Hoje em dia a palavra violência possui grande destaque no cenário nacional e internacional. A violência está nas ruas, nos jornais, nos debates acadêmicos, nas conversas informais, etc. A violência urbana, sem dúvida, é um dos temas mais discutidos na sociedade atual, pois atinge todas as classes sociais e faz centenas de vítimas diariamente. Não é fácil conceituar violência, pois o termo possui inúmeros significados, mas não há como desvincular sua idéia de ato criminoso.
No início desta semana, em Ponta Grossa, acompanhamos pelos jornais e noticiários o bárbaro crime cometido por um rapaz de 23 anos, contra uma jovem de apenas 21, aparentemente motivado por psicopatia sexual aliado ao uso de bebida alcoólica.
Em geral, quando tomamos conhecimento de histórias de crimes bárbaros, cometidos principalmente por jovens, temos naturalmente um sentimento de repulsa, que por sinal é muito justificado. Porém fica a pergunta: o que faz uma pessoa jovem, aparentemente normal, cometer um crime tão bárbaro? Trauma de infância? Bullying? Desrespeito a vida e a dignidade das pessoas? Ambição doentia? Uso de drogas? Consumo excessivo e bebida alcoólica? Ou a certeza da impunidade? Seja qual for a razão, nada justifica tamanha crueldade.
A sociedade já não suporta mais tanta violência física, psicológica, impulsos agressivos e crimes hediondos como este ocorrido em nossa cidade. Em todos os lugares, percebe-se estampado no rosto das pessoas de bem o sentimento de indignação pelo aumento progressivo da violência. É o anseio popular pela “tolerância zero” no combate a criminalidade e a selvageria urbana.
A violência urbana é um problema que afeta a ordem pública e toda a sociedade, independente de classe social, englobando diversos tipos de violência: doméstica, escolar, dentro das empresas, contra idosos, crianças, entre outras. Esse mal vem amedrontado as pessoas e muitas vezes impedindo-as de realizar diversos tipos de tarefas. Não há uma causa específica para a violência, apesar de muitos especialistas apontarem a má distribuição de renda como fator principal.
As conseqüências da violência são terríveis, o crescimento do tráfico de drogas, o aumento de crimes extremamente violentos que começam por brigas familiares, de bar ou de trânsito. Sem falar nos roubos que aumentam ainda mais o medo e falta de liberdade dos cidadãos. A solução para a violência urbana não é apenas aumentar o reforço policial e melhorar a estrutura das Polícias, como o governo vem tentando fazer, mas sim procurar conscientizar toda a população da importância que a ação conjunta de toda a sociedade tem no combate a esta anomalia social. Desta forma, todos nós podemos contribuir para que isso não se expanda ainda mais. Pequenos atos podem colaborar para restringir a violência urbana, como por exemplo, promovendo a solidariedade e repensando nossos valores éticos e morais.
A violência urbana é grande em países em que funcionam mal os mecanismos de controle social, político e jurídico. Em países como o Brasil, de instituições frágeis, profundas desigualdades econômicas e uma tradição cultural de violência, a realidade do cotidiano das grandes cidades é violenta. São freqüentes os comportamentos criminosos graves, como assassinatos, linchamentos, assaltos, tráfico de drogas, tiroteios entre quadrilhas rivais e corrupção, além do desrespeito sistemático às normas de conduta social estabelecidas pelos códigos legais ou pelo costume.
Com isso, o crescimento da violência – que ocorre em função da falta de oportunidades e na total falência da atuação do Estado através de políticas públicas como, uma educação de qualidade acessível a todos e de um sistema penitenciário que realmente recupere os infratores – faz com que o sentimento de “banalização” cresça na mesma proporção. Quanto maior o número de casos de violência, mais “acostumada” e “anestesiada” fica a nossa sociedade. Lutemos pela paz antes que seja tarde demais!
Fonte: JM News
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