sábado, 15 de setembro de 2012
Violência e insegurança nas escolas diminuiram em Portugal
A PSP considera que o programa Escola Segura tem contribuído para diminuir a violência e o sentimento de insegurança no espaço escolar, sendo hoje o “bastião da prevenção” da Polícia.
“A verdade é que hoje temos uma geração de cidadãos que cresceu com a Escola Segura e não temos dúvidas que existem frutos desse trabalho que hoje tocam na sociedade”, disse à agência Lusa o comissário Hugo Guinote, da Divisão de Prevenção Pública e Proximidade da PSP, que gere o programa Escola Segura.
Com 20 anos de existência, que completa no domingo, o programa Escola Segura tem como principal objetivo prevenir não só os crimes, mas também todos os comportamentos marginais, tendo também como missão o policiamento nas imediações dos estabelecimentos de ensino, uma vez que os agentes só entram nas escolas quando são solicitados.
Nesse sentido, as grandes apostas da iniciativa têm sido a prevenção rodoviária, violência doméstica, que muitas vezes começa no namoro, consumo de droga e álcool, além da articulação que os agentes fazem com as instituições sociais no apoio às famílias dos alunos.
“Mais do que a prática de crimes é evitar que os jovens possam cair em comportamentos desviantes e marginais”, afirmou o comissário Hugo Guinote.
Destacando os “frutos” que o programa tem conseguido ao longo de 20 ano, sublinhou que no espaço escolar a violência diminuiu e o sentimento de segurança aumentou devido à proximidade que os agentes mantêm com os corpos diretivos das escolas e professores, mas “sobretudo” com os alunos.
“Não temos dados que permitam fazer uma comparação exaustiva em relação aos números de 1992 com os dados que temos agora, porque os indicadores foram sendo alterados, mas a verdade é que a violência no espaço escolar está, de facto, menor e, sobretudo, o sentimento de segurança aumentou”, sustentou.
Hugo Guinote adiantou que devido ao cariz preventivo da iniciativa a PSP não consegue quantificar “quantos jovens não praticaram crimes, não caíram em comportamentos desviantes e aderiram a grupos marginais fruto das ações de sensibilização que foram feitas pelos elementos da Escola Segura”.
Porém, garantiu que “é o bastião da prevenção” que hoje existe nas forças de segurança.
“O programa tem tantas vantagens que, de facto, existe há 20 anos e não há perspetivas de sofrer alterações, porque a fórmula está correta”, disse.
Para o comissário da PSP, a realidade de hoje nas escolas é diferente, não existindo tanta violência e conflitos do que há 20 anos.
“Julgo que no início havia mais violência nas escolas, sobretudo violência grupal. Acontecia com alguma regularidade, em algumas escolas, juntarem-se diferentes grupos, sobretudo nas imediações, onde ocorriam confrontos. Esse fenómeno foi diminuindo com o tempo e hoje temos uma realidade diferente, com problemas, mas mais serena”, disse.
Entre os principais problemas de hoje estão o bullying, violência física e psicológica, que não acontecia há 20 anos, além dos furtos, que ainda são uma realidade.
Com 391 agentes, o programa Escola Segura da PSP abrange cerca de um milhão de alunos de 3.453 escolas.
O programa teve início em 1992, fruto de um protocolo entre o Ministério da Administração Interna e o Ministério da Educação. A GNR também tem um programa deste género na sua área de atuação.
Lusa / SOL
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