Rehtaeh Parsons foi estuprada aos 15 anos, e fotos foram parar na web. Após tentar se matar, ela passou três dias no hospital, mas não resistiu.
Do G1, com informações da EFE e da Reuters
O funeral da adolescente de 17 anos que se suicidou após ser estuprada e, posteriormente, acossada por um grupo de adolescentes pela internet aconteceu neste sábado (13) em Halifax, no leste do Canadá. Rehtaeh Parsons, que vivia em Cole Harbour, uma pequena cidade cerca de 1.800 km de Toronto, morreu no domingo (7) por conta dos ferimentos sofridos em 4 de março, quando tentou tirar a própria vida. Segundo seu pai, ela foi cremada.
Desde o domingo, os canadenses reagiram com indignação perante a passividade das autoridades com a morte da garota. A família de Parsons denunciou que a jovem foi estuprada quando tinha 15 anos por um grupo de quatro jovens. Poucos dias depois do ataque, alguém começou a distribuir pela internet uma foto do estupro entre seus companheiros de colégio.
A polícia nunca apresentou acusações contra os jovens por falta de provas, mas Rehtaeh sofreu um constante assédio cibernético, desde proposições de relações sexuais com desconhecidos até insultos, o que a obrigou a mudar de colégio, entrando em um profunda depressão.
Durante a semana foram feitas, na cidade de Halifax, próxima de Cole Harbour, duas vigílias em memória de Rehtaeh e para protestar contra a passividade das autoridades.
Ativistas cibernéticos
Na quinta-feira (11), o grupo de ativistas cibernéticos Anonymous, que inicialmente ameaçou revelar a identidade de supostos autores da violação se os quatro não forem identificados pelas autoridades, criticou como a polícia, as autoridades escolares e outras pessoas trataram o caso. "O que conhecemos é realmente vergonhoso, mas não foi o ato do estupro que nos deixou indignados. O que nós achamos mais alarmantes foi o comportamento dos adultos", afirmou o grupo.
Na quinta-feira (11), o grupo de ativistas cibernéticos Anonymous, que inicialmente ameaçou revelar a identidade de supostos autores da violação se os quatro não forem identificados pelas autoridades, criticou como a polícia, as autoridades escolares e outras pessoas trataram o caso. "O que conhecemos é realmente vergonhoso, mas não foi o ato do estupro que nos deixou indignados. O que nós achamos mais alarmantes foi o comportamento dos adultos", afirmou o grupo.
Segundo os ativistas, "todos criaram esta confusão e, em vez, de assumirem responsabilidades e regulá-la, o primeiro que fizeram ontem de manhã [quarta-feira, 10] foi comparecer à televisão e defender seus trabalhos. Mostraram aos homens de sua comunidade uma terrível lição: estuprar é fácil".
Leah Parsons, mãe da jovem, solicitou ao Anonymous que não revele a identidade dos supostos autores do estupro, já que, assegurou, ela quer justiça, mas não vingança.
A ameaça da Anonymous se produz depois que o pai de Rehtaeh também criticou em seu blog a polícia canadense.
"Como é possível que alguém deixe um rastro digital como este e que a polícia ainda não tenha provas do crime?", escreveu Glen Canning.
Nova investigação
Após rejeitar inicialmente a reabertura do caso de estupro, na quinta-feira as autoridades da província de Nova Escócia, onde se encontra Cole Harbour, anunciaram que reabrirão a investigação.
Após rejeitar inicialmente a reabertura do caso de estupro, na quinta-feira as autoridades da província de Nova Escócia, onde se encontra Cole Harbour, anunciaram que reabrirão a investigação.
O caso tem lembrado muitos canadenses da morte de Amanda Todd, uma jovem que se suicidou em outubro do ano passado aos 15 anos de idade, após ser acossada durante anos pela internet.
O caso de Amanda foi especialmente estremecedor porque, um mês antes de seu suicídio, a jovem postou no YouTube um vídeo de 9 minutos intitulado "Minha história: luta, assédio, suicídio, prejuízo", no qual, sem pronunciar uma só palavra, só mostrando frases em cartazes, ela descreveu sua angústia e pediu ajuda.
O caso de Amanda Todd começou aos 12 anos de idade, com uma relação com um desconhecido por meio da internet. O homem acabou chantageando a jovem e distribuiu fotos eróticas de Amanda entre amigos e parentes.
Durante três anos, o desconhecido fez um ataque sistemático contra Amanda através do Facebook, que foi seguido por dezenas de pessoas, que também aproveitaram para acossar a jovem canadense sem que as autoridades fizessem nada para deter as ações.
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