domingo, 17 de junho de 2012

VIOLÊNCIA ESCOLAR - BULLYNG por Karina Mara Possi dos Santos

Resumo: O presente trabalho teve como pesquisa fontes bibliográficas. Cujo objetivo principal foi analisar as situações de violência e indisciplina no contexto escolar, revelando os fatores determinantes e as consequências decorrentes na vida dos envolvidos. Estudos mostram uma preocupante incidência do fenômeno bullying nas escolas de todo mundo. Mas apesar disso, ele tem sido desconsiderado normalmente, por boa parte da população. Causando medo e sérias consequências emocionais e psíquicas nos envolvidos. Está também relacionado ao fracasso e a evasão escolar. Qual o papel da família frente a isso, já que as crianças adotam padrões de interação social, experimentados no contexto familiar. Como auxiliá-los para que possam, redirecionar suas ações. Como o psicopedagogo pode intervir para melhorar as relações interpessoais dos envolvidos, prevenindo o bullying e diminuindo a sua incidência.


IntroduçãoEste trabalho aborda o tema Violência Escolar entre alunos no Ensino Fundamental. O interesse pelo tema surgiu das observações realizadas por algumas alunas deste grupo, do curso de pedagogia, ao observar nas escolas em que trabalham como estagiárias, inspetoras de alunos, e professora de alfabetização para adultos, situações em que a violência ocorre durante a entrada, na aula, no intervalo e na saída, levando-nos a investigar o tema. Sendo assim, decidimos pesquisar as principais características do agressor, e as circunstâncias das agressões.
 
Segundo Abramovay e Rua (2003) em todo o mundo ocidental moderno, a ocorrência de violências nas escolas não é um fenômeno recente. Este, além de constituir um importante objeto de reflexão, tornou-se, antes de tudo, um grave problema social.
 
A construção de uma visão crítica sobre o fenômeno da violência mostra-se fundamental, na medida em que permeia todas as relações sociais, em que são profundamente afetados os membros da comunidade escolar, como, por exemplo, alunos, professores, diretores e pais.
 
Observamos que o tema violência escolar tem ganhado uma grande atenção de todas integrantes do grupo, que já sofreram agressões no período escolar, por parte dos professores e dos próprios colegas de classe, tanto físicas, psicológicas e sociais. Portanto, concordamos com Shilling (2004), que a violência ocorre com o professor para o aluno, professores que se queixam com a falta de reconhecimento da profissão, e o piso salarial. Os alunos entre si discutem por diversos motivos, desde raça, status social, moda, aparência física, impedindo o acesso a um futuro sonhado, pois com tantos bloqueios torna-se difícil a superação de obstáculos. Lembrando que devido às desigualdades sociais, muitos pais não podem sequer alimentar seus filhos de uma forma adequada, fazendo com que crianças descrentes de um futuro melhor, freqüentem as escolas apenas para o seu próprio sustento, desprendendo o aluno do principal foco, que é o aprender, abrindo espaço para agressões mútuas dentro da sala de aula.
 
O problema de pesquisa do presente trabalho encontra-se pautado nas seguintes questões: A criança violenta é excluída pelos colegas, e se esta ocorre, de que forma essa exclusão afeta o aluno? Quais as principais características do agressor? Sendo assim quais os tipos de violência entre os alunos que ocorrem na escola e em quais locais da escola ocorrem as violências?
 
Temos como hipótese o fato de que a violência na escola é ocasionada por diversos fatores, ela ocorre principalmente entre alunos através de agressões físicas e verbais fazendo o aluno se sentir ridicularizado e humilhado
 
O aluno que pratica a violência geralmente é excluído pelos colegas visto que a criança agressiva não consegue se relacionar com os demais de forma efetiva, ele gera uma marca para si, o que faz com que ele se sinta estigmatizado, tornando-o mais violento.
 
Acreditamos que a violência ocorre principalmente na hora do recreio, onde os alunos convivem sem a interferência direta dos adultos. Outro local em que ocorre a violência é em sala de aula, principalmente durante ausência do professor.
 
O aluno agressor possui como principais características a agressividade, a impaciência e a intolerância às regras entre outros.
 
Com isso nossos objetivos são: analisar quais os tipos de violência são mais freqüentes na escola, pesquisando as principais atitudes e características do agressor e observando quais os principais locais de agressão na escola


O que é bullyingSegundo Fante (2005) bullying é todo comportamento cruel relacionado com as relações interpessoais, onde os mais fortes fazem do mais fraco objeto de diversão com “brincadeirinhas” que maltratam e intimidam.
 
