Da Redação - André Garcia Santana
Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto
“Nem considero o que aconteceu como bullying, acredito que foi tortura mesmo, porque é muita maldade”. É assim a mãe do menino J.V.R.S, de 11, Simone Rodrigues, classifica a situação vivida pelo filho, amarrado com um barbante no banheiro da escola, na segunda-feira (26). Deficiente auditivo, ele foi amordaçado com uma fita e ameaçado de ter a cabeça enfiada na privada. Em casa, reclamou dores nas proximidades das costelas e apresentou marcas nos pulsos, decorrentes do momento no qual foi atado por quatro adolescentes, de 13 e 14 anos.
Leia mais:
Alunos amarram criança deficiente em banheiro de escola e ameaçam colocar cabeça na privada
As oitivas com os suspeitos e a vítima foram realizadas ao longo da tarde desta terça-feira (27) na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), pela delegada Anaíde Barros, responsável pelo caso. Na recepção da unidade a cabeleireira contou ao Olhar Direto que o menino demorou um pouco a se dar conta da gravidade do acontecido, tendo se mostrado cabisbaixo só no final da noite.
“Na cabeça dele o que aconteceu foi uma brincadeira, tanto que ao perceber a repercussão ele me perguntou se seus amigos haviam sido presos. Ele não tem essa malícia. Tive que conversar com ele, explicar que não é assim, que isso é uma coisa grave, que não dá pra tratar como brincadeira, e que os meninos não são amigos dele. Quando eu soube, fiquei desesperada, cheguei na escola super nervosa. Mas ele estava até tranqüilo, inclusive pediu pra me darem água pra eu me acalmar”, lembra.
Esta não seria a primeira vez que J.V. que sofre situações de bullying. Em uma das ocasiões ele teve o boné rasgado por outras crianças. Agora sua mãe tem medo que a situação volte a se repetir e cogita tirá-lo da escola caso medidas contundentes não sejam adotadas pela administração. “As pessoas até estranham porque ele é muito tranqüilo, se dá bem com todos. Não merecia isso não. Ontem ele percebeu que a mídia estava dando a notícia e quando todo mundo ficou sabendo, nós recebemos muitas visitas, está todo mundo indignado”, completou.
Embora a Escola Estadual Salim Felício negue que tenha havido agressões físicas, confirmando "apenas" que a criança foi amarrada, Simone questiona o posicionamento da instituição, localizada no bairro Jardim Cuiabá, na Capital. Ela alega que além de ter relatado dores, o filho também contou que os meninos chegaram a agredi-lo, tendo direcionado sua cabeça ao vaso sanitário.
No saguão da delegacia, familiares dos menores suspeitos pelo crime se indignaram com o tratamento dado a eles. De acordo com a dona de casa Maraísa Ferreira da Silva, seu filho, de 14 anos, não participava da brincadeira e estava apenas no banheiro no momento em que os outros adolescentes foram flagrados. “Podem olhar o histórico escolar dele, não tem nenhum problema, eu nunca fui chamada na escola. Ele não dá trabalho. Agora estão dizendo que ele é maconheiro, que mexe com droga. Meu filho mal sai de casa”, explica.
Maraísa teme que esse tipo de associação possa prejudicar o garoto, que sofre de uma doença no sangue. Sua principal revolta é a forma como ele e os outros menores foram abordados. “Não era só esse grupo que estava fazendo isso. Por conta da festa junina, vários alunos pegaram o barbante das bandeirolas e estavam brincando uns com os outros.”
Outra mãe, que preferiu não se identificar, afirma que o filho foi tratado como “bandido”. “Nós não estamos dizendo que eles estão certos. Tudo não passou de uma brincadeira, mas uma brincadeira de mau gosto. Se meu filho errou, ele vai pagar, mas não é assim. Algemaram eles, colocaram no camburão, trataram igual criminoso lá no Cisc, chamando de vagabundo. Nós temos fotos pra comprovar.”
