sábado, 28 de julho de 2012

Phelps deixa para trás o bullying na infância

 
 
Pat Forde*, especial para o Yahoo! Esportes

Muito antes de se tornar um herói americano, Michael Phelps experimentou uma vida sob uma perspectiva muita mais humilde e sofrida. Ele foi alvo de desprezo, tormento e, pior, de bullying.
Já nos tempos de ensino médio em Baltimore, o jovem Phelps era um menino superativo, que sofria da doença do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), e tinha orelhas de abano. Ele era alvo fácil para o bullying em uma idade difícil.

Sua mãe, Debbie, diz que Phelps usava boné o tempo inteiro, em parte para tentar esconder o tamanho de suas orelhas. Não adiantava. Os outros meninos esmagavam suas orelhas e tiravam sarro dele.

"Foi muito frustrante na época", disse Phelps ao Yahoo! Esportes (EUA), em junho.

"Sempre disse a ele para ser uma pessoa mais forte e deixar pra lá", relembra Debbie Phelps, administradora de uma escola do ensino médio. "Ele chegou a um ponto em que revidou, brigou e acabou suspenso da escola."

"Eu disse a ele: 'nós não fazemos isso, Michael.' Ele disse: 'Mas eles estavam me provocando.' Ele poderia aguentar mais por pouco tempo."

Depois da suspensão, Phelps aprendeu a ignorar os insultos dos outros. Mas, ao  mesmo tempo em que não revidou, ele também não esqueceu os que foram maldosos com ele.

"É meio louco", ele disse. "Quando eu volto ao lugar onde eu morava (em Baltimore), ainda vejo as mesmas pessoas que me enchiam. Elas ainda estão lá e, provavalmente, ainda agem da mesma maneira.

 

Michael Phelps superou bullying"Elas vão tentar falar comigo e fico pensando: 'Por que você está falando comigo? Você me enchia o saco no passado."

Debbie relembra de um exemplo logo depois que Phelps disputou sua primeira Olimpíada, em 2000, aos 15 anos. Um nadador mais velho de um outro clube em Maryland, que encheu Michael no passado, veio falar com ele.

"Ei, estou orgulhoso de você, parabéns", disse o menino.

"Eu acho que não te conheço", respondeu Phelps.

"Eu sou fulano, se lembra?", Debbie relembra do menino falando. "Eu nadei no clube tal."

"Não", disse Phelps, "Eu não acho que te conheço."

Depois, Debbie disse ao filho: "Você o conhecia, não?"

Michael disse: "Ele não era bacana comigo quando eu era um nadador mais novo. Ele não será meu amigo agora só porque sou um atleta olímpico."

Olhando para trás, muitas dessas dificuldades da adolescência provavelmente ajudaram Phelps na piscina. Era o lugar para liberar energia e exorcizar os fantasmas e as frustrações. E se os meninos o incomodavam fora, ele faria questão de ninguém seria melhor dentro da água.

"Eu dou risada com isso agora", disse Phelps. "Eu acho que me fez mais forte passar por tudo isso."

* Texto adaptado por Fernando Figueiredo Mello

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