terça-feira, 19 de junho de 2012

Professora é atacada a socos por aluna

A estudante teria acertado o rosto da docente e cuspido em sua direção em plena sala da diretoria, em Macatuba

Lilian Grasiela

Macatuba – Durante discussão, uma estudante que cursa o 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Fernando Valezi, no Centro de Macatuba (46 quilômetros de Bauru), agrediu uma professora com socos no rosto, dentro da sala da diretora. A docente está com hematomas abaixo de um dos olhos. Ela registrou Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia e passou por exame de corpo de delito.

De acordo com a denúncia que chegou ao Jornal da Cidade, o fato teria ocorrido no início da tarde da última quinta-feira. A reportagem apurou que a aluna, que teria completado 18 anos e mudou-se recentemente da região Nordeste do Brasil, vem sofrendo bullying por parte de colegas de classe em razão de seu sotaque. A jovem teria, inclusive, registrado BO de Injúria contra os estudantes, fato não confirmado pela Polícia Civil.

No dia 14 de junho, ela teria passado mal e pedido autorização da professora para deixar a sala de aula. Diante da negativa da docente, a aluna teria saído e procurado a diretora da unidade em sua sala. A professora foi atrás da estudante e as duas teriam iniciado a discussão, se ofendendo mutuamente. Durante a briga, a aluna desferiu dois socos no rosto da professora e cuspiu em sua direção.

A agressão resultou em hematomas no rosto da vítima, que passou por atendimento médico e registrou BO na delegacia de polícia da cidade para apuração dos fatos. O JC tentou falar com a docente, mas ela não atendeu as ligações. O delegado titular do município, Marcelo Bertoli Gimenes, disse que não poderia falar sobre o assunto porque a direção da escola havia pedido sigilo em relação à agressão. Ele declarou apenas que irá investigar o caso.

Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Jaú lamentou a agressão sofrida pela professora e informou que, no momento do ocorrido, a Ronda Escolar foi acionada. A Secretaria Estadual da Educação confirmou registro de Boletim de Ocorrência pela docente e declarou que o Conselho de Escola vai se reunir ainda nesta semana para definir quais as medidas punitivas que serão aplicadas à autora da agressão.

A secretaria ressalta que tem obtido resultados significativos no combate à violência desde que implantou, no ano de 2009, o Sistema de Proteção Escolar em todas as escolas da rede estadual – programa que articula um conjunto de ações, métodos e ferramentas visando, entre outras questões, disseminar e articular práticas voltadas à prevenção de conflitos no ambiente escolar.
 
Casos recentes
Em entrevista recente ao JC, a diretora estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), Suzi da Silva, declarou que a violência já faz parte da rotina das escolas estaduais. Nos últimos meses, vários casos de agressão a profissionais da Educação foram registrados em Bauru e na região.

No dia 16 de março, uma professora foi jogada no chão e chutada por um aluno de 12 anos na Escola Estadual Eduardo Velho Filho, em Piratininga (13 quilômetros de Bauru), depois de pedir ao adolescente para ver seu caderno. No dia 19 de março, o coordenador de ensino da Escola Estadual (EE) Francisco Alves Brizola, em Bauru, foi agredido com chutes e socos por um aluno de 16 anos ao pedir que ele entrasse na sala de aula.

Um dia depois, segundo a diretora estadual da Apeoesp, um aluno de 7 anos teria agredido com socos e pontapés funcionários da Escola Estadual Ana Rosa Zucker Dannunziata, também em Bauru.

No dia 21 de março, ao tentar evitar que a mãe de uma estudante de 13 anos agredisse uma garota da mesma idade com a qual a filha havia brigado momentos antes, a vice-diretora da Escola Estadual Octacílio Santana, localizada em Lins (102 quilômetros de Bauru), acabou apanhando.

No dia 18 de abril, uma aluna de 18 anos arremessou carteira escolar contra uma professora dentro de uma sala de aula da escola estadual Eduardo Velho Filho, em Bauru, provocando ferimentos em seu braço e pé. Na ocasião, policiais militares que foram acionados para conter a jovem também foram agredidos por ela com socos e pontapés.

No dia 15 de março do ano passado, na Escola Estadual José Belmiro da Rocha, em Guaimbê (143 quilômetros de Bauru), um aluno de 16 anos arremessou uma carteira escolar contra uma professora após ser advertido por ela. Nesse caso, após pedido do Ministério Público (MP), a Justiça determinou a internação provisória dele na Fundação Casa por 45 dias. 


Fonte: JCNet

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