domingo, 9 de outubro de 2011

Dia das crianças: a violência pode começar dentro de casa

Na próxima quarta-feira, dia 12, comemora-se o Dia das Crianças. Data que traz consigo um apelo comercial, onde os pais se desdobram financeiramente para dar presentes para contentar seus filhos. Entretanto, uma triste realidade tem sido registrada com no município: a violência dentro do próprio lar.


Essa é a constatação feita pelo Conselho Tutelar de Catanduva, que tem lidado com frequência com esses problemas. “Muitas vezes, a criança acaba sendo objeto de briga de casais, e elas viram vítimas dos próprios pais. Apesar desses casos serem menos frequentes, alguns são encaminhados para a Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) e se os pais estiverem juntos, o problema pode ser ainda maior”, explicou Wilson Paraná, conselheiro tutelar.

A principal dificuldade encontrada pelo Conselho Tutelar são os casos omitidos, ou seja, os que não chegam ao conhecimento das autoridades responsáveis e da rede criada para assistência da criança. “Quando ocorre um caso, pode-se se multiplicar por pelo menos outros dez. Há casos em que não chegam até o nosso conhecimento, e isso dificulta muito nossa ação”, comentou.

O próprio conselheiro precisou intervir em um caso recente de tentativa de agressão. “Fomos acionados para atender uma ocorrência e, no momento em que chegamos ao local dos fatos, constatamos que ele havia sido agredido antes e quando foi fazer exame de corpo de delito, vimos o próprio pai querendo agredir e tive que intervir, me impor para que o genitor não procedesse com a agressão”, falou.

Bullying

O que tem preocupado o Conselho Tutelar é o crescimento do bullying em Catanduva. O modelo de agressão tem crescido de forma vertiginosa, e há casos em que a criança deixa inclusive de frequentar as escolas.

“Há briga entre colegas e o adolescente para de ir à escola por conta do bullying e isso tem se tornado tendência. Deixam de ir à escola por medo”, falou.

Na última semana, foram registrados dois casos. “O principal motivo é a aparência física. Torna-se uma agressão violenta e que limita as ações da vítima. O adolescente é um pouco vaidoso ou vaidosa, e se acha um defeito começa a pegar no pé e leva isso como ofensa violenta”, comentou. Wilson disse que é necessário fazer trabalho com psicólogos para reverter a situação.

Estrutura

Para o conselheiro, o principal problema tem relação com a estrutura social das famílias brasileiras. “Depende de uma estrutura social e isso não muda da noite para o dia. É uma conscientização que vem da educação escolar até religião. Na maioria dos casos a pessoa não tem nenhuma religião, totalmente desestruturada. A única mudança é fazer denúncias para os órgãos que envolvem a rede de estrutura do Conselho”, citou.

Evasão

Outro problema tem relação com a evasão escolar. “A maior incidência é a evasão escolar e isso também contribui para que o tratamento ruim contra as crianças. Ela na verdade é só a ponta de um sistema. Hora que vai fazer trabalho na família, tem falta de estrutura e aquela que é melhor estruturada não acontece nada.

A criança culmina com a evasão escolar e acaba não tendo condições psicológicas para ficar em uma sala de aula”, concluiu.

Fonte: O Regional On Line

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