Segundo denúncia, agressor teria afirmado ter vontade de jogar colega no esgoto
A Delegacia da Criança e do Adolescente, o Conselho Tutelar e a Secretaria de Educação do Distrito Federal investigam a agressão contra um garoto negro de 13 anos ocorrida dentro de uma sala de aula numa escola pública da Asa Sul, em Brasília (DF). O ataque foi gravado e teria ocorrido na segunda-feira (18).
Segundo denúncia de familiares do menino, o agressor já havia feito ameaças como a de que o jogaria a vítima no esgoto, além de injuriá-lo por motivos racistas.
No vídeo, cuja autoria ainda é investigada, dois alunos, um branco e um negro, aparecem brigando. A cena é assistida por outros colegas, já que outras vozes podem ser ouvidas durante a filmagem, que tem 31 segundos. Embora não seja possível identificar quem começou a briga, nota-se que o garoto negro se defende na maior parte do tempo. Em outro momento da gravação, outro garoto branco surge no vídeo e sua postura parece ser a de ajudar na agressão contra o aluno negro.
O R7 DF apurou que a direção da escola, o CEF (Centro de Educação Fundamental) 05, suspendeu os dois alunos antes de saber as circunstâncias do episódio, que foi posteriormente comunicado ao Conselho Tutelar. O caso é considerado como “fato inédito” entre os funcionários do colégio e a diretora disse que só se pronunciará por meio da Secretaria.
Em nota, a pasta informou que a escola convocou o Conselho Escolar, o Conselho Tutelar e os pais dos alunos para uma reunião conciliatória.
— Pretende-se solucionar o fato dentro da tratativa do entendimento e do perdão, diz a nota.
O encontro está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (25).
De acordo com a Conselheira Tutelar da Asa Sul, Jacinta Medeiros, as famílias da vítima e do agressor estão sendo acompanhadas pelo órgão. Ela afirmou que as apurações são sigilosas mas informou que a rede de assistência criada nestes casos está sendo criada com auxílio da escola, da Polícia Civil e do próprio Conselho.
O adolescente negro mora com a mãe no Paranoá, cidade do DF distante 30 km da escola, com outros cinco irmãos. Segundo uma tia, ele tem autismo e recebe acompanhamento pedagógico especial.
Este é o segundo caso de agressão racista em Brasília em menos de um mês. No começo de maio uma jornalista negra denunciou um ataque sofrido numa rede social. Ela foi comparada a um macaco. O caso é investigado pela Polícia Civil e acompanhado pela Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)
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