quinta-feira, 11 de abril de 2013

Suspeito de assalto em escola é aluno da instituição e conhecido por furtos de cadernos e mochilas


Pelo menos um dos assaltantes era bastante conhecido das vítimas: Caíque Fonseca da Costa, 18 ano, é aluno da instituição



Foto: Almiro Lopes
Armados, roubaram celulares dos alunos e fugiram pelos muros

Luana Ribeiro e Alexandro Mota
luana.ribeiro@redebahia.com.br


Alunos e professores do Colégio Estadual Governador Lomanto Junior, localizado em Itapuã, foram surpreendidos na manhã de ontem com uma invasão, seguida de assalto, realizado por três homens armados com facas. 

A maior surpresa, no entanto, é que pelo menos um deles era bastante conhecido das vítimas: Caíque Fonseca da Costa, 18, é aluno da instituição, de acordo com a 12ª Delegacia (Itapuã).
 
Ainda segundo o boletim de ocorrência registrado na unidade, o outro assaltante foi identificado como um adolescente que seria estudante do Colégio Estadual Rotary, na ladeira do Abaeté. O terceiro integrante do grupo ainda não foi identificado. 

“Eles conheciam a área, conheciam o colégio, então foi mais fácil”, afirma o delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, titular da 12ª DT. Segundo o delegado, eles entraram no colégio por volta das 10h15, pulando o muro dos fundos, que dá acesso à rua Calazans Neto. 

Apenas em uma das salas de aula, na qual havia cerca de 15 alunos, ocorreu o assalto: enquanto Caíque ameaçava as vítimas com uma faca, Gabriel recolhia os celulares dos estudantes. Na porta da sala, o terceiro homem observava a movimentação no entorno.  

Na delegacia, foi registrado o roubo de oito celulares, mas o delegado estima que cerca de 12 alunos foram assaltos. De acordo com o delegado plantonista da 12ª Delegacia, Sérgio Sotero, Caíque já era conhecido entre os colegas pelo furto de cadernos, mochilas e dinheiro.

Após concluírem a ação, os três homens fugiram pulando o mesmo muro. Segundo um aluno do 1º ano do Ensino Médio, que preferiu não se identificar, a ação foi discreta e não foi percebida do lado de fora. “A gente só viu a confusão, mas ninguém entendeu o que tinha acontecido“.
 
De acordo com o Departamento de Comunicação Social da PM, o colégio acionou a polícia por volta das 10h30 e uma equipe da 15ª CIPM (Itapuã) foi deslocada para o local, mas os assaltantes já tinham fugido. Os três chegaram a ser vistos pelo namorado de uma das estudantes na ladeira do Abaeté, que conseguiu reaver o celular roubado da jovem.
 
Segundo o delegado plantonista da 12ª Delegacia, equipes realizaram buscas na região para tentar prendê-los em flagrante. O delegado titular afirmou, no entanto, que já foi pedida a prisão preventiva para os dois rapazes já identificados e que a expectativa é de que ainda hoje eles sejam conduzidos à unidade policial.

Vigilante
Em nota oficial, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) informou que um porteiro e um vigilante estavam no colégio no momento do crime e que no período vespertino e noturno também atuam vigilantes e porteiros. 

Apesar de reconhecer que três pessoas “adentraram” no estabelecimento de ensino no turno da manhã, a SEC afirma que não houve registro de violência dentro da escola e que a secretaria já solicitou à PM um reforço da atuação da Ronda Escolar no entorno do colégio. 

Ainda de acordo com a secretaria, as aulas foram interrompidas apenas pela manhã, mas prosseguiram normalmente nos outros dois turnos de funcionamento.

Professores vivem insegurança; sindicato quer convocar reunião
Para o professor Rui Oliveira, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB Sindicato), a ação do grupo no Colégio Estadual Governador Lomanto Junior é preocupante. “Isso ocorria muito, gangues com participação de aluno. Já chegaram aqui diversos casos em escolas de Pernambués, Nordeste de Amaralina, Liberdade, São Caetano Fazenda Grande e Subúrbio Ferroviário. Lamento que isso esteja voltando”, analisa. 

O professor planeja averiguar o assalto dentro do Colégio Estadual Lomanto Júnior e convocar uma reunião com a comunidade, alunos, professores e a polícia para definir ações de prevenção. “A violência nas escolas tem relação com a que ocorre externamente. A escola reproduz a sociedade”, observa ele, destacando o prejuízo que  esse tipo de ocorrência traz para os educadores e afirma ser difícil para o professor poder observar o comportamento de cada aluno. “O professor não ter segurança no seu ambiente de trabalho dá instabilidade. São muitos alunos, não tem como identificar esse tipo de aluno”, analisa.

Fonte: Correio 24horas

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