O projeto “Bullying não é  brincadeira”, idealizado pelo Ministério Público do Estado do Acre  (MPE), foi lançado nesta quinta-feira (20), em Rio Branco, com a  presença de autoridades, educadores e alunos da rede estadual e  municipal. A iniciativa visa conscientizar a comunidade escolar sobre os  efeitos negativos do bullying e identificar medidas de prevenção e  combate ao problema. 
      O lançamento do projeto, que aconteceu  no auditório da escola estadual Armando Nogueira, contou com a  participação do procurador-geral de justiça, Sammy Barbosa Lopes; a  procuradora-geral adjunta, Kátia Rejane de Araújo; o promotor da  Infância e Juventude Francisco Maia Guedes; a promotora da Infância e  Juventude da Paraíba Soraya Escorel; o deputado estadual Jamil Asfury; a  vereadora Ariane Cadaxo, além de representantes das secretarias  estadual e municipal de Educação. 
 A abertura do evento foi marcada pela  apresentação de uma pesquisa, realizada por alunos do curso de  Psicologia da Uninorte. O estudo foi feito na escola Manoel Antônio de  Freitas, e mostrou que 84% dos alunos já foram vítimas de algum tipo de  violência na escola, e pouco menos da metade dos entrevistados afirmou  que já agrediu o colega. Segundo os estudantes, os casos mais comuns são  chantagem, insultos em relação à família e danos ao material escolar. 
 Para o procurador-geral de justiça, o  tema ganhou espaço na sociedade e merece ser tratado com importância  devido à gravidade do problema. “Nós temos que garantir que a escola não  seja apenas um lugar seguro, mas um ambiente onde a gente possa manter o  aluno até o final do ciclo escolar, e infelizmente, o bullying é um  obstáculo para que isso aconteça”, declarou. 
 O bullying, termo inglês e sem tradução  para o português, se refere às intimidações, às humilhações, violência  física e psicológica que são praticadas de forma intencional e  repetitiva entre alunos. Cada vez mais freqüente no ambiente escolar, o  fenômeno está se tornando comum e uma das causas do mau rendimento e do  abandono escolar. 
 A promotora da Infância e Juventude,  Soraya Escorel, que coordena vários trabalhos sobre o assunto,  participou do lançamento do projeto no Acre e palestrou a respeito do  assunto. A promotora trouxe uma cartilha que tem por objetivo evidenciar  a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o  bullying possa estar presente. No manual são apresentados os sintomas  mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como  identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como  prevenir esse tipo de situação e quais as conseqüências para os  agressores. “Eu não aprendi sobre o bullying lendo livros de  especialistas, mas observando alunos que já foram vítimas. Precisamos  unir forças para combater esse problema”, alertou. 
 O deputado estadual Jamil Asfury,  relator da lei estadual antibullying, acredita que o envolvimento da  família é importante. “Às vezes esses casos ultrapassam o limite da  brincadeira. As soluções não dependem apenas do Estado, pois a família  também deve assumir responsabilidades em relação a essa questão”,  declarou. 
 Segundo a procuradora-geral adjunta, o  problema é antigo e exige medidas urgentes. “Eu fui promotora da  infância e juventude durante quinze anos e me deparei muito com essa  temática. Eu acredito que esse trabalho de formiguinha vai trazer os  resultados e mudanças que a sociedade espera”, disse. 
 A professora de psicologia, Patrícia  Coube, afirmou que a troca de idéias é importante para orientar alunos e  professores. “A troca de idéias é muito importante, pois as pessoas  precisam saber diferenciar o bullying de uma simples brincadeira,  precisam saber que essa prática traz conseqüências sérias”, salientou.
Fonte: O Rio Branco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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