quarta-feira, 14 de setembro de 2011

“Bullying”. É hora de discutir

Enquanto em Cuiabá o Ministério Público precisa interferir junto às escolas para inibir a prática do “bullying”, aqui em Rondonópolis já há uma lei municipal de autoria do vereador Mohamed Zaher (PR) neste sentido. A prática do “bullying” atinge cerca de 30% dos estudantes nas escolas através de discriminação, seja ela aberta ou dissimulada.

As maiores vítimas geralmente são os gordinhos, os negros, os mais inteligentes, os menos aplicados, estudantes considerados ‘diferentes’ dos demais. Outra forma de bullying é a perseguição de um grupo a um estudante de forma intencional para que este se sinta rejeitado ou humilhado.

Muitas vezes os pais menos informados consideram o “bullying” como brincadeira de criança, coisa de estudante ou até mesmo uma situação sem importância. Mas estes atos podem afetar a criança ou o jovem psicologicamente, causando traumas ou grande sofrimento para o indivíduo, que muitas vezes se sente indefeso, humilhado e fica calado, enquanto sua auto-estima vai se dilacerando aos poucos. O mal deste tipo de “brincadeira” deve ser eliminado assim que for detectado seja pelos professores ou pelos pais.

A lei foi feita justamente para alertar alunos, professores e pais a combaterem estas ações, sejam elas, isoladas ou em grupo, para que estes alunos possam conviver de forma solidária, respeitando as diferentes crenças e raças, assim como, a forma com que cada qual escolheu para viver. Não são todas as pessoas que conseguem passar por estes problemas sem traumas, os problemas gerados por situações como estas podem afetar o convívio social no futuro ou até mesmo desenvolver doenças psicológicas.

Os problemas podem ser prevenidos de forma simples com ações que vão desde o incentivo de maior diálogo entre pais e filhos e aproximação entre alunos e professores. No mundo de hoje se dá muito valor ao ter, principalmente durante a formação da personalidade do indivíduo, em detrimento do ser. Assim, há a desvalorização de uma cultura diferente, de aprendermos com uma pessoa que é diferente de nós. Temos que incentivar nossos filhos e alunos a conhecerem o diferente a aprenderem a respeitar os demais, porque nós também seremos diferentes para alguém e estamos sujeitos ao mesmo tipo de tratamento, longe da nossa família ou do nosso grupo social.

Mais uma vez Mohamed acertou na proposta, comprovando que é um homem a frente do seu tempo, preocupado não só com os gastos do dinheiro público, mas mostrando que possui sensibilidade para atuar também na psicologia. Outra vez provou o seu valor no Legislativo, onde tem apresentado projetos relevantes para a melhoria do convívio social.    
 
* Patrícia Barbato Salvador é psicóloga em Rondonópolis CRP:18/00920


Por Patrícia Barbato Salvador

Fonte: Circuito Mato Grosso

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