segunda-feira, 15 de abril de 2013

Montes Claros dá bom exemplo no combate a violência na escolar


 
Orientação aos alunos para que eles tenham mais respeito pelos professores, compreendendo a escola como um lugar agradável. Essa é uma das ferramentas usadas para a busca da paz nas escolas públicas de Montes Claros (Norte de Minas). Segundo o levantamento do EM, a cidade apresenta um índice de violência no ambiente escolar de 5,3 ocorrências para cada grupo de 100 mil alunos, o segundo mais baixo do estado entre os municípios com população superior a 100 mil habitantes. Uma das ferramentas mais eficazes para reduzir a violência, segundo a secretária municipal de Educação, Sueli dos Reis Nobre, é a parceria com a PM.

“Desenvolvemos um trabalho voltado para o combate à indisciplina. O objetivo é que os alunos sintam a escola como um lugar mais agradável, com valores edificados, e passem a respeitá-la mais”, afirma a secretária . “O mais importante é que os professores e diretores sejam vistos como referência para o aluno”, acrescenta. A rede municipal soma 32 mil alunos em 127 estabelecimentos. 
Um dos exemplos do que é feito para diminuir os conflitos entre os alunos é o trabalho desenvolvido na Escola Municipal Alcides Carvalho, no Bairro Vera Cruz, próximo de áreas violentas do município. O diretor da unidade de ensino, Diassis José dos Santos, explica que os professores incentivam a prática de atividades recreativas voltadas à socialização dos alunos e para criação da cultura da paz. São jogos, brincadeiras e gincanas, além de atividades de dança e música. A escola tem 425 alunos do primeiro ao nono ano. 

“Nas gincanas, é criada uma disputa entre os alunos, mas de forma positiva. O objetivo é criar uma relação harmoniosa entre os estudantes, trabalhando a autoestima e a cultura da paz”, revela Diassis, lembrando que também é feito o combate ao bullying. “A meta é trabalhar com a mudança de atitudes dos adolescentes. Se o aluno atua de forma harmoniosa dentro da sala de aula, ele acaba tendo também uma melhor relação com os colegas fora da escola”, explica o diretor. 

 

Ações em Divinópolis

Situada em terceiro lugar no ranking dos 29 municípios com população superior a 100 mil habitantes com maior número de ocorrências policiais nas escolas, Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, tem vários exemplos da violência que ocorre no ambiente escolar. Em fevereiro de 2011, uma menina de seis anos foi agredida dentro de uma escola particular da cidade. Ela teve o uniforme pichado por colegas e chegou a apanhar de outras crianças. Em 31 de julho de 2012, a Escola Estadual Ilídio da Costa Pereira, no Bairro Alvorada, foi arrombada. Na época, a diretora afirmou que não foi a primeira vez que a instituição foi vítima desse tipo de crime. Um mês depois, ladrões entraram na escola de portadores de deficiência auditiva e vocal da cidade. Eles reviraram todas as salas e roubaram computadores, alimentos e até um chuveiro.
No levantamento feito pelo EM com base em números oficiais da Polícia Militar, Divinópolis registra 174 ocorrências para cada grupo de 100 mil estudantes, e para atender os estabelecimentos de ensino do município, a PM conta com duas patrulhas escolares. Segundo a assessoria do 23º BPM, o objetivo das patrulhas é garantir segurança a estudantes e professores. Além disso, a PM tem o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), no qual militares fazem um trabalho educativo nas escolas, alertando os alunos sobre os riscos do uso de entorpecentes. Embora não sejam voltados especificamente para a prevenção e repressão da violência nas escolas, a Rede de Vizinhos Protegidos e a Patrulha de Atendimento Comunitário são apontados pelo comando do batalhão como instrumentos de prevenção de crimes nas escolas.

EXAGERO Para a secretária municipal de educação, Eliana Cançado, os números da PM podem ser exagerados. Para comprovar a tese, ela garante que em 2013 houve apenas uma ocorrência relacionada à violência em escolas municipais. "Até onde tenho conhecimento, apenas uma escola foi arrombada. Agora, agressão de aluno contra professor ou brigas dentro da escola, não tenho nada oficial. Sabemos que existem o desrespeito e a falta de educação, como infelizmente ocorre em todas as escolas no Brasil", afirma.

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