sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Dois em cada três jovens de 18 países já foram vítimas de bullying

SIC Notícias

Dois em cada três jovens de 18 países afirmam ter sido vítimas de bullying, e nove em dez acreditam que esse é um problema generalizado nas suas comunidades, revela uma sondagem realizada pela UNICEF hoje divulgada.

Por ocasião do Dia Internacional da Juventude, que hoje se assinala, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) considerou pertinente tornar pública esta sondagem recente, realizada através da plataforma digital U-Report.

A U-Report é "uma ferramenta que tem tido um enorme impacto junto dos jovens, destinada a promover a sua participação em assuntos que lhes dizem respeito, e que conta com mais de dois milhões de utilizadores em mais de 20 países", lê-se no comunicado da agência especializada da ONU.

Os jovens foram inquiridos por SMS, Facebook e Twitter sobre o impacto do bullying nas suas comunidades, sobre a sua experiência pessoal em relação ao fenómeno e o que pensam que pode ser feito para acabar com este tipo de violência.

Segundo o documento da UNICEF, mais de 100.000 U-Reporters que participaram na sondagem eram jovens entre os 13 e os 30 anos de países como: Senegal, México, Uganda, Serra Leoa, Libéria, Moçambique, Ucrânia, Chile, Malásia, Nigéria, Suazilândia, Paquistão, Irlanda, Burkina Faso, Mali, Guiné-Conacri, Indonésia e Zâmbia, recrutados por parceiros como os Escuteiros e as 'Girl Guides' e através da plataforma U-Report.

Esta sondagem do U-Report concluiu também que: "um terço dos inquiridos pensa que ser vítima de bullying é normal e por isso não contou a ninguém; a maioria dos inquiridos que relataram sofrer de bullying afirmou que tal tinha acontecido devido à sua aparência física; o 'bullying' foi também atribuído a questões de género ou de orientação sexual e etnia; e um quarto das vítimas afirmou que não sabia a quem contar", precisa a instituição.

"Mais de oito em cada 10 inquiridos acreditam que a sensibilização, nomeadamente através da formação de professores sobre como ajudar as crianças a sentirem-se mais à vontade para relatar casos de 'bullying' é uma das formas de responder a este problema nas escolas", segundo o estudo de opinião.

"O bullying, incluindo o bullying online, continua a ser um risco mal-entendido para o bem-estar das crianças e dos jovens," afirma Theresa Kilbane, conselheira para assuntos de proteção infantil da UNICEF, citada no comunicado.

De acordo com a responsável, para se pôr fim "a este tipo de violência, tem de se melhorar a opinião pública sobre o impacto nocivo do bullying, munir os professores, pais e pares com competências para identificarem riscos e reportarem incidentes, e para proteger e cuidar das vítimas."

O trabalho da UNICEF para sensibilizar as crianças e os adolescentes para as consequências do bullying faz parte da sua iniciativa global "End Violence Against Children -- Pôr Fim à Violência Contra as Crianças", através da plataforma U-Report e de campanhas nas redes sociais (#ENDViolence - #PôrFimàViolência).

Em conjunto com os seus parceiros, a UNICEF trabalha igualmente no "reforço dos sistemas de educação nas escolas para definir sistemas referenciais significativos para o bem-estar das crianças", precisa o comunicado.

Lusa

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