Publicado por Margarida Azevedo
O tema da redação é motivo de preocupação para maioria dos feras que vão redigir um texto no segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 6 de novembro. Palpites sobre o assunto que será cobrado, há muitos. O que os 8,6 milhões de participantes devem fazer antes da prova – faltam 21 dias – é treinar bastante, saber todas as regras, dominar a técnica e buscar o máximo de informações sobre os temas sugeridos pelos professores de escolas e cursinhos.
Docente de redação do ensino médio no Colégio Santa Maria, Ana Cristina Verdasca elenca seis assuntos que merecem atenção: combate ao bullying no Brasil; preconceito e discriminação;trânsito e urbanização; liberdade de expressão; tecnologia da informação e, embora óbvio, a importância da prática de esportes, pois o País sediou, em agosto, as Olimpíadas.
Na data da prova de redação do Enem completará exatamente um ano que a lei 13.185 foi sancionada. Chamada de lei anti-bullying, ela prevê a implantação do Programa de Combate à Intimidação Sistemática. É uma das apostas de tema mais fortes da professora do Santa Maria. A escola ficou com a quarta maior média no ranking do Enem 2015, na prova de redação, entre as unidades particulares de Pernambuco (com nota 780,79).
“A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada pelo IBGE, revelou que 46,6% dos jovens brasileiros de 13 a 17 já sofreram bullying. O estudante deve refletir, por exemplo, por que é tão difícil combater o bullying? É pelo receio que as vítimas têm de relatar a pais e orientadores?”, destaca Ana Cristina.
Independentemente do tema, a professora recomenda que o estudante comece o exame, no domingo do Enem, pela redação, deixando as provas de linguagens e matemática para depois. “A cabeça está mais fresca, fica mais fácil raciocinar. É importante também que o candidato não demore na redação. Gaste uma hora, no máximo 1h15 para escrever o texto e passá-lo a limpo”, diz.
Nestas três semanas que antecedem a avaliação, uma boa dica é fazer redações com os temas acima relacionados pela professora e gastando o tempo sugerido por ela.
Formular um roteiro inicial, com as ideias que pretende abordar, é outra sugestão, “desde que esse planejamento não demore mais de 10 minutos”. adverte. Para ser corrigida, a redação do Enem deve ter no mínimo oito linhas. O ideal, avalia Ana Cristina, é ter a dissertação com pelo menos quatro parágrafos (um para introdução, dois para desenvolvimento e um para conclusão).
Em cada parágrafo deve haver dois ou três períodos. Na conclusão exige-se que o estudante apresente intervenções para o problema. “Ele tem que dizer o que fazer para resolver o problema, quem vai fazer e como será feito.”
GUIA
Depois de uma lacuna de dois anos (2014 e 2015), o Ministério da Educação lançou semana passada um manual da redação do Enem, disponível na página do Inep. O material detalha as competências avaliadas na prova e os critérios das correções. Mostra também exemplos de textos que tiraram nota mil. Há inclusive um de uma estudante pernambucana de escola pública de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, que em 2013 escreveu sobre a Lei Seca.
“Para quem está inseguro, um bom exercício é ler essas redações e observar a ideia principal, os argumentos apresentados e as propostas de intervenção”, afirma Ana Cristina. No guia foi explicado que desrespeitar os direitos humanos – motivo para o candidato tirar nota zero – é quando houver incitação à violência.
“Redação não me preocupa porque sempre gostei de escrever e estou atenta aos assuntos da atualidade. Mas tirar uma nota boa nessa prova do Enem não é só redigir bem. É preciso atender as competências exigidas no teste”, afirma Carolina Garcia, 17 anos, aluna do 3º ano do Colégio Santa Maria e fera de administração.
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