Em Itaquaquecetuba, menino teve os dentes quebrados, segundo família. Já em Suzano, pai afirma que filha foi vítima de racismo.
Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano com informações da TV Diário
Familiares de estudantes de Suzano e de Itaquaquecetuba denunciam que os filhos foram vítimas de agressão e de bullying. Luiz Carlos Rodrigues é avô de um menino de 6 anos que estuda em uma escola pública de Itaquaquecetuba. Ele diz que a criança enfrenta problemas na Escola Municipal Ali Ali Hammoud, no Jardim Nicea, desde o início do ano. Rodrigues afirma que há 15 dias o neto voltou machucado para casa. Segundo o avô, essa não é a primeira vez que a criança é agredida. “No príncipio do ano ele chegou com o rosto furado com caneta ou lápis. A segunda vez, quando fui pegá-lo, estava com dois dentes quebrados, um de leite e outro permanente.”
O avô afirma que tentou registrar um boletim de ocorrência na delegacia do Jardim Cauby. “A delegada disse que eu teria que passar primeiro no dentista com a criança para avaliar e depois voltar para a delegacia e fazer o boletim.”
Sandra Nogueira é assessora de supervisão de ensino e avalia o caso como um incidente. “Foi um fato isolado que ocorreu na saída da escola em uma fila de crianças. Não procede bullying.”
A família também reclama da falta de atendimento médico e de não ter sido comunicada pela escola sobre o ocorrido. “A professora socorreu e não viu nada de grave no momento. O fato de não informar a mãe foi devido ao horário. Era quase 19h. As crianças estavam entrando no transporte escolar. A monitora do transporte informou a família no ponto onde a mãe espera a criança”, justificou a assessora.
Em Suzano, Agnaldo Pereira dos Santos reclama da escola onde a filha estuda no Jardim Monte Cristo. Ele afirma que a menina de 13 anos é vítima de racismo por parte de uma colega. “Essa aluna começou com uma injúria racial e a situação se agravou. Tanto que nas férias de final de ano, minha filha trocou a noite pelo dia. Ela dormia de dia e ficava a noite toda acordada. Isso porque sofria uma certa ansiedade e pressão psicológica grande”, afirma Santos.
O pai registrou um boletim de ocorrência contra a outra adolescente, por injúria racial, na Delegacia Central de Suzano. Ele reclama do posicionamento da direção quando fez o pedido de transferência da filha. Segundo ele, a mudança de escola só ocorreu depois que o Ministério Público foi acionado. “Ela prometeu que ia tomar providências e que conversaria com a aluna, os pais e a classe.Mas só que minha filha disse que o problema não foi resolvido. Para ela terminar o ano, eu tinha que comprar bolacha porque ela não tinha condição de ficar na fila da merenda devido à agressividade que ela sofria na escola.”
A diretora da escola, Alessandra Ambrósio, informou que tomou todas as providências e resolveu o caso. “Houve um desentendimento entre duas garotas do mesmo ano que acabou em ofensas mútuas. Uma foi punida com dois dias de suspensão, segundo o regimento da escola. Foi uma ofensa racial. A transferência dela ocorreu porque tinha vaga na escola para onde ela desejava se remover e não foi por insistência do Minitério Público”, afirmou a diretora.
Direitos
O advogado Samuel Abrusses orienta que os pais devem se movimentar e cobrar os direitos dos filhos. “Com relação à criança que teve os dentes quebrados em Itaquaquecetuba, a escola deve ser responsabilizada. Os pais dos menores que praticaram a ação contra também devem ser responsabilizados, pois os pais respondem pelos filhos. Outro ponto é que o pai tem o direito de registrar o boletim de ocorrência. No meu entendimento, o delegado de polícia que se recusou a registrar o boletim falhou.”
O advogado Samuel Abrusses orienta que os pais devem se movimentar e cobrar os direitos dos filhos. “Com relação à criança que teve os dentes quebrados em Itaquaquecetuba, a escola deve ser responsabilizada. Os pais dos menores que praticaram a ação contra também devem ser responsabilizados, pois os pais respondem pelos filhos. Outro ponto é que o pai tem o direito de registrar o boletim de ocorrência. No meu entendimento, o delegado de polícia que se recusou a registrar o boletim falhou.”
Quanto ao caso da aluna de Suzano, Abrusses esclarece que a injúria racial é um delito praticado contra uma pessoa com o objetivo de ofender sua raça. “O pai está certo e o delegado agiu corretamente neste caso.” Mas ele destaca que a escola resolveu o problema apenas administrativamente, porém houve um crime. “Ele precisa ser investigado na esfera judicial também.”
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