Segundo a autora (2005, p.35) o bullying pode ser exemplificado através do seguinte depoimento “Minha vida na escola é muito triste porque meus colegas me colocam apelidos de que não gosto. Me chamam de ‘sarnenta’, ‘feia’, ‘piolhenta’ e outras coisas. Gostaria que parassem com isso, não agüento tanta humilhação.” [...]. 
 
Com isso o bullying é considerado um fenômeno novo por possuir apenas estudos recentes nas últimas décadas, mas também é visto como um fenômeno antigo, já que é uma violência que sempre ocorreu nas escolas, e que em muitos casos, segundo Fante (2005), continua despercebido pelos professores e funcionários.
 
O bullying não é um ato violento exclusivo da escola, ele ocorre em diversos locais como exemplifica a autora (2005, p.30). “o bullying possui, ainda, a propriedade de ser reconhecido em vários contextos: nas escolas, nas famílias, nos condomínios residenciais, nos clubes, nos locais de trabalho, nos asilos de idosos, nas Forças Armadas, nas prisões, enfim, onde existem relações interpessoais.”
 
Com isso, a autora assegura que a maioria dos casos de bullying ocorre dentro da escola devido ao maior estabelecimento de relações interpessoais, e afirma que “para um comportamento seja caracterizado como bullying, é necessário distinguir os maus tratos ocasionais e não graves dos maus tratos habituais e graves” (FANTE, 2005, p. 49).
 
O bullying apresenta diversas características que o diferenciam de outras violências que ocorrem na escola. Podemos analisar os seguintes aspectos a respeito da violência entre os alunos:

[...] são comportamentos produzidos de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vitima; apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa da vitima; ocorrem sem motivos evidentes; são comportamentos deliberados e danosos (FANTE, 2005 p.49).
A autora ressalta assim que para ser caracterizado o bullying é necessário que ele ocorra de forma continua, contra uma mesma pessoa com resultados danosos. Segundo as pesquisas realizadas pela autora “os ataques ocorrem na freqüência: 10% disseram que ocorriam todos os dias; 4%, duas ou mais vezes por semana; 5%, uma ou mais vezes por semana; e 52% disseram que ocorre de vez em quando.” (FANTE, 2005, p.59)
 
Segundo Fante (2005) qualquer comportamento de bullying é manifestado por um individuo ou um grupo de indivíduos (agressor) com alvo a outro individuo (vitima) sem nenhum motivo evidente.
 
Outra característica apresentada pela autora é a relação de desequilíbrio de poder, algo necessário para que a vítima não possa se defender da agressão. Segundo a autora, o bullying converge para a incapacidade da vítima de se defender, e não conseguir que outras pessoas saiam em sua defesa.
 
O bullying antigamente era associado ao comportamento masculino, porém podemos constatar que as meninas estão protagonizando casos de agressão como justifica Fante (2005, p.66) “as meninas estão copiando as condutas agressivas dos meninos, inclusive fazendo uso de maus tratos físicos como forma de demonstrar poder em seus grupos sociais, principalmente a escola.”
 
Para autora (2005, p.56) em pesquisa realizada em escolas a respeito do gênero dos agressores:
Em relação ao gênero dos agressores: 38% eram meninos agindo individualmente; 13% meninos agindo em grupos; 7% meninas agindo individualmente; 4% meninas agindo em grupos; 11% grupos mistos, formados por meninas e meninos; e 2%, participação generalizada, incluindo adultos. 

As vítimas típicas do bullying geralmente não quebram a lei do silêncio, pois, temem denunciar seus agressores, seja por conformismo ou até vergonha, temendo ser motivo de gozação maior do que já enfrenta, o que faz a vítima se afastar do grupo, o que prejudica sua reputação e aumenta os ataques abertos.


Perfil do agressorO agressor é aquele que domina os mais fracos, e normalmente é um individuo, que não se coloca no lugar do outro. O agressor geralmente tem pouco ou nenhum afeto na sua casa, e muitas vezes vem de uma família 'desestruturada'.
 
“Os pais ou responsáveis exercem supervisão deficitária e oferecem comportamentos agressivos ou violentos como modelos para solucionar os conflitos” (FANTE, 2005, p.73).
 
