domingo, 11 de março de 2012

Bullying é tema de debate em colégio público

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Os pais, assim como as instituições de ensino, devem participar das ações de sensibilização e mobilização contra a prática de bullying
 
RAFA ELEUTÉRIO
 
Alunos assistiram à palestra informativa. Na ocasião, foi destacada a necessidade de políticas que combatam a prática
Uma conversa com crianças e adolescentes para esclarecer o que é o bullying e como encará-lo. Este momento aconteceu, durante a manhã de ontem, na Escola Municipal Denizard Macedo, no bairro Quintino Cunha. O evento faz parte do programa Escola Aberta, realizado pela Prefeitura de Fortaleza com o apoio do Governo Federal. A ação levou a professora Maria José Esmeralda Rolim, que estuda o assunto desde 1978, a ministrar palestra com os alunos e professores da instituição.

A vice-diretora da escola, Cláudia Mara Moura, declarou que a instituição vem explorando o assunto como uma das atividades de classe, tendo em vista que o bullying se caracteriza por formas de violências verbais ou físicas. "Os nossos professores abordam a questão dentro da sala com conversas, trabalhos escritos e até seminários", explica.

Cláudia Mara comenta que quando acontece algum caso de aluno que esteja com problemas a direção se coloca para conversar com os envolvidos. "Nós fazemos uma mesa redonda, na qual ficam o aluno que se diz vítima, o que está provocando e os professores qualificados. Assim, esclarecemos o que aconteceu e mostramos o motivo que isso não pode acontecer", comenta.

A professora Maria José destacou, na palestra, que as escolas devem implantar uma política anti-bullying que contenham as mais diversas informações e assim as pessoas possam se sentir sensibilizadas e mobilizadas a lutar contra essa prática. Durante a palestra, alguns alunos afirmaram já terem enfrentado situações do tipo na escola.

Maria José enfatizou, ainda, que, assim como a instituição de ensino, é importante nesse movimento a participação dos pais. "Eles (pais) têm que prestar atenção em todas as reclamações que o filho faz, não se pode ignorar", destacou ao explicar que, muitas vezes, o bullying está nas situações reclamadas por estudantes e que podem parecer como não sendo importantes.

Conforme a professora, a pessoa que pratica bullying também deve ser assistida por uma equipe bem preparada. "A escola tem que dispor de um quadro de profissionais bem disciplinados, que contenha um psicólogo para acompanhar o agressor".

Diálogo

O monitor de oficinas do Escola Aberta, na escola do Quintino Cunha, Felipe Vasconcelos, relata que o projeto de troca de informações com alunos sobre diversos assuntos já acontece há mais de um ano e que o relato de casos de bullying foi o que motivou a realização desse diálogo.

"Eu ficava aqui na escola em outra parte do projeto, quando percebi que um aluno estava sendo criticado por causa de sua opção sexual, por exemplo. Então, conversei com a direção para que tivéssemos um momento para debater esse assunto com o corpo discente".

Felipe Vasconcelos comenta que, desde a primeira conversa sobre bullying, o número de reclamações aumentou e que a quantidade de brigas no pátio diminuiu. O monitor declara que a maior parte de casos de bullying é de gênero, meninos contra meninas ou vice e versa.

Para o aluno da 5ª série, Pedro Éric Amora de Lima, 11 anos, acontece bullying quando as "pessoas grandes abusam do seu tamanho para baterem nas pessoas pequenas". Segundo o menino, as palestras sobre bullying são importantes para aqueles oprimidos.

DEBORAH MILHOMEESPECIAL PARA CIDADE

Fonte: Diário do Nordeste

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