quinta-feira, 22 de março de 2012

Escolas enfrentam semana violenta

Entre segunda e quarta-feira, pelo menos cinco escolas estaduais registraram atos de violência em Bauru. Entre a tarde de terça-feira e a manhã de ontem, mais dois estabelecimentos foram alvos de agressões entre alunos e funcionários. Outra escola teria denunciado à Polícia Militar uma suspeita de um estudante portando drogas. Na edição de ontem, o JC já havia noticiado três casos envolvendo socos, unhadas e a apreensão de pistola de brinquedo nas instituições públicas de ensino.
 
O dia parecia ser normal na escola Escola Estadual José Viranda, Vila Giunta, até que no horário do intervalo, no período da manhã, um grupo de alunos teria iniciado uma “guerra” com a merenda fornecida aos estudantes, ontem. Em meio à confusão causada com os alimentos, uma aluna teria sido empurrada por outro estudante e acabou caindo.
 
Uma viatura da base oeste da Polícia Militar foi deslocada até a escola, por volta das 10h, para resolver a situação. A equipe do JC também esteve no local e conversou com funcionários, que confirmaram o ocorrido e informaram que a aluna passava bem, tendo ficado com algumas escoriações no braço.  A denúncia consta no sistema da Central de Operações da Polícia Militar (Copom).
 
 
 
Antes do intervalo
 
De acordo com a diretora estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), Suzi Silva, outra situação tomou conta de um estabelecimento público de ensino no Parque Paulista na tarde desta terça-feira.
 
Segundo ela, professores relataram que um aluno de apenas 7 anos teria agredido com socos e pontapés funcionários da Escola Estadual Ana Rosa Zucker Dannunziata.
 
“Ele foi matriculado depois do tempo e ontem foi o primeiro dia de aula dele. Antes do intervalo estava tudo normal, mas depois ele guardou o material e a professora foi questionar por que ele estaria guardando suas coisas. Ela contou que ele começou a dar socos nela e chutes nos outros funcionários que tentaram ajudar”, relatou a diretora da Apeoesp.
 
Segundo ela, cinco profissionais foram agredidos pela mesma criança, que só foi contida com a chegada da Polícia Militar no local. “As professoras fizeram exame de corpo delito. E a professora, que estava na sala, disse que pretende tirar licença médica por conta do ocorrido”, completou Suzi Silva.
 
 
 
Outros casos
 
Conforme o JC divulgou na edição de ontem, outros três casos foram registrados no plantão da Polícia Civil nesta segunda feira. 
 
O mais grave envolveu um coordenador da Escola EE Francisco Alves Brizola, no Jardim Olímpico, que levou um soco e chutes ao pedir que um estudante de 16 anos entrasse na sala de aula. O rapaz foi liberado pela PM somente após a chegada da mãe. O caso foi registrado como ato infracional de lesão corporal em boletim de ocorrência.
 
Já na EE Luiz Zuiani, no Parque São Jorge, quatro alunos, com idades entre 12 e 14 anos, foram responsabilizados por aterrorizar outros colegas com uma pistola de brinquedo usada para jogar videogame. Na ocasião, uma inspetora de alunos recolheu o brinquedo, mas foi ofendida pelo aluno mais velho do grupo, que teria chamado a mulher de “balão de ar”, “gorducha” e “baleia”. 
 
O desentendimento também terminou no Plantão Policial, onde a arma de brinquedo foi recolhida e os adolescentes liberados na presença de seus pais. A ocorrência foi registrada como ato infracional de injúria. 
 
A EE Guia Lopes, na Vila Dutra, também não escapou da semana violenta e na tarde desta segunda-feira, dois estudantes de 13 anos se desentenderam por causa de uma bola na aula de educação física. Um deles desferiu socos e unhadas no rosto e pescoço do outro. 
 
Novamente a polícia foi chamada para intervir e o caso foi parar no plantão da Polícia Civil.
 
 
 
Secretaria informa sobre providência
 
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que a direção da Escola Estadual Guia Lopes tomou as providências cabíveis em relação à agressão entre dois alunos da unidade no início desta semana. 
 
“Os pais de ambos os estudantes foram convocados para uma reunião, a fim de relatar o ocorrido e ressaltar a importância da parceria entre família e escola para evitar episódios como esse. O caso será acompanhado pelo professor-mediador que atua na unidade e pelo Conselho Tutelar.”
 
Em relação à ocorrência registrada na Escola Estadual Professor José Viranda, a Pasta informa que os alunos envolvidos já foram identificados e advertidos. Os estudantes foram suspensos por três dias e os pais foram comunicados pela direção sobre a situação.
 
Quanto aos demais casos questionados pela reportagem, a Diretoria Regional de Ensino de Bauru vai averiguar os fatos.
 
 
 
Droga por perto mobiliza e preocupa
 
Ainda na manhã de ontem, uma viatura da base noroeste da PM também foi acionada para atender outra denúncia em uma escola estadual. Segundo as informações prestadas por policiais, um aluno estaria portando drogas nas imediações da Ayrton Busch, Parque Jaraguá. Sem encontro do entorpecente, a ocorrência foi registrada em relatório de rotina, mas apurações a respeito devem ter continuidade.
 
 
 
Governo destaca sistema de proteção
 
A Secretaria da Educação informa que tem obtido “resultados significativos” no combate à violência desde que implantou, em 2009, o Sistema de Proteção Escolar em todas as escolas da rede estadual. 
 
O programa articula um conjunto de ações, métodos e ferramentas que visam disseminar e articular práticas voltadas à prevenção de conflitos no ambiente escolar, à integração entre a escola e a rede social de garantia dos direitos da criança e do adolescente e à proteção da comunidade escolar e do patrimônio público. 
 
Dentro desse sistema foram produzidos manuais de conduta, distribuídos para todas as escolas da rede. Entre os materiais, está o Manual de Proteção Escolar e Promoção da Cidadania, que orienta como os gestores escolares devem lidar com as manifestações de conflitos no ambiente escolar.
 
Fonte: JC Net

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