É comum assistirmos notícias frequentemente revelando uma sociedade cada
dia mais agressiva. Aparentemente inocentes, brincadeiras de mau gosto
ou apelidos pejorativos podem estar relacionados a atos de violência
física e psicológica. Difamar, constranger, ameaçar e até mesmo agredir
fisicamente são atos considerados como bullying, problema que oferece
sinais ainda no ambiente familiar. Isto porque o jovem mantém atitudes
desafiadoras e agressivas em relação aos familiares, por meio de
arrogância na maneira de agir, conversar e se vestir, demonstrando
capacidade em manipular e se safar de confusões.
Violência e desestruturação familiar servem de exemplo para a análise de pais na busca de como educar seus filhos. A psicóloga Ângela Marina Kefalás Barbosa, especialista em Psicologia Infantil e Familiar, revela que, no cotidiano, as relações interpessoais têm sido mais agressivas. “E é na fase escolar que elas ficam evidenciadas, com desrespeito, o afrontamento à autoridade, as brigas e agressões, as ameaças e intimidações a colegas. Adolescentes têm a internet como aliada para ofender e expor colegas. Intimidados e sem saber como agir, os pais cedem às imposições dos filhos”, revela.
Para ela, a educação sem limites é desastrosa, pois evidencia o
adoecimento psíquico e a desestruturação das pessoas. “O predomínio do
princípio do prazer e o não controle da impulsividade decorrem de um
protecionismo exagerado dos pais e infantilização do filho, tornando-o
incapaz de respeitar regras e
limites e de assumir responsabilidades”, afirma a especialista. Ela
destaca que, evitando que sofram frustrações, assumindo os erros e
irresponsabilidades dos filhos, os pais acabam atrasando o
amadurecimento dos mesmos. “A liberdade que deveria ser proporcional à
responsabilidade está inversa. O consumismo exagerado e a
competitividade trazem como consequência o estresse, a ansiedade, o medo
e a angústia”, esclarece Ângela. E esse ambiente pode levar vítimas e
agressores ao consumo excessivo de álcool e drogas. (TM)
Fonte: JM Online
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