segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Adolescente morre dentro de escola ocupada em Curitiba



Inicialmente o caso foi tratado como suspeita de suicídio, mas o adolescente foi morto com vários golpes de faca


Foto: Dionei Santos/RICTV Record
Um estudante de 16 anos morreu na tarde desta segunda-feira (24) dentro de uma escola estadual ocupada no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. O adolescente foi encontrado por colegas em uma sala da Escola Estadual Santa Felicidade, também conhecida como Colégio Safel. A Polícia Militar foi acionada e afirmou que o garoto foi vítima de "objeto cortante", provavelmente uma facada.
De acordo com as primeiras informações dos socorristas do Corpo de Bombeiros, o adolescente tinha cortes de faca no abdômen e no pescoço e falava-se na possibilidade de suicídio.
Os socorristas foram acionados por outros estudantes de participam da ocupação, mas quando chegaram ao local o garoto já estava morto. Em seguida chegaram os investigadores da Polícia Civil que começaram a tomar depoimentos de testemunhas. Os advogados do Movimento Ocupa Paraná foram barrados na entrada da escola e protestaram contra a atitude da polícia.

A Escola Safel fica no bairro Santa Felicidade em Curitiba e foi ocupada há 22 dias. Os estudantes de ensino médio protestam contra a medida provisória proposta pelo governo de Michel Temer que prevê mudanças na no Ensino Médio. No Paraná, o movimento já ocupou 850 escolas e 14 universidades.
O governador Beto Richa enviou uma nota de pesar sobre a morte do estudante, pedindo para que os pais "redobrem o cuidado com seus filhos" e que os alunos encerrem o movimento. Confira a nota na íntegra:
"A morte do estudante Lucas Eduardo Araújo Lopes, de 16 anos, é uma tragédia chocante, que merece uma profunda reflexão de toda a sociedade. 

É ainda mais gravíssimo e lamentável, porque aconteceu no interior de uma escola ocupada, que deveria estar cumprindo a sua missão de irradiar a luz do conhecimento e a formação da cidadania. 

Externo à família desse estudante a minha solidariedade neste momento tão doloroso. 

E renovo o meu apelo para que os pais redobrem o cuidado com seus filhos. 

Peço ainda, mais uma vez, que os estudantes encerrem esse movimento. 

A ocupação de escolas no Paraná ultrapassou os limites do bom senso e não encontra amparo na razão, pois o diálogo sobre a reforma do ensino médio está aberto, como bem sabem todos os envolvidos nessa questão. 

Que não se aleguem quaisquer justificativas para a continuidade desse movimento que vem causando prejuízos à educação do Paraná. 

É hora de responsabilidade e consciência sobre os direitos e deveres de estudantes, professores, famílias, autoridades e sociedade".

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