Projeto de Segurança é desenvolvido em nove escolas de Várzea Grande
As estratégias foram delineadas seguindo o
Pacto de Enfrentamento às Drogas - lançado em 2011 - que prevê a
execução de 44 ações, elaboradas seguindo os eixos de prevenção e
educação, atenção ao usuário e dependente químico, repressão e captação
de recursos. Os programas escolas Segura e Paz nas Escolas, além do
Fórum Municipal Permanente de Segurança, integram a rede formatada para
executar as propostas e ajudar na formulação de políticas públicas
destinadas a promoção da paz no ambiente escolar. Prática que começam a
dar resultados, com a recuperação de equipamentos oriundos de furtos e
prisões de envolvidos.
A seleção inicial das unidades priorizadas em
Várzea Grande, que perfazem 20% do total de escolas em funcionamento no
município, deve-se a fatores como localização, público atendido,
solicitações encaminhadas à Polícia. A somatória desses fatores
evidenciaram o grau de vulnerabilidade. “As escolas recebem os reflexos
das violências existentes no âmbito social e terminam por sofrer as
consequências desse processo”, diz a coordenadora do programa em Várzea
Grande, Albimarcia Espíndola.
Segurança
Para desenvolver ações eficazes e condizentes
as especificidades, foi elaborado de forma conjunta um plano de ação
para atendimentos respectivos, mas que possuem pontos comuns: como a
presença preventiva de policiais no interior e no entorno das escolas e o
serviço de Inteligência da Segurança Pública.
“Ao término de um período de 30 dias faremos
uma avaliação sobre as estratégias adotadas e quais as medidas que
poderão ser implementadas”, explica o major James Ferreira, que
assessora as ações militares nas unidades escolares. Ele ainda pontua
que todas as 46 escolas estaduais em funcionamento em Várzea Grande
integram o planejamento de trabalho e são atendidas pelas cinco Bases
Comunitárias de Segurança instaladas no município.
A Escola Estadual Gonçalo Botelho de Campos,
instalada no bairro Costa Verde, recebe as visitas do Policiamento
Escolar. Em 2011, a unidade sofreu com a questão da insegurança. A
gravidade da situação acarretou aumento nas solicitações de
transferências e abandono escolar, estimadas em 20% das matriculas.
Hoje, cerca de 850 alunos estão matriculados nos Ensino Fundamental e
Médio, além da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Ações
A diretora Meiry Evaldete Alves Rondon, conta
que a unidade tem sofrido nos últimos anos o reflexo de todo um
processo de desestruturação – familiar, violência no entorno da unidade.
Até a quadra de esportes era usada para consumo de entorpecentes por
estudantes do período noturno. Com as novas medidas integradoras
adotadas, essa situação deixou de existir na unidade.
“Paulatinamente percebemos mudanças. O espaço
é da comunidade e procuramos incentivá-la a ser mais atuante. Nós ainda
registramos situações de violência, mas existe um plano de trabalho
formato especificamente para contrapor essa realidade"
Dentre as estratégias comuns as noves escolas
prioritárias, está o policiamento escolar e a obrigatoriedade do
uniforme. “Facilita a identificação e evitamos a presença de estranhos
no entorno das unidades”, defende o gerente do Policiamento Escolar em
Várzea Grande, tenente Antônio Gilson de Souza. Ele conta que muitos
alunos, assim como a própria comunidade escolar, ainda possuem ressalvas
quanto a presença da PM. No entanto, ele defende a interlocução com
todos os seguimentos da comunidade escolar para redução da escalada da
violência. "Existem situações que são inerentes ao trabalho da polícia".
Associando práticas pedagógicas que promovem a
valorização do espaço escolar e cuidados com o patrimônio público, a
unidade também faz uso do aparato tecnológico para reduzir a violência. O
monitoramento eletrônico (com emprego de sete câmeras) está em
funcionamento. Outra medida será a ampliação do muro.
Outra medida adotada, dessa vez para garantir
o acompanhamento dos pais na vida escolar, a direção já implantou o
Projeto Ficai (Ficha de Acompanhamento de Aluno
Indisciplinar/Indisciplinado/Infrator). “Em dois casos, quando
solicitamos a adoção de providências dos pais, eles disseram que não
queriam saber. Nós já informamos ao Ministério Público Estadual para que
as providências cabíveis sejam adotadas. A responsabilidade não pode
ser atribuída exclusivamente à escola”.
Instalada na área central de Várzea Grande há
52 anos e atendendo a demanda de 1,6 mil alunos, a Escola Estadual
Fernando Leite de Campos enfrentou vários problemas relativos a furtos
nos últimos anos. A maior parte das ocorrências foram registradas no
período noturno e por isso o Plano de Ação constituído prevê um cuidado
específico nesse horário .
Para o diretor da escola, Reginaldo Francisco, a violência deve ser combatida com ampliação de recursos, a instituição de parcerias e maior participação por parte dos Conselhos Tutelares. “Sabemos que a violência não começa dentro do ambiente escolar, mas seus reflexos são sentidos nesse espaço”.
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