A autora ainda salienta outras características do agressor:
O agressor normalmente se apresenta mais forte que seus companheiros de classe e que suas vítimas em particular; pode ter a mesma idade ou ser um pouco mais velho que suas vitima; pode ser fisicamente superior nas brincadeiras, nos esportes e nas brigas, sobretudo no caso dos meninos. […] Pode vangloriar-se de sua superioridade real ou imaginária sobre outros alunos. É mau-caráter, impulsivo, irrita-se facilmente e tem baixa resistência às frustrações. Custa a adaptar-se às normas; não aceita ser contrariado, não tolera os atrasos e pode tentar beneficiar-se de artimanhas na hora das avaliações (FANTE, 2005, p.73).

Fante (2005) relata que o agressor é considerado perverso e demonstra pouca simpatia para com suas vítimas. Ele tem comportamentos anti-sociais, como furto, consumo de bebida alcoólica e andam com pessoas de pouco caráter. Segundo Fante (2005, p.73), “seu rendimento escolar, nas séries iniciais, pode ser normal ou estar acima da média; nas demais séries, em geral ainda que não necessariamente, obtém notas mais baixas e desenvolve atitudes negativas para com a escola.
 

As causas da ação do agressor
Ainda segundo a autora, os admiradores do agressor observam suas ações e aderem ao mesmo comportamento, escolhendo para atacar a mesma vítima ou outra. “O poder do agressor é exercido pela imposição de autoridade respaldada na sua força física e/ ou psicológica que o destaca perante o grupo, transformando-o num modelo de identificação a  ser seguido” (FANTE, 2005, p.61).
 
Alguns alunos ficam juntos ou se transformam em um agressor, por pressão ou defesa, com medo de se transformar em uma nova vítima, para não ser expulso da turma, ou, ainda, para ser popular. A autora destaca que:

As causas desse tipo de comportamento, segundo especialistas, devem-se à carência afetiva, à ausência de limites e ao modo de afirmação do poder dos pais sobre os filhos, por meio de “praticas educativas” que incluem maus-tratos físicos e explosões emocionais violentas. (FANTE, 2005, p.61)

Um dos motivos pelo qual se dá a violência do agressor contra os outros, é a reprodução da agressividade que ele recebe da família e da escola, é a forma que ele tem de ser percebido, mostrar que é forte diante dos outros, talvez por ser o único jeito que ele aprendeu para lidar com os conflitos pessoais.
 
Ainda segundo Fante (2005), essa síndrome começa com estímulos de agressividade recebidas na infância, quando a criança sem perceber leva isso para seu comportamento, podendo ou não produzi-lo.


Outro motivo da violência do agressor, segundo Fante (2005, p. 62) é:
A ausência de modelos educativos humanistas, capazes de estimular e orientar o comportamento da criança para a convivência social pacífica e para o seu crescimento moral e espiritual, fatores indispensáveis ao bom processo socioeducacional, que se torna promotor de auto-superação na vida. A ausência desses valores humanistas tem induzido o educando ao caminho da intolerância, que se expressa pela não-aceitação das diferenças pessoais inerentes a todos os seres humanos. Dessa forma, o bullying começa frequentemente pela recusa de aceitação de uma diferença, seja ela qual for, […]. A constatação dessas diferenças faz surgir conflitos inter-pessoais de convivência, e os métodos utilizados para solucioná-los são aqueles aprendidos nas vivências experienciadas no modelo educativo a que o educando foi submetido, que é expresso pela imposição de autoridade e pelo emprego de vários tipos de atitudes e linguagem violenta para fazê-lo obedecer.

Fante (2005) considera grave o fato de que crianças que se envolvem nesse acontecimento não estão suficientemente maduras para lidar com as conseqüências que acarretam este tipo de comportamento. “[...] o que requeria uma conscientização preventiva por parte de toda a comunidade educacional” (2005, p.63).


Indisciplina e violência: Os conflitos na escola
Uma das causas de conflitos na escola é o questionamento por parte dos alunos da autoridade do professor, a falta de respeito, é o que dá início a discussões e agressões verbais por parte de alunos contra professores. Esse é um tipo de violência que acontece na escola. Mas, a violência mais comum é entre os alunos, nas classes, onde os conflitos e tensões acontecem, por interações agressivas, como meios de diversão ou auto afirmação. Tendo um ou mais alunos de comportamento irritadiço e agressivo, este passa a ter necessidade de ameaçar, dominar os outros pela imposição e uso de força, por meio dela seus ataques são dolorosos e desagradáveis aos demais, que geralmente são mais frágeis e não conseguem reagir, fazendo com que o agressor se sinta forte, confiante e superior.

Se na turma existe alunos com características como timidez, passividade, insegurança e dificuldade de impor-se, mostrando-se indefeso. Este será a vítima, um alvo em potencial para o agressor, sabendo que não terá reação aos ataques.

