Durante a reunião, representantes da escola disseram que se pretende investir em segurança de forma pesada para que ela seja conhecida como o “colégio mais seguro do país”, e ainda, que aluno era possível vítima de bullying
A escola La Salle realizou nesta sexta-feira (02) uma reunião entre pais e comunidade acadêmica para se posicionar sobre o que aconteceu na última quarta-feira (31), quando pais e alunos viveram um dia de tensão, após ameaças supostamente feitas por um aluno – que se declarava neonazista –, circularem em sites de relacionamento.
A reunião durou mais de duas horas onde também estiveram presentes representantes do Conselho Tutelar.
Os pais, responsáveis e alguns alunos ocuparam todas as cadeiras e camarotes do Teatro La Salle, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, local escolhido pela diretoria da instituição para acontecer a conversa. A reunião teve inicio com um esclarecimento oficial do colégio, sem muitos detalhes, sobre a confusão que aconteceu no dia.
Escola pretende investir em segurança de forma pesada para que seja conhecida como o “colégio mais seguro do país” e para isso precisava do apoio dos pais. Assegurou o compromisso de criar um projeto de segurança e apresentá-lo aos pais em outra reunião aproximadamente em 40 dias.
A direção do La Salle disse que, ao conversar com os pais do adolescente, ficou decidido que o garoto não irá retornar à escola após o feriado, devido o “clima” de pânico entre os demais alunos.
Emocionado
O diretor da escola, Antônio Cantelli, que estava em Porta Alegre no dia do incidente, disse que chegou a Manaus na tarde desta sexta-feira (2) onde se sentou com outros membros da diretoria da escola para traçar um plano estratégico emergencial.
O diretor da escola, Antônio Cantelli, que estava em Porta Alegre no dia do incidente, disse que chegou a Manaus na tarde desta sexta-feira (2) onde se sentou com outros membros da diretoria da escola para traçar um plano estratégico emergencial.
Cantelli, começou dizendo que sabia que a escola tinha errado e que até então não possuía segurança suficiente que pudesse evitar uma catástrofe. Emocionado, o diretor lembrou de grandes acontecimentos como o episódio em Realengo e os ataque de 11 de setembro e disse que viu a cidade como se tivesse “desabado” com a notícia.
O diretor apresentou ainda as medidas de segurança emergencial traçadas pela diretoria, como a contratação de novos porteiros e capacitação dos já existentes, controle no acesso à instituição, aumento do monitoramento por meio de câmeras, além da criação de uma Comissão de Segurança com a participação dos pais.
Os pais presentes, por várias vezes, interromperam o discurso do diretor com vaias e reclamações com tom de indignação, pedindo providencias e explicações.
Pais
Na última etapa da conversa, a escola abriu espaço para que os pais e responsáveis pudessem dar dicas de segurança para ser aplicadas. A medida foi criticada por diversos pais que afirmaram que a instituição tem dinheiro o suficiente para pagar uma empresa de segurança especializada.
Na última etapa da conversa, a escola abriu espaço para que os pais e responsáveis pudessem dar dicas de segurança para ser aplicadas. A medida foi criticada por diversos pais que afirmaram que a instituição tem dinheiro o suficiente para pagar uma empresa de segurança especializada.
Ao ser questionado pelo o que de fato aconteceu naquele dia, a direção da escola afirmou que havia detectado um comportamento estranho entre um dos alunos, o que imediatamente foi contornado com a presença do pai e do Conselho Tutelar na instituição.
Um dos pais, um juiz do Tribunal de Justiça do Amazonas, contou com detalhes o que aconteceu naquela manhã: “Minha esposa me ligou desesperada, pois quando chegou para deixar as crianças viu o clima de terror na escola que aumentava à medida que os minutos se passavam. Ela chegou a falar com uma coordenadora que explicou que um aluno teria colocado uma ameaça na internet na última sexta-feira (26) que aquele dia seria o dia “D” de matar os demais. Foi quando eu acionei a polícia”, disse.
As discussões aconteceram em tom de desabafo. Alguns pais sugeriram o acompanhamento incisivo de psicólogos durante a formação dos alunos como medida de prevenção, além de por adesivos nos carros e portas com detector de metais entre outros.
Pai do garoto
Segundo informações do Coordenador dos Conselheiros Tutelares em Manaus, João Furtado, o pai do garoto foi notificado assim que o Conselho Tutelar da Zona Centro-Oeste foi acionado pela escola, no dia oito de agosto. Furtado disse que o pai compareceu prontamente todas as vezes que foi convocado e vem contribuindo com o trabalho de investigação.
Furtado afirmou que o pai do jovem levou o notebook do garoto para o Conselho Tutelar onde todos os documentos e acessos foram copiados e entregues a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI) e à Polícia Federal, por se tratar de um crime em rede, onde estão acontecendo às investigações.
O conselheiro disse ainda que o pai, ao saber do suposto dia “D”, tirou todos os aparelhos eletrônicos do adolescente e o levou para um local em que não há acesso à internet onde permanecerá até o fim do feriado de Semana da Pátria.
O pai teria dito ao conselheiro que menino já estaria fazendo acompanhamento psicólogo antes de ser chamado pelo Conselho Tutelar e pelo La Salle.
Posição da escola
Os diretores da escola disseram que não podiam afirmar nada ainda, pois estão esperando a conclusão das investigações. Eles afirmaram apenas que até o momento acreditam na possibilidade de “boato” feito por uma pessoa de má fé que sabia do problema da criança e se aproveitou disso para provocar terror.
Diversas vezes, durante a reunião, os educadores deixaram claro que possivelmente, o garoto era vítima de bullying pelos colegas tanto na escola quanto nas redes sociais.
Fonte: A Crítica
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