segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Soldado se mata e carta revela humilhação no Exército

Gisele Mendes Foto: Danilo Fiuza

Suicídio aconteceu no quartel do Exército de Três Lagoas

O soldado da 2ª Companhia de Infantaria do Exército de Três Lagoas, Cléber Aparecido da Silva, 19 anos, cometeu suicídio na noite de quinta-feira com um tiro na cabeça. Ele aproveitou o momento em que servia como sentinela no quartel para se matar com a própria arma, um fuzil calibre 7.62. Dois soldados que estavam próximos a ele ouviram o disparo, foram verificar o que havia acontecido e se deparam com Cléber caído ao chão. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros, além de dois médicos do Exército prestaram socorro ao soldado, mas nada pôde ser feito.

O suicídio teria sido premeditado, pois meses antes Cléber deixou cartas para a ex-namorada, familiares e para soldados do Exército. Uma delas, deixada para a família, foi escrita no dia 22 de julho deste ano, conforme ele mesmo escreveu. Em alguns trechos, ele relatava o arrependimento em ter escolhido a carreira militar, pois era vítima de humilhação, traição e injustiças no quartel. Ele ainda escreveu que tinha vontade de matar um sargento e um cabo que, segundo ele, eram os que mais o humilhavam. Para não cometer nenhum crime, ele relatou que preferia tirar sua própria vida.
 
No velório, familiares diziam-se surpresos com a atitude de Cléber, pois ele sempre foi um garoto calmo e carinhoso com todos. Por outro lado, eles alegaram que a única reclamação que ele vinha fazendo era quanto ao seu trabalho, o qual estaria sendo muito desgastante. De acordo com o primo José Carlos, Cléber trabalhava 36 horas e descansava apenas 12. “Ele andava muito cansado. Não fazia as aulas na autoescola para tirar a carteira de motorista, pois não era dispensado pelo quartel”, disse José, que já serviu o Exército e disse que já presenciou, por inúmeras vezes, soldados sofrendo humilhações. “O pessoal lá sofre bullying. Quem já passou por lá sabe do que estou falando”, destacou.

Confira a matéria completa na edição impresa do Jornal do Povo

2 comentários:

  1. O Exercito é uma instituição que você tem que entrar e deixar os culhões de fora. Eu ja vi Coronel levando mijada de General por causa de faxina, isso na frente da tropa. Se ate os peixes grandes passam por situações como essa, imagina os soldados. O EB é bom pra começar, agora pra se passar uma vida, fala sério. O camarada se tiver um pingo de amor próprio tem que estudar e meter o pé.

    ResponderExcluir