quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ENTREVISTA - homenagem da Cia Atores de Mar' ao ator PATRICK MORAES pelos 10 anos de carreira

Aos doze anos, foi lançado como ator. Aos treze, já era assistente de direção. Este ano, o ator PATRICK MORAES está completando 10 anos de carreira ininterruptas. Estreiou com "O Casaco Encantado" de Lúcia Benedetti ao lado da irmã, a atriz PRISCILLA MORAES e do ator PEDRO FARAH, ficando em cartaz por dois anos. Em 2008, estreiou como diretor em "A Batalha da Vírgula Contra o Ponto Final" e, desde 2004, faz o espetáculo que tem levado conscientização e prevenção aos alunos de todo o Brasil, que é o BULLYING. Também é um dos fundadores da Cia Atores de Mar'. 


O CASACO ENCANTADO - em cena PATRICK MORAES, LUCIANO MAFRA, PALOMA BRANDÃO e PEDRO PERESTRELLO


CIA ATORES DE MAR': Que doideira é esta de jogar futebol na escolinha do Flamengo e largar tudo para se dedicar a arte de representar?
PATRICK MORAES: Pois é... eu não esperava por isso. Sempre me dediquei ao futebol e em 2002, fiz meu primeiro espetáculo, com um personagem pequeno, poucas aparições, mas que marcou muito. As pessoas que assistiam comentavam muito. E assim, tive meu primeiro contato mais forte com a arte, com os 3 meses de ensaios, o tempo que ficamos em cartaz, tudo o que, hoje em dia, faz parte da minha rotina. Ainda passei uns dois, três anos conciliando o teatro com o futebol, até que optei mesmo pela carreira de ator, onde sou realizado. Valeu a pena!




O CASACO ENCANTADO - elenco PALOMA BRANDÃO, DANIELE ZAMORANO, PEDRO PERESTRELLO, MICHELE DE JESUS, PEDRO FARAH, PRISCILLA MORAES, LUCIANO MAFRA, PATRICK MORAES e GISELE OLIVER. Direção MAR'JUNIOR, texto LUCIA BENEDETTI

Antes da estréia profissional, PATRICK MORAES teve uma pequena passagem no teatro amador fazendo uma peça da "Turma do Didi" na sua escola. Isso foi nos ano 2000, onde ele era um menino de apenas dez anos e, pelo que consta, muito tímido.

CIA ATORES DE MAR': A timidez foi um grande problema pra você? E como foi esta primeira relação com o público - colegas, professores e pais de alunos?
PATRICK MORAES:  A timidez sempre foi uma dificuldade que tive, em relação a tudo na minha vida. E achava que isso seria um problema grande para eu fazer teatro. Junto com a timidez vinha o ''medo'' da platéia. Mas, com o tempo, fui sabendo lidar com a minha timidez. O teatro ajuda muito nisso, na desinibição e na forma de se comportar diante das pessoas e eu melhorei muito neste quesito. A primeira relação com o público foi ótima, descobrindo uma nova forma de contato, algo que era desconhecido por mim e foi se aperfeiçoando ao longo do tempo. A timidez existe até hoje, isso faz parte da minha personalidade, mas o teatro me fez ver que é possível conviver com ela, sem que seja um adjetivo negativo para mim.

Um momento delicado é falar da relação pessoal com a profissional. Para quem não sabe, PATRICK MORAES foi lançado como ator pelo seu pai, o diretor e roteirista MAR'JUNIOR. Além disso, Patrick foi seu assistente em diversos espetáculos, como também inaugurou a Escola de Teatro da Cia Atores de Mar' em 2004, sendo assistente até 2009 e, em 2010, assumiu a coordenação da Escola. Outro dado interessante é que Patrick dividiu com Mar' a direção de BULLYING e A BATALHA DA VÍRGULA CONTRA O PONTO FINAL.

 

 
 A BATALHA DA VÍRGULA CONTRA O PONTO FINAL - em cena PATRICK MORAES, ABEL MARQUES e TAIANA STORQUE

CIA ATORES DE MAR': É difícil trabalhar com Mar'Junior ou é mais difícil trabalhar com seu pai? Até que ponto esta relação é benéfica?
PATRICK MORAES: Olha, isso pra mim sempre foi bem tranquilo, até porque estou acostumado desde cedo. A gente sabe separar bem o lado pessoal do profissional. As vezes, acontecem algumas divergências de opiniões, mas que são facilmente resolvidas. Colocando em uma balança, esta relação é muito mais positiva do que negativa. Eu já sei do jeito dele de ser e vice-versa, isso facilita muito, pois conhecemos os limites do outro, sabemos até aonde podemos chegar. E o trabalho faz com que eu tenha muito contato com meu pai. Se eu trabalhasse com outro profissional, provavelmente me afastaria mais. E o Mar'Junior é um excelente profissional, que me ensina muito, tanto como pai quanto como artista. Eu aprendo nos dois lados ao mesmo tempo.

CIA ATORES DE MAR': E quantos espetáculos que você participou como ator nesses dez anos?
PATRICK MORAES: Creio que tenham sido 17 espetáculos. Alguns com mais tempo de duração, como o caso do BULLYING (já são 8 anos em cartaz) e outros com poucas apresentações. Espetáculos infantis, juvenis e de teatro corporativo.

Logo no início da carreira, 2003, PATRICK MORAES fez seu primeiro filme, o curta DUDA, A CARTEIRA participando com um time de peso como Lady Francisco, Pedro Farah, Thalita Ribeiro, Debby Lagranha, Maurício Cunha, Mar'Junior, com direção da Priscilla Moraes. O filme rodou o país participando de alguns festivais. 