Na data da ocorrência a Seduc informou que todas as providências necessárias já foram tomadas e destacou que palestras e projetos voltados a coerção e conscientização contra o bullying são realizados periodicamente, na tentativa de orientar os jovens. A proposta, segundo a pasta, é intensificar gradualmente estas ações para que ocorrências desse tipo não sejam mais registradas.
Leia mais:
Alunos amarram criança deficiente em banheiro de escola e ameaçam colocar cabeça na privada
As oitivas com os suspeitos e a vítima foram realizadas ao longo da tarde desta terça-feira (27) na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), pela delegada Anaíde Barros, responsável pelo caso. Na recepção da unidade a cabeleireira contou ao Olhar Direto que o menino demorou um pouco a se dar conta da gravidade do acontecido, tendo se mostrado cabisbaixo só no final da noite.
“Na cabeça dele o que aconteceu foi uma brincadeira, tanto que ao perceber a repercussão ele me perguntou se seus amigos haviam sido presos. Ele não tem essa malícia. Tive que conversar com ele, explicar que não é assim, que isso é uma coisa grave, que não dá pra tratar como brincadeira, e que os meninos não são amigos dele. Quando eu soube, fiquei desesperada, cheguei na escola super nervosa. Mas ele estava até tranqüilo, inclusive pediu pra me darem água pra eu me acalmar”, lembra.
Esta não seria a primeira vez que J.V. que sofre situações de bullying. Em uma das ocasiões ele teve o boné rasgado por outras crianças. Agora sua mãe tem medo que a situação volte a se repetir e cogita tirá-lo da escola caso medidas contundentes não sejam adotadas pela administração. “As pessoas até estranham porque ele é muito tranqüilo, se dá bem com todos. Não merecia isso não. Ontem ele percebeu que a mídia estava dando a notícia e quando todo mundo ficou sabendo, nós recebemos muitas visitas, está todo mundo indignado”, completou.
Embora a Escola Estadual Salim Felício negue que tenha havido agressões físicas, confirmando "apenas" que a criança foi amarrada, Simone questiona o posicionamento da instituição, localizada no bairro Jardim Cuiabá, na Capital. Ela alega que além de ter relatado dores, o filho também contou que os meninos chegaram a agredi-lo, tendo direcionado sua cabeça ao vaso sanitário.
No saguão da delegacia, familiares dos menores suspeitos pelo crime se indignaram com o tratamento dado a eles. De acordo com a dona de casa Maraísa Ferreira da Silva, seu filho, de 14 anos, não participava da brincadeira e estava apenas no banheiro no momento em que os outros adolescentes foram flagrados. “Podem olhar o histórico escolar dele, não tem nenhum problema, eu nunca fui chamada na escola. Ele não dá trabalho. Agora estão dizendo que ele é maconheiro, que mexe com droga. Meu filho mal sai de casa”, explica.
Maraísa teme que esse tipo de associação possa prejudicar o garoto, que sofre de uma doença no sangue. Sua principal revolta é a forma como ele e os outros menores foram abordados. “Não era só esse grupo que estava fazendo isso. Por conta da festa junina, vários alunos pegaram o barbante das bandeirolas e estavam brincando uns com os outros.”
Outra mãe, que preferiu não se identificar, afirma que o filho foi tratado como “bandido”. “Nós não estamos dizendo que eles estão certos. Tudo não passou de uma brincadeira, mas uma brincadeira de mau gosto. Se meu filho errou, ele vai pagar, mas não é assim. Algemaram eles, colocaram no camburão, trataram igual criminoso lá no Cisc, chamando de vagabundo. Nós temos fotos pra comprovar.”
Na data da ocorrência a Seduc informou que todas as providências necessárias já foram tomadas e destacou que palestras e projetos voltados a coerção e conscientização contra o bullying são realizados periodicamente, na tentativa de orientar os jovens. A proposta, segundo a pasta, é intensificar gradualmente estas ações para que ocorrências desse tipo não sejam mais registradas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário