quarta-feira, 15 de agosto de 2012

“Qualquer coisa vira bullying na escola”, diz especialista em educação

Terezinha Rios fala sobre a violência nas escolas e como ela poderia ser evitada
 
Bianca Bibiano, do R7

Meninas brigando na saída da escola por causa de namorado, alunos acusando professores de maus tratos, casos de violência contra docentes. Situações como essa acontecem constantemente nas escolas e, quando ocorrem, é comum a família e a escola procurarem culpados em todos os lugares. Para Terezinha Rios, especialista em ética na educação, esse tipo problema poderia ser evitado se os dois lados conversassem com frequência.

— A família se queixa de que a escola deixou de fazer algo que é necessário e a escola de que é a família não está levando em consideração determinados valores. Há uma confusão entre os papéis de cada uma das instituições. Se todo mundo tiver clareza de que a tarefa é de passar valores como respeito ao estudante e que isso é um trabalho conjunto, será mais fácil solucionar os problemas em que a violência aparece.


Em entrevista ao
R7 durante o 38º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, que acontece até o dia 16 em São Paulo, a especialista afirmou que a falta de diálogo entre a família e a escola abrem caminho para dúvidas de ambos os lados.

— A violência na escola tem sido banalizada. Qualquer gesto que contenha força ou imposição é visto como violento. Se todos, pais e professores, pensarem que existe a necessidade de haver regras e valores na escola e que isso precisa ser passado aos alunos, será mais fácil questionar as atitudes uns dos outros. A violência é o desrespeito a esses valores. 

Para a especialista, o bullying, que é a violência verbal ou física de um grupo conta um estudante, também é banalizado nas escolas.

— Qualquer coisa vira bullying. É preciso levar em consideração o estudante e tomar cuidado também com outros tipos de violência, como o autoritarismo que aparece do professor para o aluno, apenas impondo regras, sem respeitar sua opinião. Pedir para ele fazer uma cópia de trinta páginas sem objetivo é um tipo de violência e que nem sempre é discutida.


Mudar o padrão da escola comum e abrir espaço para a família e para o aluno participarem é o melhor caminho para reverter esses quadros de violência, garante Terezinha.

— Quanto mais todos tiverem um objetivo comum, melhor. Isso vai evitar aquele tipo de reclamação em que o professor repreende o aluno e ele diz que a mãe não acha ruim ele fazer aquilo. O diálogo tem que servir para evitar essas confusões nas regras que sempre aparecem na escola.

Fonte: R7

Nenhum comentário:

Postar um comentário