataques físicos. O adolescente, que teve a identidade preservada, disse que chegou a levar um chute de uma colega e precisou ser internado, como comprovou um exame de corpo delito. “Muita dor e revolta. Você pensa que está em 2012 e que não poderia acontecer isso dentro de uma escola que já foi referência”, lamentou a mãe do garoto, que já registrou um boletim de ocorrência.
Segundo o estudante, as ofensas também partem de uma professora. “Ela implica muito. Xinga e fala que eu não tenho vergonha na cara. Esses dias eu esqueci o lápis e ela disse que iria furar meu dedo para eu escrever com sangue. E é só comigo, só. Eu já perdi muita amizade, porque ficam com medo dela”, explicou, quase chorando.
caso não é isolado. Outro aluno, de apenas sete anos, também foi agredido por uma professora substituta. “Ele falou que essa pessoa o jogou contra a parede, onde ele chegou a bater com a cabeça. Eu procurei a direção da escola para comunicar o ocorrido”, revelou a mãe da criança. Tal situação levou a família à Justiça e uma ação ainda está em andamento.
Soluções
Quando os conflitos não são solucionados dentro da sala de aula, nem pela direção do colégio, as reclamações são encaminhadas para a Superintendência Regional de Ensino (SRE). Só neste semestre já foram feitas oito intervenções em escolas públicas de Uberaba. “A Superintendência ouve todas as partes e parte-se, daí, para um resultado. Um resultado com processo administrativo ou intervenções pedagógicas ou até mesmo intermediação de conflitos”, explicou o superintendente regional de ensino, Eduardo Fernandes Callegari.
O processo, no entanto, é demorado. E enquanto isso, a professora “processada” continua em sala de aula. “Se for designado e perceber que o erro partiu dele [professor], nós temos instrumentos legais para desligá-lo da escola. Quando é efetivo encaminhamos para Belo Horizonte para que seja instalado o processo administrativo”, ressaltou Eduardo.
No caso de bullying praticado por alunos, a orientação da Superintendência é pela intervenção pedagógica compatível com a agressão. Em alguns casos, até mesmo a transferência do agressor. A solução para diminuir o problema em uma escola do bairro Alfredo Freire foi transformar o assunto em tema de aula. O resultado é a conscientização dos alunos. “Depois desse projeto diminuíram demais as agressões verbais”, contou a diretora da escola, Maria da Graça.
Hoje, eles sabem que bullying é crime. Mas, um dia, já foram vítimas e personagens desta história. Na escola o problema acabou, mas nem sempre as marcas se apagam. “Crianças, adolescentes, ficam com traumas para o resto da vida. Questão de medo de certas situações, pois ele começa a ter medo de enfrentar, de não querer conversar com as outras pessoas por receio de elas também fazerem alguma brincadeira sem graça. Então, eles se excluem”, disse a pedagoga Eliana Freitas.
Já o primeiro estudante citado nesta matéria, disse o que espera do futuro:“Eles têm que aprender a me respeitar lá. Meus três irmãos estudaram lá e nunca aconteceu isso com eles”, finalizou.
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