domingo, 11 de setembro de 2011

Violência escolar atinge pequenas cidades do interior

Repórter: RENATA CRISTINA BERTOLDI
A violência é um tema que tem se destacado na mídia nacional, não mais restrita a determinada região ou cidade. As suas mais variadas formas atingem a malha social independente do porte da cidade.
Nesse contexto, destaca-se o significativo aumento de casos de violência escolar em pequenas cidades do interior paulista como Américo Brasiliense e Rincão, estas noticiadas há poucas semanas no programa“Fantástico” da Rede Globo.
Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo, de cada dez professores, oito viram ou ouviram histórias de violência nas escolas. Sete já presenciaram o envolvimento de alunos com o tráfico de drogas e, quatro entre dez professores, já souberam de alunos armados.Em outro estudo,feito pelo Ibope, as brigas entre alunos são o tipo de agressão mais comum.
Depois de viver por três anos, de 2004 a 2006, a experiência de ter um filho vítima da violência na escola, a professora Carmen de Paula decidiu estudar o assunto e escrever sua tese de pós-graduação em psicopedagogia sobre o “bullying”, um novo conceito para designar o fenômeno de mau-trato, intimidação, opressão e humilhação entre jovens e crianças.
No site “Anita Mulher” (www.anitamulher.com.br) a psicopedagoga explica os sinais apresentados por quem sofre “bullying”. “Os pais devem ficar alerta ao comportamento dos filhos em relação à escola. Caso eles comecem a reclamar, ou ficarem reclusos, sem querer conversar com ninguém em casa, apresentarem baixo rendimento escolar ou uma tristeza profunda,devem procurar a escola para saber o que está havendo”, explica Carmen.
A diretora de uma escola estadual de Tabatinga(SP), Magda Herminia Sgarbi, explica que, na maioria das vezes, a violência dentro da escola é ocasionada por um conflito.“Muitas vezes a violência escolar é gerada por um simples conflito. Um aluno que olha ‘torto’ para o outro ou uma menina que se destaca mais que as outras. O que não pode é um conflito como esse gerar a violência”, comenta Magda.
Ainda, segundo ela, o professor deve ficar atento ao comportamento da sala. “Muitas vezes, para se isentar do problema, ou por medo, o professor diz que não viu, ou não percebeu o conflito que aconteceu na aula. Como educador, é de grande responsabilidade que ele resolva da melhor maneira possível o problema”,completa Magda.
Nas escolas públicas, é a polícia que garante a segurança dos alunos, mas apenas do lado de fora. De acordo com o cabo da Policia Militar de Tabatinga, José Luiz Ferreira Mangolin, isso dificulta o trabalho policial.“A ronda escolar é de grande importância no contexto de auxílio. A PM sente dificuldade de penetração na escola, já que apenas com o acompanhamento do Conselho Tutelar, podemos solucionar os casos internos”, comenta.
Mangolin ressalta também o bom trabalho policial desenvolvido na cidade em relação à violência escolar. “Tabatinga possui um bom controle referente à problemas escolares. Só registramos casos corriqueiros como discussões entre alunos. No mais é tranqüilo”, completa.

Fonte: Agencia de Notícias da Uniara

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