Em geral o indivíduo com intenções agressivas, consegue o apoio de outros alunos, que se unem à ele, formando grupos (gangues), seus atos vão de ataques a colegas, verbais e físicos, a professores e funcionários até a depredação dos bens da escola. Na maioria das vezes sem que professores e funcionários percebam a movimentação, e não descubram os culpados.

O estudo de Couto (2008) mostra que geralmente a vitima não conta o ocorrido a professores e pais, temendo novos ataques em vista disso. Este aos poucos vai se isolando da turma, por causa das constante gozações e ataques, sem que consiga se livrar disso, ficando evidente para todos que não serve para nada. Seus colegas passam a também isolá-lo temendo ser a próxima vítima por ter sido visto andando juntos.

Os atos de bullying acontecem na sua maioria no espaço escolar, apresentando as características mais comuns, que são comportamentos repetitivos num período prolongado de tempo contra a mesma vítima, apresentam relações de desequilíbrio de poder, dificultando a defesa da vitima, ocorrem sem motivação evidente. Esses comportamentos podem ocorrer de duas maneiras direta que inclui agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences, xingar, apelidar e insultar) e indireta, esta talvez seja a mais prejudicial à vitima criando traumas irreversíveis, acontecendo através da disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando a discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.

A dificuldade em utilizar estratégias para lidar com esse tipo de violência na escola, inquieta docentes a refletirem quanto a participação da escola na formação ética e moral dos educandos, estes precisam ser educados por alguém que se importe com eles, embora tudo comece na família a escola precisa fazer algo para ajudar essas crianças e o que eles vivenciam na escola.       

Na escola a psicopedagogo, assume um compromisso com a melhoria da qualidade de ensino, expandindo sua atuação para todo o espaço, envolvendo, além dos alunos, professores, coordenadores, enfim, todo o grupo que faz parte do contexto escolar, visando a prevenção e a intervenção do fracasso escolar (BOSSA, 2000).

No contexto escolar é de grande valia para o desenvolvimento sócio-cognitivo, pois é o local onde, ocorre as experiências significativas na vida de crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento e, por isso, os mesmos necessitam de um ambiente saudável que propicie condições adequadas para o amadurecimento que inclui estímulos positivos, equilíbrio, bom relacionamento com colegas e professores. O aprendizado relaciona-se com a qualidade e estruturação das relações afetivas do aluno com seus colegas, professores e família. Qualquer desequilíbrio nos vínculos que envolvem tais relações tem conseqüência direta na qualidade do aprendizado (WEISS, 2004). 


Violência e FamíliaOs motivos apontados que levam os educandos aos atos de violência e bullying nas escolas, são intrínsecos a formação que eles recebem na família e no entorno social que vivem. Muitas vezes vivenciando atos de violência e agressão, na família e na rua, assim age segundo o modelo que teve. Esta relação familiar, por vezes pautada na violência doméstica, junta-se a violência social a que estão expostas as crianças, que na maioria vivem em situação de pobreza e de extrema desigualdade social. Vivendo em um ambiente em que o diálogo cede a violência, a criança tende a reproduzir nos demais ambientes que frequenta a violência que está presente no seu cotidiano, a reprodução desse comportamento na escola se dá através de exercícios de coação e da agressão entre pares.

Compreende-se que as representações são ativas, fazendo parte da constituição das identidades dos sujeitos e grupos sociais. Assim sendo, a identidade é construída ativamente pelo meio, a partir de representações, cujos significados são produzidos na história e na cultura, nas práticas cotidianas dos sujeitos. Neste contexto, o aprendizado da violência contribui fortemente para inserção de práticas intolerantes e de desrespeito às diferenças, sociais e de gênero.

As influências da mídia, de programas com imagens inadequadas e violentas, influenciam nas aquisição de atitudes e modelos de comportamento, absorvidos e adotados pelos membros da família. Na interpretação de Souza (2008) a questão social e econômica de carência em que vivem a maioria das famílias, foi apontado como um dos agravantes da violência. Uma vez que os pais passam o dia todo fora de casa no trabalho, as crianças ficam sozinhas, carentes de afeto e atenção, que lhes não são destinados.
Ressaltam que a família tem uma importante influencia na aquisição de modelos agressivos pelas crianças. Pais que utilizam a punição estão mostrando a seus filhos que a violência é uma forma apropriada de resolução de conflitos e de relacionamento entre homens e mulheres.

