quinta-feira, 18 de abril de 2013

Seduc-AM anuncia ações após relatos de brigas, drogas e armas em escolas


Na quarta, professores paralisaram aulas por conta da violência.

Secretaria vai instalar central de monitoramento em escolas.


Andrezza Lifsitch, Camila Henriques, Mônica DiasDo G1 AM
A Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) anunciou uma ação integrada de combate à violência nas escolas de Manaus. As medidas serão implementadas após registros de brigas e consumo e venda de drogas em unidades educacionais da capital. Entre elas, estão previstas a instalação de câmeras de monitoramento, catracas e reforço na segurança. Na terça (16) e quarta-feira (17) brigas entre estudantes assustaram alunos e professores na Zona Centro-Oeste. As aulas chegaram a ser suspensas.
De acordo com a Seduc, as primeiras medidas serão executadas na Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira, localizada no bairro Ajuricaba, na Zona Centro-Oeste, onde cerca de 30 professores da unidade paralisaram, na tarde desta quarta-feira (17), as atividades por conta da violência. A unidade, conforme a Seduc informou ao G1, fica localizada em uma área "considerada crítica" pela polícia.
Aulas em escola onde ocorreu briga foram suspensas na manhã desta quinta (Foto: Camila Henriques/G1 AM)Aulas em escola onde ocorreu briga foram suspensas na manhã desta quinta (Foto: Camila Henriques/G1 AM)


Estudantes ouvidos pelo G1 em frente ao colégio, na manhã desta quinta-feira (18), informaram que os casos de violência são frequentes. Segundo eles, alunos chegam a ir para a escola com facas. Eles ainda afirmaram que, nesta quinta-feira, chegou a ocorrer uma luta entre duas meninas. "No ano passado alguns alunos traziam drogas. Está dando medo de vir para a escola, pra dizer a verdade. Mas precisamos estudar e essa é a única alternativa", afirmou um dos jovens.
Uma funcionária do colégio, que preferiu não ser identificada, confirmou a denúncia dos estudantes e disse que este é o primeiro dia em que há seguranças no local. "Está um caos. Falta proteção e falta mais profissionais trabalhando aqui. Essa área é muito perigosa", disse. "Estou pensando em trocar de escola. Meu filho comenta as coisas que acontecem aqui e, como toda mãe, fico apreensiva enquanto ele está em aula", acrescentou a mãe de um dos alunos, que também pediu para não ter seu nome divulgado.
A Seduc ressaltou que as ações, definidas durante reunião com professores da Escola Raimundo Nogueira, direção e Coordenadoria Distrital da Seduc, serão colocadas em prática na segunda-feira (22). Segundo a secretaria, equipes já trabalham na montagem de um circuito integrado de câmeras na escola, que será monitorado por meio de uma central de segurança. A unidade também terá catraca com detector de metal para controlar a entrada e saída de pessoas no local. 
Conforme a Secretaria de Educação do Amazonas, a previsão é de que as medidas de combate à violência sejam implementadas em todas as escolas da capital. Segundo a pasta, um trabalho de mapeamento dessas unidades vão definir as áreas prioritárias a serem atendidas pela ação de segurança.

Ao G1, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) informou, por meio da assessoria de imprensa, que as adjacências da unidade escolar são patrulhadas por equipes do projeto "Ronda nos Bairros" e possuem, a cada 3m², 16 policiais fazendo ronda em quatro viaturas e duas motocicletas. A assessoria disse ainda que os policiais trabalham durante 24h todos os dias da semana em ações perto das escolas.
Violência em escola
Nesta quinta-feira (18), as aulas na unidade Raimundo Nogueira foram suspensas. Durante esta manhã, professores e a direção da unidade educacional estiveram reunidos com a Polícia Militar na tentativar de apontar soluções para os casos de violência.
Alunos ocupam pátio da Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira após suspensão de aulas (Foto: Camila Henriques/G1 AM)Alunos ocupam pátio da Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira após suspensão de aulas (Foto: Camila Henriques/G1 AM)
De acordo com a diretora do colégio há 45 dias, Tatiane Ayres, a presença de drogas e armas dentro do colégio não está comprovada e que as brigas são fatos isolados. "Estamos trabalhando bastante junto com a Policia Militar para dar disciplina aos estudantes", disse. Segundo ela, há 1.400 alunos na instituição, os quais vêm dos bairros da Alvorada, Redenção e da Paz, todos na Zona Centro-Oeste de Manaus.
Segundo o major da 10ª Companhia Integrada Comunitária, Vinícius Almeida, os policiais realizam patrulhamento no local há 20 dias. Como medida para diminuir a violência no local, ele informou que será elaborada uma cartilha, nos moldes do colégio da Polícia Militar, para serem distribuídas entre os alunos.
Já o comandante do programa Ronda nos Bairros, Amadeu Soares, negou que o colégio seja problemático. "Aqui não é a Faixa de Gaza. Vamos ter aqui, na próxima semana, uma reunião com os pais, o Ministério Público estadual e o Conselho Tutelar para discutirmos medidas para solucionar o problema", disse. Segundo ele, será realizado um levantamento para identificar os alunos envolvidos em maior número de casos de violência para encaminhá-los ao MPE e conselho tutelares.

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