Lilian Grasiela | |
Agudos – Briga protagonizada por dois alunos da Escola Estadual Professor Farid Fayad, em Agudos (13 quilômetros de Bauru), que foi gravada e colocada na Internet, está sendo investigada pelo Ministério Público (MP). O pai de um dos envolvidos – um menino de 13 anos – declara que o filho possui dificuldades motoras e déficit de aprendizagem e, em razão disso, é vítima constante de bullying. Segundo o pai do aluno, que terá sua identidade preservada para evitar constrangimentos à criança, seu filho cursa a 6ª série na escola estadual desde o final do ano passado, quando foi transferido de uma escola particular em razão das constantes agressões físicas e verbais que sofria de alguns colegas de classe. Na ex-escola, além de receber tapas no rosto, ele era alvo constante de gozações. “Ele usa aparelho no dente. E quando ele escrevia, a boca ficava aberta e ele babava”, diz. O homem conta que, no primeiro semestre, o garoto chegou a ter um dos dedos quebrados por um colega. Contudo, de acordo com ele, a transferência não surtiu o efeito desejado. O pai revela que, durante recente aula vaga, alguns alunos teriam dito ao seu filho que um colega estava falando mal da mãe dele. A mesma história teria sido contada ao outro garoto com a intenção, segundo o homem, de provocar a briga entre os dois. “A princípio, eu acho que foi tramado para eles justamente filmarem e colocarem no You Tube”, afirma. Os dois estudantes, então, passaram a se agredir e chegaram a cair no chão. Na queda, eles quase bateram as costas em um banco. A cena foi acompanhada por outros alunos, que chegaram a formar uma roda ao redor deles. Uma menina acabou gravando a briga com um aparelho celular e postou as imagens no You Tube. O homem declara que tomou conhecimento da gravação no último dia 8 quando, durante visita a um colega do seu filho, que é cadeirante e faz tratamento com ele em uma clínica de reabilitação em Bauru, acabou assistindo ao vídeo. Ele alega que, até então, seu filho apenas havia comentado que brigou na escola com com colega. Como não foi chamado pela direção da unidade, ele informa que não deu muita importância ao fato por achar que se tratava de uma situação corriqueira. Após ver o vídeo, o pai do estudante procurou a direção da escola e, orientado por uma advogada, também encaminhou o caso à Promotoria de Justiça da cidade e à Diretoria de Ensino de Bauru. Segundo ele, o Conselho Tutelar foi acionado para identificar os alunos envolvidos na confusão e conversar com a família deles. O pai do aluno afirma que ficou triste e, ao mesmo tempo, revoltado com tudo o que ocorreu. “Ele é um menino inteligente, mas não consegue abotoar uma camisa. Agora que ele está conseguindo amarrar um tênis”, conta. De acordo com o homem, algumas pessoas tentaram desqualificar a ocorrência e colocar a culpa no seu filho. “Quando ele vai reagir, todo mundo vê porque ele não tem aquela esperteza que uma criança da idade dele tem. Aí acaba sobrando para ele e todo mundo acha que ele é o culpado”, desabafa. Com a denúncia ao MP, o pai do estudante explica que pretende conscientizar os pais dos alunos envolvidos sobre a importância de se prestar mais atenção aos filhos. “Eu gostaria que eles (alunos) tivessem um pouco mais de respeito”, ressalta. Até mesmo seu filho, segundo ele, declara que só quer ser respeitado pelos colegas de classe. Na última segunda-feira, por conta de supostas ameaças que estaria sofrendo após o caso vir a tona, o pai conta que o garoto não quis ir à aula. “Ele passa por psicólogos para tentar superar todos esses problemas, essas agressões verbais, essas chacotas”, diz. O menino também recebe acompanhamento de fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais e psico-pedagogas. O presidente do Conselho Tutelar de Agudos, Alessandro José de Oliveira, disse que o órgão já adotou as providências necessárias em relação ao assunto. “A gente fez um relatório com o nome de todas as partes e mandou para a Promotoria resolver”, revela. “Ouvimos os pais, o menino, a outra parte e também a direção da escola e o professor”. De acordo com o promotor de Justiça João Henrique Ferreira, o caso também foi remetido à Polícia Civil para apuração. “Se o agressor for adolescente, acima de 12 anos, ele pode ser processado e, ao final, aplicada a ele as medidas que estão previstas no ECA, que vão de advertência até a internação”, informa. Alunos advertidos Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que a direção da Escola Estadual Farid Fayad convocou os responsáveis pelos estudantes envolvidos para uma reunião assim que tomou conhecimento do caso. “Além de receber orientação para retirar o material do site, os estudantes foram advertidos e contarão com acompanhamento pedagógico dos professores que atuam na unidade”. Além disso, a Diretoria de Ensino de Bauru explica que recebeu os pais dos alunos para uma reunião e se colocou à disposição para oferecer todo apoio necessário no caso. “É importante destacar que a unidade desenvolve regularmente trabalhos pedagógicos de combate ao bullying, como palestras e atividades em classe, além de fazer parte do Programa Escola da Família”, diz. Fonte: JCNet |
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Aluno com deficiência é agredido em escola de Agudos
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