quarta-feira, 14 de março de 2012

Aluno acusado de “bullying” não testemunhará no tribunal em NJ

image Nascido na Índia, Rhavi imigrou para New Jersey com sua família ainda na infância, fixando residência na afluente cidade de Plainsboro
 
O réu enfrenta 15 acusações, incluindo intimidação motivada por preconceito, que pode acarretar em até 10 anos de detenção em New Jersey 

Um ex-calouro da Rutgers University, acusado de filmar o encontro íntimo de seu colega de quarto com outro homem, não testemunhará em sua própria defesa, informou o seu advogado ao juiz responsável pelo caso. Durante 10 dias, os promotores públicos apresentaram 20 testemunhas, quando construíam o caso contra Dharun Ravi, de 20 anos. O advogado de defesa convocou 9 advogados em 2 dias.

O réu enfrenta 15 acusações, incluindo intimidação motivada por preconceito, que pode acarretar em até 10 anos de detenção em New Jersey, e invasão de privacidade.  

Seu ex-colega de quarto, Tyler Clementi, tirou a própria vida ao pular da ponte George Washington em setembro de 2010, poucos dias depois do encontro íntimo com outro rapaz. A sua morte chamou atenção nacional sobre as dificuldades enfrentadas por jovens homossexuais. Rhavi não está sendo acusado da morte do colega de dormitório.

Os jurados darão início às deliberações ainda essa semana. O Juiz Glenn Berman detalhou que invasão de privacidade e intimidação motivada por preconceito são leis relativamente novas e, portanto, existem detalhes que devem ser acertados.

Durante o início do julgamento, um vídeo mostrou Rhavi trajando, shorts, camiseta e chinelos, quando foi levado à delegacia de polícia em 23 de setembro de 2010, para ser interrogado sobre o seu colega de quarto. Rumores circulavam que o aluno havia utilizado uma câmera web para espionar Clementi durante um encontro íntimo com outro jovem, poucos dias antes de ele ter cometido suicídio.

Steven Altman focalizou nos relatos feito pelo estudante Lokesh Ojha, que assumiu ter ajudado Rhavi a ajustar o ângulo da câmera para focalizar a cama de Clementi, em 21 de setembro. O advogado Altman questionou o fato de Lokesh não ter mencionado o fato inicialmente, buscando contradições no depoimento do jovem aos investigadores.

Nascido na Índia, Rhavi imigrou para New Jersey com sua família ainda na infância, fixando residência na afluente cidade de Plainsboro. Filho de um executivo especializado em software, ele já criou seus próprios softwares. O réu possuía um computador que funcionava nos sistemas operacionais Microsoft e Apple Mcintosh, o que surpreendeu o investigador que analisou seu equipamento.

Na Rutgers, Rhavi planejava graduar-se em Economia. A universidade cadastraram os dois alunos no mesmo quarto aleatoriamente. Eles não se conheciam antes de mudar-se para o dormitório no final de agosto. Quando foi interrogado pela polícia, Rhavi teve que explicar porque enviou no Twitter a mensagem “Qualquer pessoa que tenha o IChat, eu desafio a conversar-me comigo através do vídeo entre 9:30 pm e 12”.

No vídeo, ele alegou ter feito isso de forma sarcástica. “Quando estou desconfortável com algo”, explicou ele durante o interrogatório. “Eu faço brincadeiras”.

Para ser condenado pela acusação de intimidação motivada por preconceito, os promotores públicos devem provar que o jovem agiu motivado pelo ódio aos gays. Ele pode ser condenado até 10 anos de detenção, caso seja considerado culpado da acusação, que é considerada crime em New Jersey. A maioria dos réus considerados culpados das outras acusações não cumpre detenção.

Quando os promotores públicos chamaram outros estudantes universitários para testemunhar, os advogados de defesa perguntaram, de forma variada, a mesma questão: Ele disse qualquer coisa contra os gays? E em cada caso, a resposta foi “não”.

Entretanto, houve algo mais que isso, pois os alunos detalharam que Rhavi havia dito que se sentia “desconfortável” em ter um colega de quarto gay.

A defesa começou a apresentar o seu lado da história na sexta-feira (9), convocando 7 indivíduos para testemunharem, a maioria deles parceiros de negócios do pai do réu.

O advogado de defesa, Philip Netti, perguntou a cada um se Rhavi havia dito qualquer coisa discriminatória sobre gays em geral. Em casa caso, os interrogados disseram “não”.

A promotora pública do Condado de Middlesex, Júlia McClure, também os questionou. Todos disseram nunca ter visto as mensagens postas no Twitter ou trocado mensagens eletrônicas com o réu. Além disso, todos afirmaram que homossexualidade nunca havia sido discutida em suas conversas.

“Por que esse assunto viria à tona?” Perguntou Anil Kappa, parceiro de negócios do pai de Rhavi.

Fonte: Brazilian Voice

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