DUDA, A CARTEIRA um filme de PRISCILLA MORAES - PATRICK MORAES contracenando com MAR´JUNIOR

CIA ATORES DE MAR': Mais uma vez você trabalhou sob a direção de um membro da sua família. Como foi esta experiencia?
PATRICK MORAES: Foi bem bacana e díficil. Difícil porque pela primeira vez, tive contato com o cinema, com o processo das filmagens e por ser direção da minha irmã, acompanhei o processo quase todo. Foi uma experiencia nova para mim (como ator), com as dificuldades que a câmera traz. E para minha irmã também foi a primeira experiência dirigindo um filme. Trabalhar com quem eu amo, é muito mais facil para mim. Encaro a arte como minha profissão, mas é algo que eu amo fazer e quando estou em um ambiente que já ''domino'', com pessoas que eu gosto, fica tudo melhor.


ESCOLA É D+ - piloto do seriado com PATRICK MORAES, PRISCILLA MORAES, TAMARA RIBEIRO e MAR´JUNIOR

Em 2010, PATRICK MORAES teve um experiencia diferente participando do programa TEMPO DE AVIVAMENTO, na época veiculado na Rede Tv aos domingos, por nove semanas. O programa tinha um tema, este tema era dramatizado e depois discutido em estúdio. Os temas discutidos eram sobre drogas, voto, gravidez na adolescencia, bullying, piercing, entre outros.

CIA ATORES DE MAR': Como foi fazer este projeto, que era totalmente novo pra você? Como eram diferentes personagens como você os projetou?
PATRICK MORAES: Assim como no caso do cinema, este projeto foi minha primeira oportunidade como ator na televisão. Para quem não conhece, pode até achar que não tem muita diferença do teatro para tv, mas há sim. A câmera, o fato de você está sendo focalizado, o ângulo, a menor movimentação, tudo influencia. E as dificuldades foram muitas no inicio. Foi uma ótima experiência, valeu muito, aprendi bastante. E hoje, observando as nove cenas que fizemos, vejo uma diferença gritante entre a primeira e a última. Eu, a Juliana e o Junior fomos evoluindo ao longo das semanas e isso é o mais importante. Os personagens foram sendo criados de acordo com os temas, com as caracteristicas diversas. Tive a oportunidade de criar diferentes tipos e isso, para um ator, é maravilhoso.

PATRICK MORAES formou-se em licenciatura em artes cênicas pela Estácio de Sá em 2010. Lá conheceu JULIANA BEHLA, JUNIOR BEÉFIERRI E MARCELO NORUEGA, que hoje fazem parte da Cia Atores de Mar'. Marcelo junto com NATASHA VIC, que entrou por teste na Cia, estão sendo dirigidos por ele, em seu primeiro trabalho solo, no infantil A FORMIGA E O ELEFANTE, com texto de Mar'Junior.

CIA ATORES DE MAR': Como foi saber que você assinaria a direção de um espetáculo da Cia pela primeira vez sozinho? E como é trabalhar com uma galera que se formou com você. Como fica esta relação?
PATRICK MORAES: Foi mais um desafio na minha carreira. Uma coisa nova, uma oportunidade de desenvolver outro lado artístico, que é o da direção. Encarei como desafio e como um aprendizado. E trabalhar com essa galera, é muito fácil. São meus amigos, antes de trabalharmos juntos, afinal foram três anos de convivência na faculdade. Então, trabalhar no dia a dia com a Juliana, o Junior e o Marcelo é ótimo, porque são pessoas que se encaixam no perfil da Cia e eu já conheço, sei aonde posso chegar, o que posso exigir, o que posso ensinar e o que posso aprender com eles. Formamos uma família!

Patrick, em 2004, começou a fazer do projeto BULLYING, algo audacioso para a época e que, hoje, já alcançou diversas cidades brasileiras. Um trabalho estruturado, feito em equipe, que cresce a cada dia, atingindo um número considerado de pessoas que assistem. Patrick escreveu as letras e, pela primeira vez, canta as músicas do espetáculo com os atores da Cia Atores de Mar'. Sendo que, em 2013, o CD BULLYING será lançado.





BULLYING - em cena PATRICK MORAES, JULIANA BEHLA e JUNIOR BEÉFIERRI

CIA ATORES DE MAR': Todos sabem que BULLYING é a nossa marca. E para você, o que BULLYING representa, o que BULLYING é?
PATRICK MORAES: É a minha marca também. As pessoas me conhecem por causa do BULLYING. Eu chegava na faculdade e todo mundo sabia do BULLYING. As pessoas me adicionam nas redes sociais e comentam "Ah, você é o menino do BULLYING". É quase um sobrenome... É o principal projeto da Cia, é o espetáculo em que fiquei mais tempo em cartaz, cada apresentação é uma descoberta nova. Vamos aperfeiçoando o projeto, hoje com as músicas, o desafio de cantar e dançar... Enfim, é um projeto que leva o nome da Cia Atores de Mar' e que eu, como ator, tento fazer cada vez melhor para o nosso público.


BULLYING - em cena PATRICK MORAES, JULIANA BEHLA, JUNIOR BEÉFIERRI e AGATHA DUARTE

CIA ATORES DE MAR': Deixe um recado para seus fãs.
PATRICK MORAES: Valeu, galera! Obrigado por essa oportunidade. São 10 anos de carreira... de uma carreira que está apenas no inicio. Espero que venham muitos e muitos anos e que eu possa levar sempre uma mensagem boa para todos vocês. Obrigado pelo apoio, pelas mensagens e vamos seguindo em frente, com mais projetos para vocês. Beijão.


Por Dannuzia Lima

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