Por André Ventura
Palmela esteve, na semana passada, no centro das atenções pelas piores razões: casos graves, desesperantes e publicamente revelados de agressões a estudantes em meio escolar. Podemos tentar diminuir o impacto e desdramatizar a situação. É algo tipicamente português: não é tão grave assim, é a forma de se fazerem homens e mulheres, é próprio das crianças... ouve-se de tudo, circulam versões para todos os gostos e feitios.
Tudo, claro, para fazer desaparecer da consciência o sofrimento permanente e inqualificável que muitos destes jovens aguentam em silêncio, alguns ao longo de anos intermináveis. Não se vá dar muita importância a estes casos e as estatísticas do sucesso do sistema de ensino português serem colocadas em causa... numa Europa em que a lógica dos subsídios é, cada vez mais, a lógica da maquilhagem, da aparência, das frases feitas e dos números martelados.
Bem sei que o sistema de justiça tem de ser particularmente atencioso com os jovens delinquentes. E que, naturalmente, a maioridade penal apenas se atinge aos 16 anos. Mas sente-se no ar um clima de impunidade em todos estes casos que não pode, definitivamente, persistir. Precisamos de um plano nacional efetivo contra a violência em meio escolar e de uma legislação penal adequada a este tipo de agressividade e delinquência.
Significa isto que temos necessariamente de rever os atuais 16 anos relativos à maioridade penal? Não necessariamente! Significa antes que os alunos que se organizam, independentemente da idade, para agredir e humilhar publicamente os colegas, continuadamente, não podem ficar impunes: nem na justiça criminal nem na disciplina escolar.
E, já agora, gostava de ver respondida a questão: se um miúdo de 14 ou 15 anos já é homenzinho para organizar, planear e executar um ataque de grupo a um colega de escola, não deverá ser igualmente homenzinho para responder por isso perante os tribunais criminais?
A personalidade: Luís Filipe Vieira
Além da proeza já alcançada de estar na presidência do Sport Lisboa e Benfica há mais tempo do que qualquer outro, Luís Filipe Vieira avançou para um quinto mandato sem concorrência, tendo alcançado 95% dos votos. Secou tudo em seu redor...e até os potenciais opositores reconheceram o indiscutível trabalho de Vieira à frente dos encarnados.
Positivo: CMTV
Presente em apenas 80% do mercado da televisão por cabo, a CMTV tem batido todos os recordes de audiência, deixando para trás canais como a SIC Notícias ou a TVI 24.
Negativo: Pedro Dias
Admitindo-se que o fugitivo mais procurado do país conhece bem a zona onde se esconde e possa ser ajudado, não deixa de ser preocupante que se tenha perdido o rasto ao homicida.
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