O número impacta: 4 entre 10 pessoas com deficiência já sofreram algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho, segundo o estudo de um portal de vagas de emprego, o vagas.com, divulgado na semana passada. O levantamento aponta que um outro problema enfrentado por pessoas com deficiência é a falta de oportunidade de trabalho.
A situação, que já é difícil para quem enfrenta qualquer tipo limitação, agrava-se com a falta de sensibilidade e de respeito de muitas pessoas que não conseguem se colocar no lugar do outro. Há relatos de casos em que o portador de deficiência chega a ser zombado pelos seus colegas de trabalho por causa do seu "jeito diferente" de andar.
A pesquisa ouviu mais de 4000 pessoas com deficiência e mais da metade delas afirmou terdificuldades no mercado de trabalho. Dentre os problemas mais comuns estão a falta de oportunidade em trabalhos que se alinhem ao perfil profissional do candidato e, também, o bullying. 57% dos entrevistados afirmam que já sofreram bullying, recebem baixos salários e não têm um plano de carreira. Além disso, acontece de a equipe de trabalho na qual está inserida uma pessoa com deficiência não acreditar no potencial dela, revelando uma grande dificuldade de convivência no ambiente de trabalho.
O Brasil tem a lei 7.853/1989, em vigor há quase trinta anos, que obriga empresas a contratarem um percentual de pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários. O Estado de São Paulo tem 400 mil vagas destinadas a esse público, mas apenas 100 mil estão ocupadas. Na capital paulista, uma política especial para as pessoas com deficiência será lançada no final de setembro, com o objetivo de reforçar o cumprimento da lei. É preciso garantir que as pessoas com deficiência não só tenham a garantia de empregabilidade, mas as condições de que ela se cumpra atendendo às suas necessidades.
Garantir o acesso ao emprego às pessoas com deficiência é um ato de cidadania e uma forma de integrá-las socialmente.
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