segunda-feira, 1 de agosto de 2016

"Recebemos ameaças de morte", diz pai do atirador de Munique

Nove dias após o massacre, Masoud S. fala pela primeira vez à imprensa e diz que não sabia que o filho tinha comprado uma arma. "Minha esposa chora há uma semana. Nossa vida na cidade está acabada", declara.

Pouco mais de uma semana após o massacre num centro comercial de Munique, o pai do atirador de 18 anos resolveu romper o silêncio. Em entrevista ao jornal alemão Bild am Sonntag deste domingo (31/07), Masoud S. afirmou que ele e sua esposa recebem ameaças de morte e não tinham conhecimento dos planos do filho, Ali David S.

"Estou mal. Recebemos ameaças de morte. Minha esposa chora há uma semana. Nossa vida em Munique está definitivamente acabada", declarou Masoud. "Não sabia nada sobre uma arma."

No dia 22 de julho, Ali David, um alemão de origem iraniana, abriu fogo contra passantes num centro comercial, matando nove pessoas e ferindo outras 16. Ele teria comprado secretamente, pela internet, a pistola que utilizou.

O jovem realizava tratamento psiquiátrico, e amigos disseram que ele que teria sofrido bullying na escola - o que é considerado um possível motivo para o crime. Masoud contou que o filho nunca lhe disse que sofria bullying na escola, mas há quatro anos soube do problema por um colega de escola do filho.

"Eu tirei Ali da escola e conversei com uma professora", contou. "Denunciei para a polícia alguns alunos que lhe faziam bullying, mas as investigações não foram adiante."

Segundo as investigações, o jovem era fascinado pelo extremista de direita norueguês Anders Behring Breivik, que há um pouco mais de cinco anos matou 77 pessoas em Oslo e na ilha de Utoya. A maior parte das vítimas de Ali David era muçulmana e tinha ascendência turca ou kosovar.

FC/afp/dpa/epd

Nenhum comentário:

Postar um comentário