As carências educacionais deveriam estar sendo supridas escola, entretanto, os educadores identificam o problema mas, ainda não se articulam para o enfrentar. Na interpretação de Fante (2005) O comportamento agressivo ou violento nas escolas é hoje um fenômeno social mais complexo e difícil de compreender, por afetar a sociedade como um todo, atingindo diretamente as crianças de todas as idades, na maior parte das escolas do país e do mundo. Segundo este apontamento entendemos que a escola deve prevenir o fenômeno violência que se desenvolve em seu contexto, impedindo a sua proliferação. Para chegar a isso, necessita-se de um trabalho psicopedagógico, através dele, conscientizar as famílias a cerca da importância da demonstração de afeto para com as crianças, da atenção as suas necessidades emocionais, e ao seu desenvolvimento físico e social. E do apoio e participação das famílias às ações sociais promovidas pela escola.

 
MetodologiaEsta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.


Considerações Finais
Ao me propor a trabalhar com a temática bullying, levei em conta a necessidade e urgência de contextos de discussão, reflexão e ação em torno do assunto, enfatizando a cultura de paz e do respeito aos direitos fundamentais do ser humano e,  ainda, a valorização da troca de experiências como forma de aprendizagem, de acatamento ao pensamento e à produção do outro, instituindo uma visão solidária das relações humanas a partir do contexto da sala de aula. Mais: quis acomodar no mesmo patamar os papéis desenvolvidos por homens e mulheres na construção da sociedade contemporânea, com o intuito de estabelecer a igualdade entre os sexos, livre de qualquer tipo de preconceito e discriminação de gênero, de orientação sexual, racial, cultural, entre outros.
 
Acreditei ser possível encontrar caminhos para ressignificar as relações humanas, tanto no cotidiano escolar quanto na vida em sociedade, e foi o que consegui alcançar com este trabalho. /ago 2008
 
(...) Quando os alunos mudam, não é porque adquiriram um conhecimento intelectual sobre o respeito, mas sim porque descobriram sozinhos quais são suas preferências nos relacionamentos que têm uns com os outros. É muito mais convincente e significativo perceber as próprias preferências do que ser informado sobre quais deveriam ser essas preferências (BEAUDOIN & TAYLOR, 2006, p.182).
 
Em resumo, o possível perfil das crianças e jovens envolvidos em práticas de bullying perpassa questões de auto-estima que, muitas vezes, remontam, por exemplo, a históricos de maus tratos, omissão de pais e professores, abandono familiar na primeira infância, carência afetiva.
 
Dessa maneira, devemos refletir sobre nosso papel enquanto educadores, nossas práticas, a relação que estabelecemos com nossos alunos e  alunas, e o compromisso que temos com a educação, para que possamos tomar a iniciativa de interferir no momento adequado e de maneira adequada, facilitando as aprendizagens, num ambiente onde haja respeito mútuo, solidariedade e cooperação.
 
"Inúmeros alunos de todas as idades nos disseram que sua ligação com um educador, que tenham tido a chance de conhecer como pessoa, aumentou sua motivação para concluir tarefas e levou-os a nutrir uma atitude mais positiva" (BEAUDOIN & TAYLOR, 2006, p.123-124).
 
Defendemos que o papel da escola não é tão somente o de “ensinar”, conforme a concepção equivocada que ainda vigora na sociedade atual, mas sim o de criar situações de aprendizagens que promovam o desenvolvimento individual e coletivo dos educandos, no e para o exercício da cidadania plena.


Bibliografia
Referências bibliográficas
ABRAMOVAY, M & RUA, M.G. Violências nas escolas. Belo Horizonte: Pitágoras, 2003.
BEAUDOIN, M. N. & TAYLOR, M. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BOSSA, Nadia. A Psicopedagogia no Brasil. A contribuição a partir da pratica. Porto Alegre: Artmed, 2000.
COUTO, Maria Aparecida Souza. Violência e gêneros no cotidiano escolar. Disponível em: http://cinelandia.ufs.br/tede/tde_arquivos/10/TDE-2008-11-14T040414Z
- 20/Publico
FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2º Ed. Campinas: Verus, 2005.
SCHILLING, F. A sociedade da insegurança e a violência na escola. Moderna: São Paulo, 2004.
WEISS, Maria Lucia L. Psicopedagogia Clinica: Uma visão diagnostica dos problemas de aprendizagem. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2004.

Currículo(s) do(s) autor(es)

Karina Mara Possi dos Santos - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Psicopedagoga formada em 2011, graduada pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo - Campus SP.


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