segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vídeo mostra agressão física contra aluno negro dentro de sala de aula no Distrito Federal

Segundo denúncia, agressor teria afirmado ter vontade de jogar colega no esgoto




Sandro Guidalli, Do R7
A Delegacia da Criança e do Adolescente, o Conselho Tutelar e a Secretaria de Educação do Distrito Federal investigam a agressão contra um garoto negro de 13 anos ocorrida dentro de uma sala de aula numa escola pública da Asa Sul, em Brasília (DF). O ataque foi gravado e teria ocorrido na segunda-feira (18).
Segundo denúncia de familiares do menino, o agressor já havia feito ameaças como a de que o jogaria a vítima no esgoto, além de injuriá-lo por motivos racistas.
No vídeo, cuja autoria ainda é investigada, dois alunos, um branco e um negro, aparecem brigando. A cena é assistida por outros colegas, já que outras vozes podem ser ouvidas durante a filmagem, que tem 31 segundos. Embora não seja possível identificar quem começou a briga, nota-se que o garoto negro se defende na maior parte do tempo. Em outro momento da gravação, outro garoto branco surge no vídeo e sua postura parece ser a de ajudar na agressão contra o aluno negro.
O R7 DF apurou que a direção da escola, o CEF (Centro de Educação Fundamental) 05, suspendeu os dois alunos antes de saber as circunstâncias do episódio, que foi posteriormente comunicado ao Conselho Tutelar. O caso é considerado como “fato inédito” entre os funcionários do colégio e a diretora disse que só se pronunciará por meio da Secretaria.
Em nota, a pasta informou que a escola convocou o Conselho Escolar, o Conselho Tutelar e os pais dos alunos para uma reunião conciliatória.
— Pretende-se solucionar o fato dentro da tratativa do entendimento e do perdão, diz a nota.
 O encontro está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (25).
De acordo com a Conselheira Tutelar da Asa Sul, Jacinta Medeiros, as famílias da vítima e do agressor estão sendo acompanhadas pelo órgão. Ela afirmou que as apurações são sigilosas mas informou que  a rede de assistência criada nestes casos está sendo criada com auxílio da escola, da Polícia Civil e do próprio Conselho.
O adolescente negro mora com a mãe no Paranoá, cidade do DF distante 30 km da escola, com outros cinco irmãos. Segundo uma tia, ele tem autismo e recebe acompanhamento pedagógico especial.
Este é o segundo caso de agressão racista em Brasília em menos de um mês. No começo de maio uma jornalista negra denunciou um ataque sofrido numa rede social. Ela foi comparada a um macaco. O caso é investigado pela Polícia Civil e acompanhado pela Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)

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