O tempo passa e a situação só piora no que diz ao relacionamento entre alunos e professores nas escolas públicas. Infelizmente a figura do professor vem sendo ignorada há muito tempo e até mesmo subestimada, tanto pelos alunos como pelo Estado. Uma das profissões mais importantes é uma das mais ignoradas, principalmente pelo governo, seja federal ou estadual, que paga muito mal e não dá condições decentes de trabalho. De outro lado, há cada vez menos interesse de alunos pelos estudos e as escolas públicas viraram ponto de encontro de marginais, além do interesse pela merenda, já que boa parte da clientela é de famílias pobres, que mal têm o que comer em casa. O ensino ficou em segundo plano... ou mais! O desinteresse da maioria dos alunos leva os professores à loucura (literalmente) e muitas vezes a “cobrança” acaba em discussão e agressão. Tem aumentado muito o desacato e humilhação em sala de aulas em relação aos professores. E vêm se tornando comuns as agressões. Por causa de uma discordância em relação a notas de um trabalho escolar, um aluno de 15 anos e sua professora de Inglês protagonizaram uma briga dentro da sala de aula. O fato aconteceu em uma classe do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Santa Cecília, em Santos. O desrespeito é tanto que o aluno pegou o diário de classe para apagar a nota (baixa) dele. Os casos de agressão a professores nas escolas públicas paulistas têm crescido entre 30% e 40% por semestre nos últimos três anos, segundo o Observatório da Violência do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). São registrados mais de 300 casos de agressão física ou verbal a docentes durante as aula, por semestre. Segundo a Apeoesp70% dos professores que sofrem de estresse foram vítimas de algum tipo de agressão por parte dos alunos e muitos chegam a pedir transferência por se sentirem desmoralizados nas escolas e nem todos registram ocorrência por medo de perseguições. Tanto a família como a escola podem estabelecer regras para evitar a violência escolar. É possível proteger seu filho para que não se converta em um agressor ou em uma vítima de agressão. Pelo menos existem algumas pautas que podem ajudar tanto a família como os educadores e a sociedade de um modo geral, a prevenir este fenômeno. Lutar contra o abuso é uma responsabilidade de todos. Cada parte implicada deve cumprir seu papel. Contudo, os casos de agressões proliferam nas escolas públicas e acabam sendo notícias na imprensa. Em Franco da Rocha, a Polícia Civil apura quem foi o aluno que jogou uma lata de lixo na cabeça de uma professora. Maria de Fátima dos Santos dá aulas de sociologia e filosofia na Escola Estadual Professor Zilton Bicudo. O aluno responsável pela agressão poderá ser suspenso ou transferido de escola.Na segunda-feira da semana passada, estudantes apagaram a luz da sala de aula e jogaram uma lixeira que acertou o olho da professora. “Na hora eu senti muita dor, não consegui enxergar nada, deu um desespero”, disse. Ela deve ficar de licença até a próxima semana. Apesar do susto, a professora afirmou que quer voltar a trabalhar. O professor Edilson Oliveira Silva foi baleado dentro de uma das salas de aula do Colégio Estadual Augusto Ferraz, no bairro Industrial, zona norte de Aracaju (SE), na noite de segunda-feira. Ele fazia a chamada quando dois alunos discutiram e um deles atirou no outro, mas o disparo acabou acertando o professor. É simplesmente absurdo que alunos entrem armados nas escolas. As escolas viraram “terra de ninguém”. Mas, certamente, a causa principal de toda violência escolar está ligada às drogas. Afinal de contas, o tráfico é um péssimo exemplo para os jovens, que na verdade acabam sendo seduzidos pelos traficantes, tanto como consumidores como parte do tráfico. Eles recebem uma “certa proteção” do crime organizado e isso os incentiva a enfrentar quem quer que seja, até mesmo os professores e diretores de escolas, passando por cima feito tratores. O problema é sério e não há perspectiva de melhora, principalmente pela nulidade e fraqueza do governo. Não há rigor e nem proteção aos professores. Uma vergonha!
Fonte: Jornal da Manhã
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